Inteligência artificial (IA): considerações sobre personalidade, imputação e responsabilidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Giovana Figueiredo Peluso Lopes
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34056
Resumo: Nas interações sociais e econômicas da atualidade, nota-se com uma frequência crescente a presença de uma nova categoria de ente: o agente artificial. Ele é responsável pela compra e venda de mercadorias online, por determinar a elegibilidade para benefícios como a obtenção de crédito ou assistência médica, por negociações em bolsas de valores, e inúmeras outras aplicações cotidianas. Entretanto, a grande maioria desses agentes artificiais não possui, ainda, uma característica essencial: a autonomia para agir independentemente de inputs diretos de pessoas humanas. Eles são, no máximo, semiautônomos, mas pesquisas no campo da inteligência artificial indicam que este não será o caso em um futuro próximo. Na medida em que agentes artificiais se tornem capazes de agir de maneira verdadeiramente autônoma, isto é, independentemente de orientações humanas diretas, e baseando-se nas informações por eles próprios adquiridas e analisadas, será possível que eles realizem ações não antecipadas por seres humanos. Como resultado, surgem questionamentos acerca do tratamento jurídico a ser conferido a estes agentes autônomos de inteligência artificial, sobretudo no que diz respeito à imputação responsabilidade civil em caso de danos, e à possibilidade de alteração de seu status para o de pessoas, em oposição a meros objetos. Assim, a presente pesquisa ocupa-se das seguintes questões: a possibilidade de se personificar agentes artificiais autônomos, e os regimes de responsabilidade civil aplicáveis para os casos em que tal personificação não ocorra. A análise da personificação de agentes artificiais é realizada, portanto, dentro do contexto de existência de uma lacuna de responsabilidade, visando solucioná-la em casos em que a ocorrência de um dano causado pelo agente não possa ser diretamente atribuível a uma pessoa humana. Para tanto, inicialmente, serão apresentadas as principais características capazes de definir uma inteligência artificial como um agente autônomo, e os principais problemas ocasionados, sobretudo para o campo do direito, por esta autonomia e possibilidade de atuação independente de seus programadores e usuários. Em seguida, serão investigadas as principais razões que informam a personificação de entidades não humanas, sobretudo as chamadas pessoas jurídicas, como corporações, a fim de verificar se estas também se fazem presente em agentes artificiais autônomos. Os principais empecilhos atualmente existentes à personificação de agentes autônomos de inteligência artificial serão também apresentados. Finalmente, serão avaliados os diferentes regimes de responsabilidade civil passíveis de serem aplicados em duas hipóteses diversas, quais sejam, a de danos causados por uma inteligência artificial que podem ser rastreados à atuação de seus programadores, ao design da máquina, aos dados que lhe foram imputados, ou ao comportamento de seus usuários; e de danos não diretamente atribuíveis a indivíduos humanos, levantando-se a questão de quem deverá arcar com os custos.
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Na medida em que agentes artificiais se tornem capazes de agir de maneira verdadeiramente autônoma, isto é, independentemente de orientações humanas diretas, e baseando-se nas informações por eles próprios adquiridas e analisadas, será possível que eles realizem ações não antecipadas por seres humanos. Como resultado, surgem questionamentos acerca do tratamento jurídico a ser conferido a estes agentes autônomos de inteligência artificial, sobretudo no que diz respeito à imputação responsabilidade civil em caso de danos, e à possibilidade de alteração de seu status para o de pessoas, em oposição a meros objetos. Assim, a presente pesquisa ocupa-se das seguintes questões: a possibilidade de se personificar agentes artificiais autônomos, e os regimes de responsabilidade civil aplicáveis para os casos em que tal personificação não ocorra. A análise da personificação de agentes artificiais é realizada, portanto, dentro do contexto de existência de uma lacuna de responsabilidade, visando solucioná-la em casos em que a ocorrência de um dano causado pelo agente não possa ser diretamente atribuível a uma pessoa humana. Para tanto, inicialmente, serão apresentadas as principais características capazes de definir uma inteligência artificial como um agente autônomo, e os principais problemas ocasionados, sobretudo para o campo do direito, por esta autonomia e possibilidade de atuação independente de seus programadores e usuários. Em seguida, serão investigadas as principais razões que informam a personificação de entidades não humanas, sobretudo as chamadas pessoas jurídicas, como corporações, a fim de verificar se estas também se fazem presente em agentes artificiais autônomos. Os principais empecilhos atualmente existentes à personificação de agentes autônomos de inteligência artificial serão também apresentados. Finalmente, serão avaliados os diferentes regimes de responsabilidade civil passíveis de serem aplicados em duas hipóteses diversas, quais sejam, a de danos causados por uma inteligência artificial que podem ser rastreados à atuação de seus programadores, ao design da máquina, aos dados que lhe foram imputados, ou ao comportamento de seus usuários; e de danos não diretamente atribuíveis a indivíduos humanos, levantando-se a questão de quem deverá arcar com os custos.In today’s social and economic interactions, a new category of being is noticed with increasing frequency: the artificial agent. It is responsible for buying and selling goods online, for determining eligibility for benefits such as obtaining credit or medical assistance, for trading on the stock market, among numerous different everyday applications. However, the vast majority of these artificial agents do not yet have an essential feature: the autonomy to act independently from the direct inputs of human persons. They are, at most, semiautonomous, but research in the field of artificial intelligence indicates that this will not be the case in the near future. To the extent that artificial agents become able to act in a truly autonomous way, that is, regardless of direct human orientations, and based on information the agents themselves acquire and analyze, it will be possible for them to perform actions not anticipated by human beings. As a result, questions arise as to how the legal system should treat these autonomous artificial intelligence agents, especially in regards to the attribution of liability in the occurrence of damages, and the possibility of changing their legal status to that of persons, as opposed to mere objects. Thus, this research focuses on the following questions: the possibility of personifying autonomous artificial agents and the applicable liability regime for cases in which such personification does not occur. The analysis of the personification of artificial agents is carried out, therefore, within the context of the existence of a liability gap, and thus aiming to solve it in cases where the occurrence of damages caused by the agent cannot be directly attributable to a human person. In order to do so, initially, the main characteristics capable of defining an artificial intelligence as an autonomous agent will be presented, as well as the central problems caused by its autonomy and the possibility of independent action regarding its programmers and users, especially in the field of law. Then, the main reasons that inform the personification of non-human entities, particularly legal entities such as corporations, will be investigated in order to verify whether these reasons are also present in autonomous artificial agents. The main obstacles currently facing the personification of autonomous agents of artificial intelligence will also be presented. Finally, the different liability regimes that could be applied to them will be evaluated under two different contexts, namely, damages caused by artificial intelligence that can be traced back to the performance of its programmers, to the design of the machine, to the data used to train it, or to the behavior of its users; and damages not directly attributable to human individuals, raising the ultimate question of who should bear the costs.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITOInteligência artificialResponsabilidade civilPessoa jurídicaInteligência artificialPersonalidadePessoa jurídicaResponsabilidade civilInteligência artificial (IA): considerações sobre personalidade, imputação e responsabilidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação - Giovana Lopes.pdfDissertação - Giovana Lopes.pdfapplication/pdf2924331https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34056/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Giovana%20Lopes.pdf7476ce0fb7cf9a5b114d4d48ba168ce4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34056/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/340562020-08-26 17:37:05.501oai:repositorio.ufmg.br:1843/34056TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-08-26T20:37:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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