Avaliação do desfecho de pacientes intubados no serviço de emergência em hospital secundário do Distrito Federal após 30 dias e identificação do tempo de espera por vaga UTI/ Outcome evaluation of intubated patients in the emergency department at a secondary hospital in the Federal District after 30 days and identification of the waiting time for a ICU vacancy

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viana, Samla Moura
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Andrade, Odil Garrido Campos de, Frazão, Danielle Arabi Lopes, Santos, Jule Rouse de O G
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/24362
Resumo: Introdução: A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento médico invasivo complexo, o qual tem como objetivo garantir uma via aérea segura para adequado suporte ventilatório ao paciente. No ambiente de emergência, os pacientes que necessitam da IOT geralmente encontram-se em estado grave e como todo procedimento há possíveis complicações, tendo como recomendação utilizá-lo pelo menor tempo possível, pois há maior mortalidade. Além disso, após a IOT em unidade de emergência é necessário que o paciente seja encaminhado para acompanhamento em unidade de terapia intensiva (UTI), sendo indicado pela gravidade do quadro que levou a IOT e a necessidade do acompanhamento do estado hemodinâmico de forma contínua e vigorosa.Objetivo: Identificar o desfecho dos pacientes após 30 dias que foram submetidos à IOT e apontar o tempo de espera por vaga em UTI após o procedimento.Método: Estudo de coorte que analisou todos os casos de IOT realizados na sala vermelha, de janeiro a dezembro de 2017, em hospital secundário da rede pública do Distrito Federal, identificando o desfecho dos pacientes após 30 dias do procedimento. Critério de inclusão: pacientes maiores de 18 anos e que foram intubados no hospital. Critérios de exclusão: pacientes com dados incompletos no prontuário em relação ao dia da intubação, a admissão em UTI e o desfecho após 30 dias.Resultados: Foi realizado um total de 174 IOTs, sendo 40% do sexo feminino e 60% do sexo masculino, com média de idade dos pacientes de 61,7 anos. Dos 174 pacientes intubados, apenas 61% (107) conseguiram vaga em UTI, com tempo médio de espera de três dias e meio, e 39% (67) não conseguiram. Os pacientes foram divididos em dois grupos, os que foram para a UTI e os que não foram. Dos pacientes que não conseguiram vaga de UTI, 100% evoluíram para óbito no próprio serviço de emergência. Já os pacientes que foram para UTI, três desfechos foram considerados: óbito, permanência em UTI e alta da UTI, correspondendo respectivamente a: 23,3% (25), 59,8% (64) e 19,6% (21). Após uma análise multivariada com modelo generalizado binomial, considerando idade, sexo e tempo de espera por vaga de UTI como variáveis para a análise do óbito, tivemos: p: 0,075 para idade, p: 0,563 para sexo e p: 0,306 para o tempo de espera por vaga de UTI.Conclusão: Após a IOT foi identificado alta mortalidade após 30 dias do procedimento, correspondendo a 52,8% (92) de todos os casos. Dentre os fatores que influenciam nesse quesito estão: comorbidades, diagnóstico inicial, sepse, idade e sexo. No entanto, por ser um estudo retrospectivo com análise de prontuários, uma das limitações é a não organização dos dados de forma completa e igualitária entre os profissionais, permitindo somente a comparação com dados completos. Após a análise estatística houve uma tendência para maior mortalidade em relação à idade, no entanto, não pôde ser comprovada a relação entre o sexo e o tempo esperado por UTI.  Contudo, os pacientes que não conseguiram UTI, 100% evoluíram para óbito, mostrando a necessidade do serviço, o que também corrobora com o fato de que 19,6 % dos pacientes que estavam em estado grave receberam alta e 59,8% ainda permaneceram na unidade.
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