ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA EM DUAS REGIÕES DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL

• Autor(a) principal: Winckelmann, Tamiris Roberta
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIVATES (Biblioteca Digital da Univates - BD)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10737/3782
• topic: CS; Sífilis; Sífilis Congênita; Infecções por Treponema; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Syphilis; Congenital Syphilis; Treponema Infections; Sexually Transmitted Diseases; Sífilis; Sífilis Congénita; Infecciones por Treponema; Enfermedades de Transmisión Sexual

Introdução: A Sífilis é uma doença infecciosa causada pelo espiroqueta Treponema pallidum. A principal via de transmissão da infecção é a sexual, que dá origem à forma adquirida. A Sífilis Congênita (SC) é um agravo de notificação compulsória no Brasil, resultado da transmissão vertical da bactéria através de gestantes não-tratadas ou tratadas de forma inadequada. A infecção fetal está relacionada com a alta mortalidade fetal e neonatal precoce, além de sequelas graves e irreversíveis em alguns casos. O objetivo deste estudo é identificar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis congênita em uma região de saúde do estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2017 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, ecológico e de abordagem quantitativa, com dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos Notificação (SINAN), obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), a partir dos casos de SC no Rio Grande do Sul. Os fatores de inclusão foram casos de Sífilis Congênita, número de casos, taxa de incidência de sífilis em gestantes e óbitos por SC em menores de um ano de idade; caracterização da sífilis congênita segundo faixa etária, escolaridade e cor da mãe; realização de pré-natal; momento do diagnóstico; tratamento do parceiro, idade da criança no momento do diagnóstico e diagnóstico final. Resultados: Foram notificados 77 casos de SC, entre 2017 a 2021, nas Regiões de Saúde 29 e 30. Os anos de 2017 a 2019 foram os com maior número de casos notificados e maior incidência, apresentando uma queda a partir de 2020. Houve um óbito em 2020 nas duas Regiões. O perfil de gestante mais afetado foi entre 20 a 29 anos, com ensino fundamental incompleto, de etnia branca, e com o diagnóstico de SC durante o pré-natal. O diagnóstico da criança se deu em até 6 dias, e o diagnóstico final de SC recente. Quanto à realização de pré-natal, 91 % na Região 29 e 95% na Região 30 das mulheres realizaram as consultas preconizadas, e 64 % dos parceiros na Região 29 e 66% na Região 30 realizaram o tratamento. Conclusões: Os casos de SC nas Regiões 29 e 30 constituem um grave problema de saúde pública nos últimos anos, porém, em ambos agravos houve queda nos anos de 2020 em relação à 2021. As infecções apresentam um perfil epidemiológico bem definido, permitindo o estabelecimento de políticas públicas de saúde direcionadas aos perfis mais vulneráveis, e com medidas de busca ativa, e ações em conjunto com a educação para diminuição das notificações.