Intervenção pedagógica de matemática: aulas preparatórias para o Enem

• Autor(a) principal: Duarte, Igor Nascimento
• Data de Publicação: 2020
• Outros Autores: Fortunato Filho, Fabio Augusto, Araujo, Matheus Garcia, Olinek, Vinicius Marochi, Vicente, Leon Terra Albuquerque, Holovati, Giancarlo, Kozakiewicz, Marcia Janayna, Pedroso, Evelyn Karine Guimaraes, Stadler, Eliane Domingues, Oliveira, Luciana Schreiner de
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Actio (Curitiba)
• Texto Completo: https://periodicos.utfpr.edu.br/actio/article/view/10846
• topic: Matemática; Ensino de Matemática; Cursinhos populares; Vestibular

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. Ele relata uma experiência desenvolvida pelos residentes na disciplina de Matemática no Colégio Estadual Pedro Macedo, em Curitiba, através do programa Residência Pedagógica vinculado à Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba (UTFPR/CT). O programa Residência Pedagógica requer que seus residentes desenvolvam uma intervenção pedagógica que auxilie o colégio e sua comunidade escolar. Pensando em contribuir e incentivar os estudantes a prosseguirem em seus estudos para além do Ensino Médio, concebemos como proposta de intervenção a realização de aulas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos moldes de um cursinho comunitário. Inicialmente priorizaram-se os estudantes interessados dos terceiros anos regulares e dos quartos anos dos cursos técnicos oferecidos pelo colégio e em um momento posterior, devido à procura, abriu-se a possibilidade de participação para qualquer integrante da comunidade escolar. As aulas foram planejadas como revisão dos conteúdos vistos durante toda a Educação Básica, focando na resolução de questões do Enem e utilizando-as como ponto de partida para explicações dos conteúdos matemáticos. Porém, devido à diversidade dos estudantes e à qualidade e condições do ensino público, geralmente muito aquém do ideal garantido por lei, as aulas que deveriam servir como revisão acabaram virando os primeiros contatos de muitos estudantes com alguns dos conteúdos matemáticos. Dado o caráter heterogêneo do grupo de estudantes, havendo estudantes do 1º ao 3º ano de Ensino Médio e do 2º ao 4º ano do ensino técnico, buscou-se estratégias de ensino que pudessem alcançar a maioria. Por tais razões implementamos algumas características do ensino híbrido (“blended learning”) e da sala de aula invertida, instruindo que os estudantes: acessassem uma pasta criada na plataforma de compartilhamento Drive com o conteúdo exposto nas aulas, bem como listas de exercícios com as resoluções e provas anteriores do Enem; acessassem o Portal da Matemática para que obtivessem diversos materiais e vídeo aulas de matemática do ensino básico; acessassem o site de simulados da entidade SEB COC; entrassem no grupo de Whatsapp criado exclusivamente para as aulas preparatórias com o intuito de estabelecer mais um canal de comunicação onde seria possível que os estudantes pudessem interagir e sanar dúvidas; procurassem os professores residentes em horários alternativos para auxílio. Mesmo com tais iniciativas houve aqueles que não puderam usufruir inteiramente do oferecido: alguns não possuíam acesso à internet; outros conciliavam as aulas regulares com seus trabalhos e as aulas preparatórias, reservando tempo para estudar apenas nos finais de semana. A cada aula a interação com os estudantes possibilitava melhor entendimento do tipo de abordagem e do estilo de ensino que traria maior benefício. Algumas das modificações pedidas pelos estudantes envolviam oferecer mais conteúdo teórico, principalmente em matemática básica, para que eles conseguissem compreender os conteúdos subsequentes. Para alguns, as aulas serviram como revisão para o Enem, mas para grande parte dos estudantes elas ajudaram a preencher lacunas e ofereceram complemento significativo ao ensino básico.