Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279 |
Resumo: | A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias. |
id |
VERACRUZ-0_a072ed618b1ff43c620b5e20eb880b88 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/45279 |
network_acronym_str |
VERACRUZ-0 |
network_name_str |
Revista Veras |
repository_id_str |
|
spelling |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazilsífilis congênitaepidemiologiaassistência hospitalar.A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2022-03-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/4527910.34117/bjdv8n3-212Brazilian Journal of Development; Vol. 8 No. 3 (2022); 18668-18680Brazilian Journal of Development; Vol. 8 Núm. 3 (2022); 18668-18680Brazilian Journal of Development; v. 8 n. 3 (2022); 18668-186802525-8761reponame:Revista Verasinstname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)instacron:VERACRUZporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279/pdfCopyright (c) 2022 Brazilian Journal of Developmentinfo:eu-repo/semantics/openAccessCardoso, Daniel MadeiraSilva, Hyarlla Thais Clementino daLorentz, Marina PachecoJunior, Demetrio Oliveira de SouzaBelique, Heloiza CastilhoniQueiroz, Núbia RochaFajardo, Maria Vitória MouraMartins, Gabriel LimaScopel, João Victor MagalhãesXavier, Nicolly MerencianoMoreira, Gabriel Almeida Fernandes MeirelesCoelho, Mateus SampaioFerreira, Igor Geraldo ContinLeite, Pauline Martins2022-05-12T18:32:19Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/45279Revistahttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/PRIhttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/oai||revistaveras@veracruz.edu.br2236-57292236-5729opendoar:2024-10-15T16:22:01.458719Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
title |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
spellingShingle |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil Cardoso, Daniel Madeira sífilis congênita epidemiologia assistência hospitalar. |
title_short |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
title_full |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
title_fullStr |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
title_full_unstemmed |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
title_sort |
Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil |
author |
Cardoso, Daniel Madeira |
author_facet |
Cardoso, Daniel Madeira Silva, Hyarlla Thais Clementino da Lorentz, Marina Pacheco Junior, Demetrio Oliveira de Souza Belique, Heloiza Castilhoni Queiroz, Núbia Rocha Fajardo, Maria Vitória Moura Martins, Gabriel Lima Scopel, João Victor Magalhães Xavier, Nicolly Merenciano Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles Coelho, Mateus Sampaio Ferreira, Igor Geraldo Contin Leite, Pauline Martins |
author_role |
author |
author2 |
Silva, Hyarlla Thais Clementino da Lorentz, Marina Pacheco Junior, Demetrio Oliveira de Souza Belique, Heloiza Castilhoni Queiroz, Núbia Rocha Fajardo, Maria Vitória Moura Martins, Gabriel Lima Scopel, João Victor Magalhães Xavier, Nicolly Merenciano Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles Coelho, Mateus Sampaio Ferreira, Igor Geraldo Contin Leite, Pauline Martins |
author2_role |
author author author author author author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cardoso, Daniel Madeira Silva, Hyarlla Thais Clementino da Lorentz, Marina Pacheco Junior, Demetrio Oliveira de Souza Belique, Heloiza Castilhoni Queiroz, Núbia Rocha Fajardo, Maria Vitória Moura Martins, Gabriel Lima Scopel, João Victor Magalhães Xavier, Nicolly Merenciano Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles Coelho, Mateus Sampaio Ferreira, Igor Geraldo Contin Leite, Pauline Martins |
dc.subject.por.fl_str_mv |
sífilis congênita epidemiologia assistência hospitalar. |
topic |
sífilis congênita epidemiologia assistência hospitalar. |
description |
A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-03-17 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279 10.34117/bjdv8n3-212 |
url |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279 |
identifier_str_mv |
10.34117/bjdv8n3-212 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279/pdf |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Development info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Development |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Development; Vol. 8 No. 3 (2022); 18668-18680 Brazilian Journal of Development; Vol. 8 Núm. 3 (2022); 18668-18680 Brazilian Journal of Development; v. 8 n. 3 (2022); 18668-18680 2525-8761 reponame:Revista Veras instname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz) instacron:VERACRUZ |
instname_str |
Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz) |
instacron_str |
VERACRUZ |
institution |
VERACRUZ |
reponame_str |
Revista Veras |
collection |
Revista Veras |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revistaveras@veracruz.edu.br |
_version_ |
1813645587048824832 |