Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000500424 |
Resumo: | RESUMO Introdução Considerando a prevalência dos transtornos mentais, é essencial que qualquer médico seja capaz de prestar assistência qualificada e humanizada a pessoas em sofrimento psíquico. No entanto, o usual estigma e a falta de conhecimento no manejo das doenças mentais por parte dos médicos podem representar uma barreira de acesso e ineficiência importante enfrentada pelos pacientes no sistema de saúde. Objetivo Estimar o ganho de aprendizado percebido e a redução de estigma em relação a pessoas portadoras de esquizofrenia por estudantes de Medicina após a exposição ao estágio obrigatório no internato numa escola médica pública no Distrito Federal. Método Estudo quasi-experimental para avaliação de impacto de programa educacional durante o internato médico em saúde mental. A amostra consistiu em 35 estudantes do último ano do curso de Medicina. Foram aplicados questionários para aferição do grau e tipificação do estigma em relação à esquizofrenia e à autopercepção sobre manejo de medicamentos e sobre tratamento de doenças psiquiátricas. Os instrumentos utilizaram uma escala do tipo Likert de três pontos para aferição dos resultados. Os questionários foram aplicados imediatamente antes e após a exposição ao programa educacional, que teve duração de quatro semanas. Os valores médios de autopercepção e estigma foram comparados entre os dois momentos empregando-se o teste t de Student emparelhado. Resultados Não houve mudança significativa do grau de estigmatização nas dimensões avaliadas (estereótipo total, p = .230; preconceito percebido, p = .172; distância social, p = .209; direitos civis, p = .837). Quanto à autopercepção de conhecimento, os valores médios do número de resposta igual a 3 e a soma no momento pós- são significativamente maiores que no momento pré- (p = .007 e p < .0001, respectivamente). Os ganhos não se mostraram associados significativamente com as variáveis demográficas. Conclusão A despeito do ganho em conhecimento, a imersão em saúde mental no internato do curso de Medicina ao longo de quatro semanas não se mostrou eficaz para mudança no estigma. É possível que a curta duração da intervenção implique contato insuficiente com o portador de doença mental para redução do estigma. Sugerimos a realização de novos trabalhos com ampliação da amostra e com desenhos experimentais. |
id |
ABEM-1_167f10adbe5d2f9cfd9768ac0fece422 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0100-55022019000500424 |
network_acronym_str |
ABEM-1 |
network_name_str |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos MentaisEstigmaSaúde MentalEducação MédicaInternatoCurrículo MédicoRESUMO Introdução Considerando a prevalência dos transtornos mentais, é essencial que qualquer médico seja capaz de prestar assistência qualificada e humanizada a pessoas em sofrimento psíquico. No entanto, o usual estigma e a falta de conhecimento no manejo das doenças mentais por parte dos médicos podem representar uma barreira de acesso e ineficiência importante enfrentada pelos pacientes no sistema de saúde. Objetivo Estimar o ganho de aprendizado percebido e a redução de estigma em relação a pessoas portadoras de esquizofrenia por estudantes de Medicina após a exposição ao estágio obrigatório no internato numa escola médica pública no Distrito Federal. Método Estudo quasi-experimental para avaliação de impacto de programa educacional durante o internato médico em saúde mental. A amostra consistiu em 35 estudantes do último ano do curso de Medicina. Foram aplicados questionários para aferição do grau e tipificação do estigma em relação à esquizofrenia e à autopercepção sobre manejo de medicamentos e sobre tratamento de doenças psiquiátricas. Os instrumentos utilizaram uma escala do tipo Likert de três pontos para aferição dos resultados. Os questionários foram aplicados imediatamente antes e após a exposição ao programa educacional, que teve duração de quatro semanas. Os valores médios de autopercepção e estigma foram comparados entre os dois momentos empregando-se o teste t de Student emparelhado. Resultados Não houve mudança significativa do grau de estigmatização nas dimensões avaliadas (estereótipo total, p = .230; preconceito percebido, p = .172; distância social, p = .209; direitos civis, p = .837). Quanto à autopercepção de conhecimento, os valores médios do número de resposta igual a 3 e a soma no momento pós- são significativamente maiores que no momento pré- (p = .007 e p < .0001, respectivamente). Os ganhos não se mostraram associados significativamente com as variáveis demográficas. Conclusão A despeito do ganho em conhecimento, a imersão em saúde mental no internato do curso de Medicina ao longo de quatro semanas não se mostrou eficaz para mudança no estigma. É possível que a curta duração da intervenção implique contato insuficiente com o portador de doença mental para redução do estigma. Sugerimos a realização de novos trabalhos com ampliação da amostra e com desenhos experimentais.Associação Brasileira de Educação Médica2019-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000500424Revista Brasileira de Educação Médica v.43 n.1 suppl.1 2019reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)instacron:ABEM10.1590/1981-5271v43suplemento1-20180277info:eu-repo/semantics/openAccessAraújo,Gabriel de OliveiraRamos,Mariana Mendonça FerreiraSuarte,Antonio Pedro de Melo MoreiraCoutinho,Lays GenroBraga,Bárbara VidigalBlanco-Vieira,Thiagopor2020-01-27T00:00:00Zoai:scielo:S0100-55022019000500424Revistahttp://www.educacaomedica.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br1981-52710100-5502opendoar:2020-01-27T00:00Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
title |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
spellingShingle |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais Araújo,Gabriel de Oliveira Estigma Saúde Mental Educação Médica Internato Currículo Médico |
title_short |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
title_full |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
title_fullStr |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
title_full_unstemmed |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
title_sort |
Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais |
author |
Araújo,Gabriel de Oliveira |
author_facet |
Araújo,Gabriel de Oliveira Ramos,Mariana Mendonça Ferreira Suarte,Antonio Pedro de Melo Moreira Coutinho,Lays Genro Braga,Bárbara Vidigal Blanco-Vieira,Thiago |
author_role |
author |
author2 |
Ramos,Mariana Mendonça Ferreira Suarte,Antonio Pedro de Melo Moreira Coutinho,Lays Genro Braga,Bárbara Vidigal Blanco-Vieira,Thiago |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Araújo,Gabriel de Oliveira Ramos,Mariana Mendonça Ferreira Suarte,Antonio Pedro de Melo Moreira Coutinho,Lays Genro Braga,Bárbara Vidigal Blanco-Vieira,Thiago |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Estigma Saúde Mental Educação Médica Internato Currículo Médico |
topic |
Estigma Saúde Mental Educação Médica Internato Currículo Médico |
description |
RESUMO Introdução Considerando a prevalência dos transtornos mentais, é essencial que qualquer médico seja capaz de prestar assistência qualificada e humanizada a pessoas em sofrimento psíquico. No entanto, o usual estigma e a falta de conhecimento no manejo das doenças mentais por parte dos médicos podem representar uma barreira de acesso e ineficiência importante enfrentada pelos pacientes no sistema de saúde. Objetivo Estimar o ganho de aprendizado percebido e a redução de estigma em relação a pessoas portadoras de esquizofrenia por estudantes de Medicina após a exposição ao estágio obrigatório no internato numa escola médica pública no Distrito Federal. Método Estudo quasi-experimental para avaliação de impacto de programa educacional durante o internato médico em saúde mental. A amostra consistiu em 35 estudantes do último ano do curso de Medicina. Foram aplicados questionários para aferição do grau e tipificação do estigma em relação à esquizofrenia e à autopercepção sobre manejo de medicamentos e sobre tratamento de doenças psiquiátricas. Os instrumentos utilizaram uma escala do tipo Likert de três pontos para aferição dos resultados. Os questionários foram aplicados imediatamente antes e após a exposição ao programa educacional, que teve duração de quatro semanas. Os valores médios de autopercepção e estigma foram comparados entre os dois momentos empregando-se o teste t de Student emparelhado. Resultados Não houve mudança significativa do grau de estigmatização nas dimensões avaliadas (estereótipo total, p = .230; preconceito percebido, p = .172; distância social, p = .209; direitos civis, p = .837). Quanto à autopercepção de conhecimento, os valores médios do número de resposta igual a 3 e a soma no momento pós- são significativamente maiores que no momento pré- (p = .007 e p < .0001, respectivamente). Os ganhos não se mostraram associados significativamente com as variáveis demográficas. Conclusão A despeito do ganho em conhecimento, a imersão em saúde mental no internato do curso de Medicina ao longo de quatro semanas não se mostrou eficaz para mudança no estigma. É possível que a curta duração da intervenção implique contato insuficiente com o portador de doença mental para redução do estigma. Sugerimos a realização de novos trabalhos com ampliação da amostra e com desenhos experimentais. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000500424 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000500424 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/1981-5271v43suplemento1-20180277 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Educação Médica |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Educação Médica |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação Médica v.43 n.1 suppl.1 2019 reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online) instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) instacron:ABEM |
instname_str |
Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) |
instacron_str |
ABEM |
institution |
ABEM |
reponame_str |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
collection |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br |
_version_ |
1754303007787319296 |