Quem sabe sobre aquele que não aprende? Um estudo sobre a medicalização da queixa escolar a partir dos discursos de profissionais da educação e da saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fábio Henrique Silva
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32885
Resumo: A pesquisa aqui apresentada teve por objetivo investigar o fenômeno da medicalização, que se evidencia no campo da Educação, a partir das demandas feitas pelos profissionais da educação aos profissionais da saúde. Observa-se que essas demandas se referem à solicitação de avaliação e intervenção junto às crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou problemas comportamentais. Há uma tentativa de explicar a queixa escolar a partir, exclusivamente, do saber médico-psicológico, evidenciando a incidência do discurso da ciência no campo da Educação. Por meio do levantamento bibliográfico realizado constatou-se que o pensamento foucaultiano constitui-se importante referência para o estudo do tema, pois o conceito de biopolítica contribui para a compreensão de como a medicalização da Educação se relaciona aos jogos de poder e à busca de legitimidade por meio do discurso científico da medicina. Um segundo marco recorrente é o da psicologia histórico-crítica, tomando como referência o trabalho de Maria Helena Souza Patto acerca da produção do fracasso escolar. Nele, a autora expõe os mecanismos de reprodução da contradição social imiscuídos ao processo de escolarização das classes desfavorecidas. Embora a pesquisa dialogue com essas produções, a abordagem da questão da medicalização se fundamentou nas contribuições da Psicanálise, seguindo a orientação lacaniana de que, na atualidade, presencia-se a copulação do discurso da ciência e do discurso capitalista. Nesse sentido, a medicalização é analisada como um modo de lidar com o mal-estar na Educação, com o impossível de educar e com o impossível de homogeneizar, no contexto de uma política que se pretende acessível a todos. A pesquisa empreendida caracterizou-se como um estudo exploratório cujo objetivo geral foi analisar os discursos de profissionais da área da Educação e da Saúde acerca do tema da medicalização. Valendo-se da noção de Discurso, proposta por Lacan, utilizou-se como procedimento de coleta de dados a realização de entrevistas semi-estruturadas. Para tanto, foram entrevistadas seis professoras e sete profissionais da sáude atuantes em uma escola pública de educação básica e em equipamentos de saúde de uma cidade do interior de Minas Gerais. Os dados levantados permitiram verificar que os marcadores identificados nas pesquisas da década de 1980 ainda permanecem. Assim, a noção de família disfuncional, de precariedade sociocultural, bem como a noção de déficit (do aluno que não aprende), continuam vigorando como modos de explicar o fracasso escolar. A leitura psicanalítica, por sua vez, auxiliou no entendimento da questão da medicalização a partir de um eixo no qual foi possível escutar os sujeitos e compreender seus posicionamentos a partir de seus enunciados, focalizando três pontos: Primeiro, o discurso de mestria dos profissionais da saúde, que ocupam o lugar de especialistas, acolhendo a demanda das instituições escolares e respondendo a partir de um saber que se supõe infalível e verdadeiro. Segundo, a posição de fracasso na qual os profissionais de educação se colocam frente à criança que não aprende. E, por fim, o terceiro ponto que indica o quanto o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), torna-se paradigmático para o estudo do fracasso escolar, sendo tomado, em geral, como a hipótese inicial para identificar a causa da não aprendizagem.
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Por meio do levantamento bibliográfico realizado constatou-se que o pensamento foucaultiano constitui-se importante referência para o estudo do tema, pois o conceito de biopolítica contribui para a compreensão de como a medicalização da Educação se relaciona aos jogos de poder e à busca de legitimidade por meio do discurso científico da medicina. Um segundo marco recorrente é o da psicologia histórico-crítica, tomando como referência o trabalho de Maria Helena Souza Patto acerca da produção do fracasso escolar. Nele, a autora expõe os mecanismos de reprodução da contradição social imiscuídos ao processo de escolarização das classes desfavorecidas. Embora a pesquisa dialogue com essas produções, a abordagem da questão da medicalização se fundamentou nas contribuições da Psicanálise, seguindo a orientação lacaniana de que, na atualidade, presencia-se a copulação do discurso da ciência e do discurso capitalista. Nesse sentido, a medicalização é analisada como um modo de lidar com o mal-estar na Educação, com o impossível de educar e com o impossível de homogeneizar, no contexto de uma política que se pretende acessível a todos. A pesquisa empreendida caracterizou-se como um estudo exploratório cujo objetivo geral foi analisar os discursos de profissionais da área da Educação e da Saúde acerca do tema da medicalização. Valendo-se da noção de Discurso, proposta por Lacan, utilizou-se como procedimento de coleta de dados a realização de entrevistas semi-estruturadas. Para tanto, foram entrevistadas seis professoras e sete profissionais da sáude atuantes em uma escola pública de educação básica e em equipamentos de saúde de uma cidade do interior de Minas Gerais. Os dados levantados permitiram verificar que os marcadores identificados nas pesquisas da década de 1980 ainda permanecem. Assim, a noção de família disfuncional, de precariedade sociocultural, bem como a noção de déficit (do aluno que não aprende), continuam vigorando como modos de explicar o fracasso escolar. A leitura psicanalítica, por sua vez, auxiliou no entendimento da questão da medicalização a partir de um eixo no qual foi possível escutar os sujeitos e compreender seus posicionamentos a partir de seus enunciados, focalizando três pontos: Primeiro, o discurso de mestria dos profissionais da saúde, que ocupam o lugar de especialistas, acolhendo a demanda das instituições escolares e respondendo a partir de um saber que se supõe infalível e verdadeiro. Segundo, a posição de fracasso na qual os profissionais de educação se colocam frente à criança que não aprende. E, por fim, o terceiro ponto que indica o quanto o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), torna-se paradigmático para o estudo do fracasso escolar, sendo tomado, em geral, como a hipótese inicial para identificar a causa da não aprendizagem.The research’s objective is investigate the medicalization phenomenon who happen in area of education, who starts with the solicitations from education professionals to health professionals. We can observe who this solicitations are about solicitations for evaluations and interventions with this children, who present difficulties to learn and behavioral problems. There is a tentative to explain the school complaint only through the knowledge doctor-psychological, evidencing the incidence from science discourse in education area. Across the bibliographical survey, we can verify who the Foucault’s thinking is an important reference for the study of this theme the concept of biopolitics contribute for the comprehension how the medicalization of the education is related to power games and is looking for the legitimation from scientific discourse. A second important reference is critical historical psychology, the writer Maria Helena Souza Patto and his work about the production of school failure. This authoress exposes the mechanism of reproduction of social contradiction meddle with the process of schooling to unfavorable cases. This research dialogues with these works however the medicalization question is grounded in contribution of psychoanalysis, according to lacanian orientation who affirm then, nowadays, there is a copulation across science discourse and capitalist discourse. This way, the medicalization is analyzed like a way for deal with the unwell in education, with the impossible to educate and the impossible to homogenize in a context of a politician who pretends for all. This research was characterized by a exploratory study with the objective to analyze the discourses of professionals of education area and health area about the medicalization theme. Was realized semi structured interviews. For this, was interviewed six teachers and seven professionals of health area, who actuate in a public school of basic education. The answers of these interviews provide verify who the data identified in 1980 still remain. The notion of dysfunctional family, sociocultural precarity, and deficit in a student who don’t learn, still prevail how a way to explain the school failure. A psychoanalytical reading help to understand the medicalization question through the listening of the subjects and your positions perceived in your enunciated, focusing in three points: First - the mastery discourse of health professionals, who occupy the place of specialists, received the solicitations of the schools and answering as of a knowledge supposed infallible and truthful. Second – the failure position of the education professionals put themselves when they are through the students of don’t learn. And, finally, third point – who indicate how much the Attention Deficit Hyperactivity Disorder become paradigmatic for the study of the school failure, being used, in general, as an first hypothesis for to identify the reason of the no learn.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOPsicologia educacionalPsicanálise e educaçãoDistúrbios da aprendizagemMedicalizaçãoEducaçãoPsicanáliseMedicalizaçãoDiscursoQuem sabe sobre aquele que não aprende? Um estudo sobre a medicalização da queixa escolar a partir dos discursos de profissionais da educação e da saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDISSERTACAO - arquivo final FÁBIO SILVA - FaE UFMG.pdfDISSERTACAO - arquivo final FÁBIO SILVA - FaE UFMG.pdfapplication/pdf4939408https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32885/1/DISSERTACAO%20-%20arquivo%20final%20F%c3%81BIO%20SILVA%20-%20FaE%20UFMG.pdf1a6a2cdf092db133ca6344bb7d4a0e2fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32885/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTDISSERTACAO - arquivo final FÁBIO SILVA - FaE UFMG.pdf.txtDISSERTACAO - arquivo final FÁBIO SILVA - FaE UFMG.pdf.txtExtracted texttext/plain449587https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32885/3/DISSERTACAO%20-%20arquivo%20final%20F%c3%81BIO%20SILVA%20-%20FaE%20UFMG.pdf.txtf4cd0fbffbd85b0c72245e45c8176a14MD531843/328852020-03-13 03:42:05.27oai:repositorio.ufmg.br:1843/32885TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-03-13T06:42:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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