Mecanismos fisiopatológicos e manejo terapêutico da Síndrome Cardiorrenal: Pathophysiological mechanisms and therapeutic management of Cardiorenal Syndrome

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vargas, Ana Elisa Assad Teixeira
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Ledesma, Zunilda Petrona Caceres, Casco, Janine Graciela, Andreatta, Ana Clara Furtado, Marques, Ana Luisa Ferreira, Bustamante, Amanda Brito, Brito, Daniella Almeida, Saraiva, Lana Nicolle Gomes Bernardo, Souza, Paulo Matheus Casal de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/52763
Resumo: A síndrome cardiorrenal (SCR) é definida como um distúrbio combinado do coração e dos rins, que interagem e produzem entre si uma disfunção de forma aguda ou crônica. Os sistemas cardiovascular e renal possuem uma relação bidirecional para manter as funções fisiológicas, de forma que a falência de um desses órgãos causa alterações patológicas no outro. A SCR é dividida em cinco subtipos, de acordo sua patologia primária e secundária. Os tipos 1 e 2 possuem a insuficiência cardíaca (IC) como causadora da insuficiência renal (IR), sendo que o tipo 1 possui curso agudo e o tipo 2 crônico. Já nos tipos 3 e 4, o cenário se inverte, ou seja, a IR causa a IC, podendo ser agudo (tipo 3) ou crônico (tipo 4). Por fim, no tipo 5, uma condição sistêmica que causa as disfunções cardíacas e renais. A fisiopatologia da SCR é multifacetada e envolve mecanismos hemodinâmicos, como aumento da pressão venosa central, neuro-hormonais, como hiperativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, inflamatórios, como liberação de endotelina-1 e consequente fibrose, entre outros. Os pacientes com SCR apresentam sinais e sintomas típicos da IC, como dispneia, edema, ascite, estertores crepitantes, que variam de acordo com o tipo da congestão, ou seja, pulmonar, sistêmica ou ambas. Atualmente, o diagnóstico clínico é insuficiente e requer biomarcadores, como peptídeos natriuréticos, galectina-3 e cofilina-1 urinária, e métodos de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. O tratamento da SCR tem como objetivo a redução da congestão, mantendo boa perfusão e controle das patologias cardíaca e renais. Inicialmente, são preferidos os diuréticos de alça, podendo ser associados a antagonistas de vasopressina, vasodilatadores diretos, fármacos inotrópicos, entre outros. Em último recurso, para os pacientes refratários aos diuréticos, pode ser utilizada a ultrafiltração. Entretanto, apesar dos resultados clínicos terem melhorado nas últimas décadas, os pacientes com disfunção simultânea dos rins e coração ainda possuem um prognóstico ruim, apresentando altas taxas de hospitalização e mortalidade.
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