O uso excessivo de Metilfenidato na infância e os falsos diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade / Childhood Methylphenidate Overuse and Misdiagnosis of Attention Deficit Hyperactivity Disorder
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/31731 |
Resumo: | Nos dias atuais, o menor indicador de sofrimento psíquico tende a ser caracterizado como patológico, sendo imediatamente administrado um psicofármaco. Nesse sentido, emerge-se o conceito de “overtreatment”, que é o ato de medicar em excesso ou então não plenamente condizente com o quadro clínico do paciente, sendo a elevação da prescrição de psicofármacos na última década uma de suas principais manifestações. Portanto, se o uso excessivo de medicamentos já se configura como um panorama preocupante em adultos, a conjuntura torna-se ainda mais grave tratando-se de crianças, haja vista toda a imaturidade neuropsicomorfofuncional. Haja vista toda a polêmica e controvérsia que permeiam a sua abordagem terapêutica, é nesse cenário em que se enquadra o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Diante do exposto, o desenvolvimento desta pesquisa foi motivado pela necessidade de conhecer os reais impactos do uso de metilfenidato, de modo a compreender terapêuticas alternativas multidisciplinares utilizadas no tratamento do TDAH. O trabalho teve como objetivo a avaliação dos benefícios e malefícios no tratamento medicamentoso com Metilfenidato, além da qualificação dos impactos do uso do Metilfenidato na vida dos pacientes diagnosticados com TDAH e atendidos no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) Como metodologia, realizou-se um estudo longitudinal de modo a acompanhar crianças entre seis e doze anos, durante o seu tratamento para o TDAH por um período de um ano no ambulatório de neuropediatria do CHS. Foram aplicados bimensalmente os questionários “The Behavior Problems Inventory” e “SNAP IV” aos pacientes no intuito de avaliar a evolução de seus respectivos transtornos. Assim sendo, observou-se um total de 17 pacientes, dos quais 11 faziam uso de Metilfenidato (grupo A) e 6 não utilizavam tal medicamento (grupo B). De todas as crianças analisadas, 76,5 % faziam acompanhamento regular com psicoterapia (72,7 % do grupo A e 83,3 % do grupo B) e 64,7 % praticavam regularmente atividades físicas (81,8 % do grupo A e 33,3 % do grupo B). Ademais, foi constatada acentuada melhora dos sintomas (diminuição da frequência e severidade de comportamentos agressivos, estereotipados, hiperativos e desatentos) do TDAH no grupo A, em comparação ao grupo B (sintomas se mantiveram em 100% dos indivíduos observados). Dessa forma, foi consensual, tanto pelos relatórios escolares, quanto pela impressão pessoal dos pacientes e familiares, que a utilização do Metilfenidato acarretou maiores benefícios do que malefícios sobre a qualidade de vida diária de cada criança e, especialmente, no rendimento escolar. É válido ressaltar a importância de uma abordagem multidisciplinar em relação ao diagnóstico e seguimento do paciente com TDAH. |
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