As construções discursivas do trabalho livre e o escravo na peça Mãe de José de Alencar
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT)) |
Texto Completo: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3143 |
Resumo: | Esta dissertação analisa as construções discursivas do trabalho livre e escravo na pela Mãe de José de Alencar publicada em 1860. A pesquisa foi predominantemente exploratória quanto ao seu objetivo, utilizou o método bibliográfico buscando nos textos de Marx, Engels, Freyre, Freitas, Fausto, Gorender, Costa, Ianni e outros autores o surgimento do trabalhador assalariado e indícios que levassem à compreensão sobre como se deu a passagem do trabalho escravo para o livre no Brasil do século XIX. A análise tem como corpus a pela Mãe, de José de Alencar, procurando levantar como o autor representa as relações de trabalho na segunda metade do século XIX e as possíveis inferências dessa representação. A partir da Análise Dialógica do Discurso (ADD), de Baktin e o Círculo, buscou-se compreender como são representadas no discurso literário teatral as relações entre senhores e escravos urbanos e entre as classes sociais que se reorganizam e os trabalhadores livres. Como resultado a pesquisa revelou como o autor inova ao trazer como protagonista uma escravizada durante a vigência da escravidão no país, mostrando que esta pode se colocar como uma trabalhadora livre, em suas falas, apesar de sua condição de escrava na pele e expõe no microcosmo da obra, como se constitui o trabalho escravo e livre na época. Mostra ainda o espanto diante da necessidade de mulheres pertencentes a estratos sociais mais favorecidos trabalharem. Alencar buscou construir em suas obras uma identidade para o país que se constituía, e denunciou as mazelas da escravidão em obras como Mãe e O Demônio Familiar (1857). Entretanto, a despeito de ter levado ao palco a escravidão, a invisibilidade dos escravos e seus descendentes permanece, ainda hoje, nos milhões de brasileiros negros e mulatos alijados de seus direitos. A pesquisa aponta a importância da redescoberta de obras como Mãe que mantém viva a memória da escravidão e que passados 129 anos de seu término oficial, seus efeitos ainda se fazem sentir, cabendo a cada brasileiro fazer uso de suas capacidades para escrever uma nova história para o trabalho neste país: trabalho livre e digno para cada habitante desta terra, independente da cor de sua pele ou condição social. |
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2018-05-18T19:18:37Z2018-05-18T19:18:37Z2018-03-12VENTURA, Maria Domingos Pereira. As construções discursivas do trabalho livre e o escravo na peça Mãe de José de Alencar. 2018. 106 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e Sociedade) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2018.http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3143Esta dissertação analisa as construções discursivas do trabalho livre e escravo na pela Mãe de José de Alencar publicada em 1860. A pesquisa foi predominantemente exploratória quanto ao seu objetivo, utilizou o método bibliográfico buscando nos textos de Marx, Engels, Freyre, Freitas, Fausto, Gorender, Costa, Ianni e outros autores o surgimento do trabalhador assalariado e indícios que levassem à compreensão sobre como se deu a passagem do trabalho escravo para o livre no Brasil do século XIX. A análise tem como corpus a pela Mãe, de José de Alencar, procurando levantar como o autor representa as relações de trabalho na segunda metade do século XIX e as possíveis inferências dessa representação. A partir da Análise Dialógica do Discurso (ADD), de Baktin e o Círculo, buscou-se compreender como são representadas no discurso literário teatral as relações entre senhores e escravos urbanos e entre as classes sociais que se reorganizam e os trabalhadores livres. Como resultado a pesquisa revelou como o autor inova ao trazer como protagonista uma escravizada durante a vigência da escravidão no país, mostrando que esta pode se colocar como uma trabalhadora livre, em suas falas, apesar de sua condição de escrava na pele e expõe no microcosmo da obra, como se constitui o trabalho escravo e livre na época. Mostra ainda o espanto diante da necessidade de mulheres pertencentes a estratos sociais mais favorecidos trabalharem. Alencar buscou construir em suas obras uma identidade para o país que se constituía, e denunciou as mazelas da escravidão em obras como Mãe e O Demônio Familiar (1857). Entretanto, a despeito de ter levado ao palco a escravidão, a invisibilidade dos escravos e seus descendentes permanece, ainda hoje, nos milhões de brasileiros negros e mulatos alijados de seus direitos. A pesquisa aponta a importância da redescoberta de obras como Mãe que mantém viva a memória da escravidão e que passados 129 anos de seu término oficial, seus efeitos ainda se fazem sentir, cabendo a cada brasileiro fazer uso de suas capacidades para escrever uma nova história para o trabalho neste país: trabalho livre e digno para cada habitante desta terra, independente da cor de sua pele ou condição social.This dissertation analyses the discursive constructions of the free and enslaved work on José de Alencar’s play Mãe, published in 1860. The research was mainly exploratory when it came to its objectives and utilized the bibliographic method, searching on the texts of Marx, Engels, Freyre, Freitas, Fausto, Gorender, Costa, Ianni and other authors for the emergence of the salaried work and indications that led to comprehending how the transition from enslaved work to free work happened in Brazil in the XIX century. The analysis has as a corpus José de Alencar’s play Mãe, and it tries to raise how the author represents the work relations in the second half of the XIX century and the possible inferences of such representation. From Bakhtin and the Circle’s Dialogical Discourse Analysis (DDA), it is attempted to comprehend on the theatrical literary speech how it is represented the relations between master and slave and between the social classes that restructured themselves and the free workers. As a result, the research revealed how the author innovates by bringing as the main character a female slave, during the existence of slavery in the country, showing that she can be a free worker, in her lines, despite her condition of a slave on her skin and exposes on the work’s microcosm how it is constituted the free and enslaved work at the time. It also shows the astonishment before the need of higher-stratum-belonging women to work. Alencar attempted to build on his works an identity for the constituting country, and despite denouncing the badness of slavery on works such as Mãe e Demônio Familiar (1857), the invisibility of the slaves and their descendants remains in millions of black and mulatto Brazilians depleted from their rights. The research pointed out the importance of rediscovering works such as Mãe that do not allow us to forget that slavery happened and that 129 years since its official end, its effects are still felt, making it fitting that every Brazilian, making use of their own capacity, write a new history for work in this country: free and dignified work for every inhabitant in this land, independent of color of skin or social condition.porUniversidade Tecnológica Federal do ParanáCuritibaPrograma de Pós-Graduação em Tecnologia e SociedadeUTFPRBrasilCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESSociais e HumanidadesAlencar, José de, 1829-1877MãesDialogismo (Análise literária)Escravidão na literaturaTrabalho - Aspectos sociais - BrasilTrabalhadores - Condições sociais - BrasilLiteratura e sociedadeTeatro e sociedadeTecnologiaAlencar, José de, 1829-1877MothersAnálise do discursoDiscourse analysisDialogism (Literary analysis)Slavery in literatureWork - Social aspects - BrasilWorking class - Social conditions - BrasilLiterature and societyTheater and societyTechnologyAs construções discursivas do trabalho livre e o escravo na peça Mãe de José de AlencarDiscursive constructions about free work and slavery in José de Alencar's drama Mãeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisCuritibaFanini, Angela Maria Rubelhttp://lattes.cnpq.br/5603456212749590Queiroz, Ivo Pereira deFinau, Rossana AparecidaTeixeira, Níncia Cecília Ribas BorgesFanini, Angela Maria Rubelhttp://lattes.cnpq.br/5240709988109286Ventura, Maria Domingos Pereirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))instname:Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)instacron:UTFPRORIGINALCT_PPGTE_M_Ventura, Maria Domingos Pereira_2018.pdfCT_PPGTE_M_Ventura, Maria Domingos Pereira_2018.pdfapplication/pdf1251172http://repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/3143/1/CT_PPGTE_M_Ventura%2c%20Maria%20Domingos%20Pereira_2018.pdf9cca48ed0ed6410359c4d7532250dca6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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