O que a história (não) conta: entre silêncio e memória na obra primeira missa no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro Barros, carolina
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/25759
Resumo: A presente tese propõe abordar o funcionamento discursivo da pintura Primeira missa no Brasil (1861), do catarinense Victor Meirelles de Lima. O objetivo geral é investigar como se dá o funcionamento do silêncio e do silenciamento no confronto entre indígenas e portugueses na mobilização do funcionamento das formações imaginárias. A análise tratou de observar a imagem (fotográfica) da pintura e verificar como ela funciona, problematizando a Primeira Missa no movimento de transfiguração relativo à Carta de Pero Vaz de Caminha (século XVI), considerando os aspectos imaginários e silenciados que estiveram envolvidos no discurso religioso. Procuramos, assim, contribuir para as pesquisas voltadas para manifestações do discurso religioso seguindo como base os parâmetros teóricos e metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa, mobilizados por Eni Orlandi, e as noções sobre o não verbal trazidas por Tânia Clemente de Souza. Buscando identificar possíveis efeitos de sentido diante da gama diversa de discursos que envolvem tal materialidade, focamos nos conceitos de Silêncio e Memória, o que nos permitiu discorrer sobre a pintura da primeira missa no campo não verbal da imagem. Uma pesquisa de cunho bibliográfico fez-se necessária para produzir sentidos sobre os conceitos propostos nesta pesquisa. A análise centralizou na compreensão da leitura de imagens a partir de fatores ideológicos e sócio-históricos que circulam e ganham notoriedade até os dias atuais. Entendemos que a imagem da Primeira missa no Brasil sofreu alterações de acordo com as condições de produção dadas da época, realizadas desde a escrita da Carta por Pero Vaz de Caminha (sujeito-assujeitado) no século XVI até Victor Meirelles, na releitura para a pintura da obra. Ao analisarmos minuciosamente os personagens, considerando os recortes verbais e não verbais, nos deparamos com marcas discursivas, efeitos de sentidos que determinam o Catolicismo como preponderante, apagando quase totalmente as outras religiões de grupos indígenas existentes no país, uma vez que estão relatados na Carta e na imagem de Meirelles. Também entendemos que todos os personagens descritos na obra sofrem suas mudanças ao longo do tempo e época, em suas transfigurações, e, a partir da releitura, foram colocados em novas condições de produção de acordo com as suas posições sociais.
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