Menino veste azul e menina veste rosa: o controle do corpo no discurso político
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Universitário da Ânima (RUNA) |
Texto Completo: | https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/17561 |
Resumo: | A partir do enunciado que gerou polêmica no cenário político brasileiro “menino veste azul e menina veste rosa”, proferido pela Ministra Damares Alves em janeiro de 2019, objetiva-se nesta pesquisa compreender de que modo as questões suscitadas por esta fala se articulam as formas de regulação do corpo e da sexualidade no contexto político e em que práticas este discurso acaba se materializando. Ao buscar compreender a configuração do discurso político que se coloca aí, a presente pesquisa se apoia nas perspectivas teóricas da Análise de Discurso materialista e da Psicanálise freudo-lacaniana, uma vez que as relações de vizinhança entre ambas podem ajudar a pensar o corpo em sua subjetividade, como materialidade discursiva sujeita a controle. Para trabalhar as questões relacionadas aos estudos de gênero, teoria queer e feminismo utilizaremos também os postulados teóricos de Preciado (2017); Butler (2020a), (2020b) e (2020c); Foucault (1998), (1999) e (2005); Beauvoir (2016a), (2016b); Gonzalez (1982) e Federici (2017), que poderão contribuir para a construção do processo de análise. O corpus de pesquisa será composto pelo enunciado, tomado aqui como enunciado-base, proferido por Damares Alves e por três materialidades que podem ajudar a pensar como esta tentativa de regulação do corpo no campo político pode se materializar nas esferas nacional, estadual e municipal respectivamente, sob a forma de Projeto de Lei Nº 193 de 2016 do Senado Federal (PL-193, 2016); a Proposta de Emenda à Constituição PEC/0011.1/2019 de Santa Catarina, que objetivou alterar o inciso IV do art. 164 da Constituição Estadual; e a Lei Nº 4268, de 24 de julho de 2015, que, alinhada aos princípios que depois seriam base para o Escola sem partido, que aprovou o Plano Municipal de Educação de Tubarão SC. Considerando que todo discurso configura-se ideologicamente e que não há uma palavra neutra, “menino veste azul e menina veste rosa” leva a um olhar sobre os não-ditos e o engendramento decorrente dessa narrativa, promovendo uma reflexão sobre o lugar ocupado pelas regulações do corpo no momento atual da política brasileira a ponto de ter se transformado em pauta nas eleições de 2018 e mesmo depois. |
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