Música e resistência no contexto da guerra fria : a censura e os movimentos artísticos na ditadura militar brasileira

• Autor(a) principal: Amorim, Maria
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
• Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/20177
• topic: Guerra fria; Ditadura militar; Censura; Música

A presente pesquisa tem por objetivo analisar a censura durante a Ditadura Militar brasileira através das músicas e dos movimentos artísticos contrários à época. Para isso, procurou-se criar embasamento teórico por meio de bibliografias e notícias existentes que tratam do tema em questão. Desta forma, para entender como se originou o movimento artístico e a sua relevância dentro desse contexto, é necessário analisar o cenário internacional da época e inicialmente compreender como os reflexos da Guerra Fria na América Latina levaram à ascensão da Ditadura Militar no Brasil. Além disso, será definido a quartão da ditadura e da censura, temas fundamentais para a compreensão do cenário da música e dos movimentos artísticos no país durante esse período. As manifestações culturais e artísticas representam uma forma interessante de criar realidades e construir mundos. Eles mostram uma imagem de seu tempo como poucas outras atividades humanas podem. Tornam-se assim uma forma prática de transferir valores e construir o que se denomina "bom senso". Eles determinam, em maior ou menor grau, o que é certo e o que é errado dentro de uma sociedade. Em outras palavras, eles são um meio muito eficaz para a construção, disseminação e legitimação de discursos. Por isso, historicamente, as classes dominantes de qualquer sociedade têm usado a arte e suas diferentes manifestações como uma forma muito eficiente de construir ou fortalecer as ideias dominantes. As manifestações culturais e artísticas são então colocadas como mais um fator dentro do que se denomina de exercício do poder, uma vez que grande parte da sociedade aceita essas ideias impostas de cima sem maiores questionamentos, o que as legitima como cultura oficial. No entanto, também em todas as sociedades, que mais ou menos dependendo do grau de repressão e autoritarismo que nela prevalece, surgem vozes dissidentes que se recusam a assimilar o que lhes é imposto, assumindo uma postura crítica e criando as suas próprias manifestações intelectuais e artísticas, geralmente muito mais próximos da realidade do que aqueles disseminados pelos círculos de poder.