Nas águas do imaginário catarinense: da mitanálise às camadas de (re)significação simbólica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Elton Luiz
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/25151
Resumo: O imaginário de Santa Catarina é formado por uma harmoniosa convivência de identidades multiculturais, abastecidos por memórias e recortes históricos carregados de paisagens míticas, um enredamento de significantes e significados complementares. A tese, então, no sentido de pertença na interpretação, explora as reflexões que tratam dos aspectos da ressignificação simbólica na Teoria Geral do Imaginário como forma de experienciar e alcançar o que vem a manifestar-se no imaginário contemporâneo, mobilizador e motivador da identidade cultural local. Traçado como hipótese a ser investigada uma transformação fundamental no imaginário da comunidade imaginada catarinense, uma (re)significação da sua identidade cultural, a pesquisa desenvolveu-se na seguinte problemática: podem as representações simbólicas de uma dada identidade cultural perder-se, escoar-se no tempo, a ponto da sua concepção histórica original ceder espaço a outras para ressignificar e engendrar um vicejante imaginário social local? Na busca desta resposta, objetivou-se ordenar as camadas de (re)significação simbólica no imaginário catarinense que remetem para o arranjo da sua identidade, de modo específico em fundamentar e aplicar, como instrumentalização, a mitanálise – proposta metodológica da Teoria do Imaginário durandiano – a fim de organizar a bacia semântica e a tópica sociocultural para explicitar, no percurso (história / memória / contemporaneidade) de suas representações, o trajeto sociológico, as permanências e as dinâmicas mitogênicas constitutivas da identidade sociocultural local. Tendo estudados os conceitos da caracterização do símbolo para lá de suas significações concretas, e verificando os ciclos de transformação, vieram à tona três camadas significativas complementares e, sobretudo, afetivas neste imaginário particular: um sentido originário da alcunha gloriosa do barriga-verde que foi se apagando, escurecendo, para se racionalizar, institucionalizar espontaneamente como sutil aura local ao referir-se como gentílico geográfico catarinense; um multiculturalismo europeu que não abandonou as raízes do ‘velho continente’, pelo contrário, manteve, as ressignificou, e se firma num sensível pertencimento nostálgico de sua ancestralidade; e como hipótese contemporânea, a figura heroico-midiática de Gustavo Kuerten proporciona um reavivamento da representação estética do manezinho, prestígio que exerce poder gregário nos catarinenses e (re)valoriza as raízes identitárias.
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