A utilização do aleitamento materno no tratamento da fenilcetonúria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viviane de Cassia Kanufre
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-72FPXH
Resumo: O presente estudo tem como objetivo principal avaliar o uso do leite materno (LM) no tratamento da fenilcetonúria (PKU). Foram estudados, prospectivamente, lactentes fenilcetonúricos nascidos a termo, com peso > 2.500g, sem outra doença associada, e que mantiveram o leite materno como fonte de fenilalanina (phe). Os resultados obtidos foramcomparados com os de lactentes, também fenilcetonúricos, com os mesmos critérios de inclusão, e que usaram fórmula láctea comercial como fonte de phe. Foram avaliadas 35 crianças de cada grupo pareadas por sexo e por idade à suspensão do aleitamento materno. Os dados foram analisados até a suspensão definitiva do aleitamento materno ou, no máximo, durante 12 meses de acompanhamento, após o início do tratamento. Para o grupo leite materno, foi oferecida fórmula especial em mamadeira, de três em três horas, contendo substituto protéico (sem phe), carboidratos e lipídios. O LM foi oferecido, em livre demanda, nos intervalos entre as mamadeiras. Para o grupo controle foi oferecida formula especial em mamadeira, de três em três horas, contendo, além dos nutrientes acima referidos, fórmula láctea comercial como fonte de phe. Apenas para o grupo leite materno foram avaliadas aduração do aleitamento natural e a necessidade de acréscimo de fórmula láctea comercial à fórmula especial, para manutenção dos níveis sangüíneos recomendados de phe. Foi comparado o tempo necessário para adequação dos níveis sangüíneos de phe, após o inicio do tratamento, utilizando-se o teste de Wilcoxon. Analisaram-se os níveis sangüíneos de phe durante o período de aleitamento materno. Foram analisados e comparados os dados antropométricos entre os dois grupos, pelo teste t de student pareado, utilizando-se o escoreZ > -2 como o limite entre a eutrofia e a desnutrição. A duração média da amamentação foi de 224,4 +120,1 dias. Foi necessária a introdução de fórmula láctea comercial na dieta de 24 (68,5%) crianças do grupo leite materno. O tempo médio necessário para adequação dos níveis sangüíneos de phe foi de 11,4 +6,6 dias e de 9,8 +3,8 dias para os grupos leite materno e controle, respectivamente. O controle dos níveis sangüíneos de phe mostrou-se adequado na maioria dos pacientes do grupo leite materno. Neste grupo, a proporção dos níveis de phesangüínea apresentou maior número de exames < 360 µmol/L e menor variabilidade dos resultados das médias de phe sangüínea em comparação com o grupo controle. A avaliação antropométrica mostrou que praticamente todos os pacientes fenilcetonúricos, de ambos osgrupos, apresentaram os escores Z dos índices avaliados, dentro dos limites da normalidade, com melhora significativa na evolução destes índices. A avaliação da média do perímetro cefálico mostrou melhora na evolução, com diferença significativa entre a medida inicial e final, nos dois grupos. Conclui-se que é possível utilizar o leite materno no tratamento de lactentes fenilcetonúricos durante um período de tempo relativamente prolongado, obtendose, dessa forma, todas as vantagens do aleitamento natural, sem qualquer prejuízo tanto no controle dos níveis sangüíneos de phe, quanto em relação ao estado nutricional dos pacientes.
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spelling Ana Lucia Pimenta StarlingRoseli Oselka Saccardo SarniMarcos Jose Burle de AguiarViviane de Cassia Kanufre2019-08-12T10:30:18Z2019-08-12T10:30:18Z2006-11-17http://hdl.handle.net/1843/ECJS-72FPXHO presente estudo tem como objetivo principal avaliar o uso do leite materno (LM) no tratamento da fenilcetonúria (PKU). Foram estudados, prospectivamente, lactentes fenilcetonúricos nascidos a termo, com peso > 2.500g, sem outra doença associada, e que mantiveram o leite materno como fonte de fenilalanina (phe). Os resultados obtidos foramcomparados com os de lactentes, também fenilcetonúricos, com os mesmos critérios de inclusão, e que usaram fórmula láctea comercial como fonte de phe. Foram avaliadas 35 crianças de cada grupo pareadas por sexo e por idade à suspensão do aleitamento materno. Os dados foram analisados até a suspensão definitiva do aleitamento materno ou, no máximo, durante 12 meses de acompanhamento, após o início do tratamento. Para o grupo leite materno, foi oferecida fórmula especial em mamadeira, de três em três horas, contendo substituto protéico (sem phe), carboidratos e lipídios. O LM foi oferecido, em livre demanda, nos intervalos entre as mamadeiras. Para o grupo controle foi oferecida formula especial em mamadeira, de três em três horas, contendo, além dos nutrientes acima referidos, fórmula láctea comercial como fonte de phe. Apenas para o grupo leite materno foram avaliadas aduração do aleitamento natural e a necessidade de acréscimo de fórmula láctea comercial à fórmula especial, para manutenção dos níveis sangüíneos recomendados de phe. Foi comparado o tempo necessário para adequação dos níveis sangüíneos de phe, após o inicio do tratamento, utilizando-se o teste de Wilcoxon. Analisaram-se os níveis sangüíneos de phe durante o período de aleitamento materno. Foram analisados e comparados os dados antropométricos entre os dois grupos, pelo teste t de student pareado, utilizando-se o escoreZ > -2 como o limite entre a eutrofia e a desnutrição. A duração média da amamentação foi de 224,4 +120,1 dias. Foi necessária a introdução de fórmula láctea comercial na dieta de 24 (68,5%) crianças do grupo leite materno. O tempo médio necessário para adequação dos níveis sangüíneos de phe foi de 11,4 +6,6 dias e de 9,8 +3,8 dias para os grupos leite materno e controle, respectivamente. O controle dos níveis sangüíneos de phe mostrou-se adequado na maioria dos pacientes do grupo leite materno. Neste grupo, a proporção dos níveis de phesangüínea apresentou maior número de exames < 360 µmol/L e menor variabilidade dos resultados das médias de phe sangüínea em comparação com o grupo controle. A avaliação antropométrica mostrou que praticamente todos os pacientes fenilcetonúricos, de ambos osgrupos, apresentaram os escores Z dos índices avaliados, dentro dos limites da normalidade, com melhora significativa na evolução destes índices. A avaliação da média do perímetro cefálico mostrou melhora na evolução, com diferença significativa entre a medida inicial e final, nos dois grupos. Conclui-se que é possível utilizar o leite materno no tratamento de lactentes fenilcetonúricos durante um período de tempo relativamente prolongado, obtendose, dessa forma, todas as vantagens do aleitamento natural, sem qualquer prejuízo tanto no controle dos níveis sangüíneos de phe, quanto em relação ao estado nutricional dos pacientes.This study aims to evaluate the use of breast-feeding in the treatment of phenylketonuria (PKU). PKU infants, who were born in term, weight > 2.500 g, with no other associated disease, and to whom breast-feeding was kept as phenylalanine (phe) source, were prospectively studied. The found results were compared with those from other PKU infants(control group), using the same criteria of inclusion, but, in this group, the source of phe was a commercial lacteal formula. Altogether, 35 children from each breast-feeding group and control group were evaluated according to sex and age, concerning breast-feeding suspension. The data were analyzed until the definitive suspension of the breast-feeding or, at most, during 12 months of mixed breast-feeding, after the beginning of the treatment. A babys bottle with the special formula was offered to breast-feeding group, each three hours,containing proteic substitute (free of phe), carbohydrates and lipids. Free demand of mothers milk was offered in the intervals. A special formula in the babys bottle was offered to control group, each three hours, containing, besides the nutrients cited above, a commerciallacteal formula as source of phe. Only in breast-feeding group the duration of the natural breast-feeding and the need of the addition of commercial lacteal formula to the special formula, in order to keep the recommended phe blood levels. The necessary time to the adequacy of phe levels in blood were compared after the beginning of the treatment, using Wilcoxon test. The monthly means of phe levels in blood during the breast-feeding were analyzed. Also, the anthropometric data between the two groups were analyzed and compared through t student test matched, using the score Z > -2 as the limit between the eutrophy and malnutrition. The average duration of breast-feeding was 224.4 + 120,1 days. The commercial lacteal formula adding was necessary in the diet of 24 (68.5%) children from breast-feeding group. The necessary average time to the adequacy of phe levels in blood was 11.4 + 6.6 days and 9.8 + 3.8 for groups breast-feeding and control, respectively. The control of phe levels in blood was adequate in the majority of the patients from breast-feeding group. In this group, the average ratio of phe level in blood presented greater number of exams 360 < ì mol/L, and also a lower variability of the results in comparison with control group. The anthropometric evaluation showed that practically all the PKU patients, from both the groups presented the score Z concerning the evaluated indexes in the limits of normality, with significant improvement in the evolution of these indexes. The mean of cephalic perimeter evaluation showed improvement in the evolution, with significant difference between the initial and final measure in both groups. In summary, it is possible to use breast-feeding in the treatment of PKU infants during a period of time relatively long, and, all the advantages of breast-feeding are gotten, with no loss on the control of phe levels in blood or in relation to the patients nutritional conditionUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGLeite humanoFenilalanina/sangueResultado de tratamentoLactenteFenilcetonúrias/dietoterapiaAleitamento maternoDietoterapia/métodosRecém-nascidoFenilcetonuriaAleitamento MaternoFenilalaninaA utilização do aleitamento materno no tratamento da fenilcetonúriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALviviane_de_c_ssia_kanufre.pdfapplication/pdf1062487https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-72FPXH/1/viviane_de_c_ssia_kanufre.pdf440db979f3cf0c547bbfc13b0be36660MD51TEXTviviane_de_c_ssia_kanufre.pdf.txtviviane_de_c_ssia_kanufre.pdf.txtExtracted texttext/plain193174https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-72FPXH/2/viviane_de_c_ssia_kanufre.pdf.txt9d5c51963f9a9857cdb69da56d6fc06fMD521843/ECJS-72FPXH2019-11-14 17:33:04.305oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-72FPXHRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:33:04Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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