Infecção pelo vírus da diarreia viral bovina - relato de caso / Bovine viral diarrhea virus infection - case report
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/22789 |
Resumo: | A bovinocultura brasileira tem grande importância para o mercado mundial, e vem expandindo sua produção anualmente. Portanto, a melhoria da produtividade é essencial para a manutenção e competitividade desse sistema de produção. O Vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) pertence à família Flaviviridae, gênero Pestivirus e possui distribuição mundial, provocando perdas significativas na bovinocultura. Em animais não prenhes a infecção pode ser assintomática ou subclínica com quadros de depressão, febre, inapetência, diarreia leve e leucopenia transitória ou mais grave com pirexia, hiperemia de mucosas, sialorréia, aparecimento de lesões ulcerativas na mucosa oral, descarga nasal, tosse e diarreia, permanecendo por até 15 dias. Já nas fêmeas prenhes causa geralmente aborto, porém se a infecção ocorrer entre 40 e 120 dias de gestação, o feto nasce imunotolerante ao vírus infectante. Estes animais, apesar de serem soronegativos, são portadores e eliminam o vírus em secreções e excreções. Esse animal é chamado de persistentemente infectado(PI). O objetivo deste trabalho foi descrever o caso de um bovino com Diarreia Viral Bovina que apresentou sinais clínicos de Doença das Mucosas. Foi atendida uma novilha SRD, de dois anos de idade e aproximadamente 100 kg. Conforme a anamnese o animal apresentava emagrecimento progressivo e estava subdesenvolvida em relação aos outros animais da mesma idade. Durante a inspeção e exame físico observou-se que o animal estava magro, apático, com mucosas pálidas, desidratação leve, aumento da temperatura corporal e apresentava lesões vesiculares na boca. Foi realizado coleta de material para exame virológico e sanguíneo. No exame virológico apresentou efeito citopático compatível com pestivirus bovino, o que corrobora com o quadro clínico de BVD. Na avaliação sanguínea, as alterações encontradas foram trombocitose severa, leucocitose, neutrofilia, proteína plasmática, fibrinogênio e enzima GGT estavam elevados. Após alguns dias de internação no hospital veterinário, o animal foi encontrado em decúbito lateral e hipotérmico. Foi realizada a fluidoterapia com cloreto de sódio 0,9%, vitamina B12 e dexametasona. O animal apresentou melhora do quadro, foi aplicado penicilina e flunexin meglumine. Um dia após o animal teve piora e foi realizada a eutanásia. Na necropsia, evidenciou-se um aumento de volume no fígado com abscesso associado à bactérias. Com base no laudo do exame virológico pode-se afirmar que o animal estava desenvolvendo a Doença das Mucosas crônica. A DM é causado pelo vírus BVDV citopático e é uma enfermidade gastroentérica fatal, desencadeada quando um animal PI é super infectado com o BVDV. Os abscessos hepáticos são consequências de uma alimentação inadequada, com baixa ingestão de forragem. Assim, estabelecer medidas de prevenção e biossegurança são essenciais nas propriedades, além do diagnóstico precoce e da retirada dos animais persistentemente infectados do rebanho. |
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A bovinocultura brasileira tem grande importância para o mercado mundial, e vem expandindo sua produção anualmente. Portanto, a melhoria da produtividade é essencial para a manutenção e competitividade desse sistema de produção. O Vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) pertence à família Flaviviridae, gênero Pestivirus e possui distribuição mundial, provocando perdas significativas na bovinocultura. Em animais não prenhes a infecção pode ser assintomática ou subclínica com quadros de depressão, febre, inapetência, diarreia leve e leucopenia transitória ou mais grave com pirexia, hiperemia de mucosas, sialorréia, aparecimento de lesões ulcerativas na mucosa oral, descarga nasal, tosse e diarreia, permanecendo por até 15 dias. Já nas fêmeas prenhes causa geralmente aborto, porém se a infecção ocorrer entre 40 e 120 dias de gestação, o feto nasce imunotolerante ao vírus infectante. Estes animais, apesar de serem soronegativos, são portadores e eliminam o vírus em secreções e excreções. Esse animal é chamado de persistentemente infectado(PI). O objetivo deste trabalho foi descrever o caso de um bovino com Diarreia Viral Bovina que apresentou sinais clínicos de Doença das Mucosas. Foi atendida uma novilha SRD, de dois anos de idade e aproximadamente 100 kg. Conforme a anamnese o animal apresentava emagrecimento progressivo e estava subdesenvolvida em relação aos outros animais da mesma idade. Durante a inspeção e exame físico observou-se que o animal estava magro, apático, com mucosas pálidas, desidratação leve, aumento da temperatura corporal e apresentava lesões vesiculares na boca. Foi realizado coleta de material para exame virológico e sanguíneo. No exame virológico apresentou efeito citopático compatível com pestivirus bovino, o que corrobora com o quadro clínico de BVD. Na avaliação sanguínea, as alterações encontradas foram trombocitose severa, leucocitose, neutrofilia, proteína plasmática, fibrinogênio e enzima GGT estavam elevados. Após alguns dias de internação no hospital veterinário, o animal foi encontrado em decúbito lateral e hipotérmico. Foi realizada a fluidoterapia com cloreto de sódio 0,9%, vitamina B12 e dexametasona. O animal apresentou melhora do quadro, foi aplicado penicilina e flunexin meglumine. Um dia após o animal teve piora e foi realizada a eutanásia. Na necropsia, evidenciou-se um aumento de volume no fígado com abscesso associado à bactérias. Com base no laudo do exame virológico pode-se afirmar que o animal estava desenvolvendo a Doença das Mucosas crônica. A DM é causado pelo vírus BVDV citopático e é uma enfermidade gastroentérica fatal, desencadeada quando um animal PI é super infectado com o BVDV. Os abscessos hepáticos são consequências de uma alimentação inadequada, com baixa ingestão de forragem. Assim, estabelecer medidas de prevenção e biossegurança são essenciais nas propriedades, além do diagnóstico precoce e da retirada dos animais persistentemente infectados do rebanho. |
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