Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, Daniel Madeira
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Silva, Hyarlla Thais Clementino da, Lorentz, Marina Pacheco, Junior, Demetrio Oliveira de Souza, Belique, Heloiza Castilhoni, Queiroz, Núbia Rocha, Fajardo, Maria Vitória Moura, Martins, Gabriel Lima, Scopel, João Victor Magalhães, Xavier, Nicolly Merenciano, Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles, Coelho, Mateus Sampaio, Ferreira, Igor Geraldo Contin, Leite, Pauline Martins
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279
Resumo: A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias.
id VERACRUZ-0_a072ed618b1ff43c620b5e20eb880b88
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/45279
network_acronym_str VERACRUZ-0
network_name_str Revista Veras
repository_id_str
spelling Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazilsífilis congênitaepidemiologiaassistência hospitalar.A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2022-03-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/4527910.34117/bjdv8n3-212Brazilian Journal of Development; Vol. 8 No. 3 (2022); 18668-18680Brazilian Journal of Development; Vol. 8 Núm. 3 (2022); 18668-18680Brazilian Journal of Development; v. 8 n. 3 (2022); 18668-186802525-8761reponame:Revista Verasinstname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)instacron:VERACRUZporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279/pdfCopyright (c) 2022 Brazilian Journal of Developmentinfo:eu-repo/semantics/openAccessCardoso, Daniel MadeiraSilva, Hyarlla Thais Clementino daLorentz, Marina PachecoJunior, Demetrio Oliveira de SouzaBelique, Heloiza CastilhoniQueiroz, Núbia RochaFajardo, Maria Vitória MouraMartins, Gabriel LimaScopel, João Victor MagalhãesXavier, Nicolly MerencianoMoreira, Gabriel Almeida Fernandes MeirelesCoelho, Mateus SampaioFerreira, Igor Geraldo ContinLeite, Pauline Martins2022-05-12T18:32:19Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/45279Revistahttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/PRIhttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/oai||revistaveras@veracruz.edu.br2236-57292236-5729opendoar:2024-10-15T16:22:01.458719Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)false
dc.title.none.fl_str_mv Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
title Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
spellingShingle Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
Cardoso, Daniel Madeira
sífilis congênita
epidemiologia
assistência hospitalar.
title_short Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
title_full Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
title_fullStr Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
title_full_unstemmed Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
title_sort Internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil / Hospital admissions for congenital syphilis in Brazil
author Cardoso, Daniel Madeira
author_facet Cardoso, Daniel Madeira
Silva, Hyarlla Thais Clementino da
Lorentz, Marina Pacheco
Junior, Demetrio Oliveira de Souza
Belique, Heloiza Castilhoni
Queiroz, Núbia Rocha
Fajardo, Maria Vitória Moura
Martins, Gabriel Lima
Scopel, João Victor Magalhães
Xavier, Nicolly Merenciano
Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles
Coelho, Mateus Sampaio
Ferreira, Igor Geraldo Contin
Leite, Pauline Martins
author_role author
author2 Silva, Hyarlla Thais Clementino da
Lorentz, Marina Pacheco
Junior, Demetrio Oliveira de Souza
Belique, Heloiza Castilhoni
Queiroz, Núbia Rocha
Fajardo, Maria Vitória Moura
Martins, Gabriel Lima
Scopel, João Victor Magalhães
Xavier, Nicolly Merenciano
Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles
Coelho, Mateus Sampaio
Ferreira, Igor Geraldo Contin
Leite, Pauline Martins
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cardoso, Daniel Madeira
Silva, Hyarlla Thais Clementino da
Lorentz, Marina Pacheco
Junior, Demetrio Oliveira de Souza
Belique, Heloiza Castilhoni
Queiroz, Núbia Rocha
Fajardo, Maria Vitória Moura
Martins, Gabriel Lima
Scopel, João Victor Magalhães
Xavier, Nicolly Merenciano
Moreira, Gabriel Almeida Fernandes Meireles
Coelho, Mateus Sampaio
Ferreira, Igor Geraldo Contin
Leite, Pauline Martins
dc.subject.por.fl_str_mv sífilis congênita
epidemiologia
assistência hospitalar.
topic sífilis congênita
epidemiologia
assistência hospitalar.
description A sífilis congênita corresponde à infecção do feto pelo T.pallidum, principalmente por via transplacentária, podendo culminar em perda fetal, natimorto, morte neonatal e prematuridade. O objetivo do presente trabalho consiste em descrever as hospitalizações por sífilis congênita no Brasil, entre os anos de 2008 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico conduzido a partir de dados secundários de domínio público, vinculados ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Para caracterização, incluíram-se as variáveis: região do Brasil, unidade da federação, sexo, raça/cor, caráter de atendimento, regime de internação, óbitos, ano e gastos totais. Para cálculo dos coeficientes de internação, o número de nascidos vivos foi obtido do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Totalizaram-se 78.724 internações por sífilis congênita em todo o período estudado, das quais 321 evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 0,4%). No que concerne às regiões brasileiras, houve ênfase para Sudeste (n=30.339; 38,5%), Nordeste (n=28.093; 35,6%) e Norte (n=9.071; 11,5%). Com relação aos coeficientes de internação, foram registrados 2,5 internados para cada 1.000 nascidos vivos considerando todo o território nacional, sendo importante realçar o Nordeste (3,8 internados para cada 1.000 nascidos vivos). Paralelamente, as unidades da federação de destaque foram Rio de Janeiro (n=13.015; 16,5%), São Paulo (n=10.810; 13,7%) e Pernambuco (n=8.093; 10,3%). O perfil geográfico de distribuição de óbitos foi semelhante ao de hospitalizações, com ênfase para: regiões Nordeste (n=149/321; 46,4%) e Sudeste (n=97/321; 30,2%); e estados de Pernambuco (n=69/321; 21,4%) e Rio de Janeiro (n=38/321; 11,8%). A maior letalidade hospitalar foi observada no Nordeste (0,5%). Salienta-se ainda sexo feminino (n=41.324; 52,4%) e raça/cor parda (n=27.241; 34,6%). A maior parcela dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (n=74.785; 95%) e no regime público (n=31.211; 39,65%). Acumularam-se R$ 58.085.276,75 em gastos. Do ponto de vista temporal, ocorreu aumento no número de internações hospitalares por sífilis congênita no Brasil de 3.570 (4,5%) no ano de 2008 para 15.446 (19,6%) hospitalizações em 2017. Tal progressão refletiu diretamente nos coeficientes de internação, cujo menor valor foi 1,22 acometidos para cada 1.000 nascidos vivos em 2008 para 5,29 acometidos por 1.000 nascidos vivos em 2017. Percebe-se que a sífilis congênita é um problema de impacto para a saúde pública brasileira, sendo necessária a adoção de profilaxias.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-03-17
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279
10.34117/bjdv8n3-212
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279
identifier_str_mv 10.34117/bjdv8n3-212
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/45279/pdf
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Development
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Development
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Development; Vol. 8 No. 3 (2022); 18668-18680
Brazilian Journal of Development; Vol. 8 Núm. 3 (2022); 18668-18680
Brazilian Journal of Development; v. 8 n. 3 (2022); 18668-18680
2525-8761
reponame:Revista Veras
instname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
instacron:VERACRUZ
instname_str Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
instacron_str VERACRUZ
institution VERACRUZ
reponame_str Revista Veras
collection Revista Veras
repository.name.fl_str_mv Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
repository.mail.fl_str_mv ||revistaveras@veracruz.edu.br
_version_ 1813645587048824832