Psiquiatras e Autoridades de Saúde Pública: diferentes perspetivas acerca da necessidade de internamento compulsivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, T
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Marques, S, Barrocas, D, Góis, J
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1622
Resumo: Introdução: Os internamentos compulsivos de doentes com perturbações psiquiátricas graves são procedimentos controversos mas frequentemente necessários. As Autoridades de Saúde Pública são responsáveis pela emissão de mandados de condução que resultam na apresentação desses doentes a uma avaliação clínico-psiquiátrica urgente. Objetivos: Este estudo pretende caracterizar os utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública e analisar a correspondência entre a emissão de mandado de condução e internamento compulsivo subsequente. Métodos: Estudo retrospetivo observacional, no período entre 1 de Janeiro de 2012 a 30 de Junho de 2013, dos dados contidos nos mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública do distrito de Évora. Resultados: Analisaram-se os dados de 57 utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos por Autoridades de Saúde Pública. Foram trazidos para avaliação clínico-psiquiátrica no Serviço de Urgência 57 utentes com mandado de condução emitido pela Autoridade de Saúde Pública. Após avaliação clí- nico-psiquiátrica, foi considerado que 36,8% (n=21) dos casos não apresentavam anomalia psíquica que justificasse o internamento. Através da análise dos mandados de condução puderam apurar-se quatro motivos para a avaliação clínico psiquiátrica urgente. Da totalidade dos mandados de condução (n=57), 74% não estavam acompanhados de informação clínica. Discussão e Conclusão: No estudo realizado verificou-se que mais de um terço dos mandados de condução não foi seguido de internamento compulsivo. Perante este dado, é pertinente questionar a falta de congruência entre os critérios utilizados pelas Autoridades de Saúde Pública e Psiquiatras para justificar a necessidade de internamento compulsivo.
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spelling Psiquiatras e Autoridades de Saúde Pública: diferentes perspetivas acerca da necessidade de internamento compulsivoPsychiatrists and Public Health Authorities: different perspectives about compulsory admission in a psychiatric unitLei de Saúde MentalInternamento compulsivoEscalas de avaliação psiquiátricaPortugalIntrodução: Os internamentos compulsivos de doentes com perturbações psiquiátricas graves são procedimentos controversos mas frequentemente necessários. As Autoridades de Saúde Pública são responsáveis pela emissão de mandados de condução que resultam na apresentação desses doentes a uma avaliação clínico-psiquiátrica urgente. Objetivos: Este estudo pretende caracterizar os utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública e analisar a correspondência entre a emissão de mandado de condução e internamento compulsivo subsequente. Métodos: Estudo retrospetivo observacional, no período entre 1 de Janeiro de 2012 a 30 de Junho de 2013, dos dados contidos nos mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública do distrito de Évora. Resultados: Analisaram-se os dados de 57 utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos por Autoridades de Saúde Pública. Foram trazidos para avaliação clínico-psiquiátrica no Serviço de Urgência 57 utentes com mandado de condução emitido pela Autoridade de Saúde Pública. Após avaliação clí- nico-psiquiátrica, foi considerado que 36,8% (n=21) dos casos não apresentavam anomalia psíquica que justificasse o internamento. Através da análise dos mandados de condução puderam apurar-se quatro motivos para a avaliação clínico psiquiátrica urgente. Da totalidade dos mandados de condução (n=57), 74% não estavam acompanhados de informação clínica. Discussão e Conclusão: No estudo realizado verificou-se que mais de um terço dos mandados de condução não foi seguido de internamento compulsivo. Perante este dado, é pertinente questionar a falta de congruência entre os critérios utilizados pelas Autoridades de Saúde Pública e Psiquiatras para justificar a necessidade de internamento compulsivo.Introduction: Compulsive admissions of severe mentally ill patients are controversial but often necessary procedures. The Public Health Authorities are responsible for issuing a warrant that results in the compulsory detention and hospital admission of these patients for an urgent psychiatric evaluation. Objectives: This study aims to characterize the compulsory patients brought to the Emergency Room with a warrant issued by the local Public Health Authorities, and to study the correlation between the issuance of the warrant and the subsequent compulsory hospital admission. Methods: Retrospective observational study, in the period between January, 1st, 2012 and June, 30th, 2013 from the data included in warrants issued by the Public Health Authorities in the district of Évora. Results: The data of 57 patients brought to the Emergency Room with warrants issued by Public Health Authorities for urgent psychiatric evaluation was analyzed. After psychiatric evaluation, 36,8% had no mental illness that justified compulsory hospital admission. The analysis of Public Health Authority warrants identified four general reasons for demanding an urgent psychiatric evaluation. Clinical information was lacking in 74% of all revised warrants. Discussion and Conclusion: This study verified that more than one third of all the warrants were not followed by compulsory hospital admission to an acute psychiatric unit. Based on these findings it is relevant to question the lack of congruence between the criteria used by the Public Health Authorities and Psychiatrists to justify the need for compulsory admission in a psychiatric unit.Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, E.P.E.Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaReis, TMarques, SBarrocas, DGóis, J2016-05-03T15:05:53Z2015-01-01T00:00:00Z2015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.10/1622porPsilogos. 2015; 13(1): 44-502182-3146info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-20T15:52:22Zoai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1622Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:52:41.871791Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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