Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morgan,Henri Luiz
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Petry,Arthur Franzen, Licks,Pedro Afonso Keller, Ballester,Artur Oliveira, Teixeira,Kellwin Nery, Dumith,Samuel C.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000100102
Resumo: RESUMO Introdução Substâncias psicoestimulantes são aquelas com capacidade de aumentar o estado de alerta e a motivação, além de possuírem propriedades antidepressivas, de melhora no humor e no desempenho cognitivo. Por esse motivo, muitos estudantes fazem consumo indiscriminado dessas substâncias. O objetivo deste estudo foi investigar o uso de substâncias estimulantes do sistema nervoso central pelos estudantes de graduação em Medicina da Universidade Federal do Rio Grande – Furg (RS), verificando as substâncias mais utilizadas, os motivos de uso e o perfil dos usuários. Métodos Foi realizado um estudo quantitativo observacional do tipo transversal com 200 estudantes de graduação em Medicina da Furg, matriculados nessa instituição no segundo semestre de 2015. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário padronizado e de autopreenchimento, com questões demográficas, comportamentais e sobre o uso de estimulantes. Foram coletadas informações acerca do consumo de cafeína, metilfenidato (Ritalina®), modafinil, piracetam, bebidas energéticas, anfetaminas e MDMA (ecstasy). Os dados foram analisados pelo teste exato de Fisher no pacote estatístico Stata 11.2. Resultados A prevalência de uso de substâncias estimulantes na vida foi de 57,5% (IC95% 50,9 a 64,4), sendo que 51,3% destes começaram a usá-las durante a faculdade. O uso de psicoestimulantes no momento da pesquisa teve prevalência de 52,3% (IC95% 45,3 a 59,3), valendo destacar que 16,6% dos estudantes consumiam mais de uma substância psicoestimulante. As substâncias mais consumidas foram bebidas energéticas (38,0%) e cafeína mais de cinco vezes por semana (27,0%). O consumo de estimulantes foi maior entre os estudantes das séries iniciais do curso. Os principais motivos alegados para o consumo de estimulantes foram compensar a privação de sono (47,4%) e melhorar raciocínio, atenção e/ou memória (31,6%). Em relação aos efeitos percebidos com o uso de estimulantes, 81,2% relataram redução do sono, 70,8% perceberam melhora na concentração, 58,0%, 56,1% e 54,0% reportaram, respectivamente, redução da fadiga, melhora no raciocínio e melhora do bem-estar. Conclusões O consumo de estimulantes entre os estudantes de Medicina foi elevado. Mais da metade dos estudantes relataram consumir psicoestimulantes, e um em cada três destes usou para melhorar o desempenho cognitivo. O uso dessas substâncias foi considerado eficaz pela maioria dos usuários, o que pode dificultar o combate a esse consumo.
id ABEM-1_445771a383ca0071f598120b95539150
oai_identifier_str oai:scielo:S0100-55022017000100102
network_acronym_str ABEM-1
network_name_str Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
repository_id_str
spelling Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos PercebidosEstimulantes do Sistema Nervoso CentralEstudantes de MedicinaPrevalênciaBebidas EnergéticasCafeínaMetilfenidatoRESUMO Introdução Substâncias psicoestimulantes são aquelas com capacidade de aumentar o estado de alerta e a motivação, além de possuírem propriedades antidepressivas, de melhora no humor e no desempenho cognitivo. Por esse motivo, muitos estudantes fazem consumo indiscriminado dessas substâncias. O objetivo deste estudo foi investigar o uso de substâncias estimulantes do sistema nervoso central pelos estudantes de graduação em Medicina da Universidade Federal do Rio Grande – Furg (RS), verificando as substâncias mais utilizadas, os motivos de uso e o perfil dos usuários. Métodos Foi realizado um estudo quantitativo observacional do tipo transversal com 200 estudantes de graduação em Medicina da Furg, matriculados nessa instituição no segundo semestre de 2015. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário padronizado e de autopreenchimento, com questões demográficas, comportamentais e sobre o uso de estimulantes. Foram coletadas informações acerca do consumo de cafeína, metilfenidato (Ritalina®), modafinil, piracetam, bebidas energéticas, anfetaminas e MDMA (ecstasy). Os dados foram analisados pelo teste exato de Fisher no pacote estatístico Stata 11.2. Resultados A prevalência de uso de substâncias estimulantes na vida foi de 57,5% (IC95% 50,9 a 64,4), sendo que 51,3% destes começaram a usá-las durante a faculdade. O uso de psicoestimulantes no momento da pesquisa teve prevalência de 52,3% (IC95% 45,3 a 59,3), valendo destacar que 16,6% dos estudantes consumiam mais de uma substância psicoestimulante. As substâncias mais consumidas foram bebidas energéticas (38,0%) e cafeína mais de cinco vezes por semana (27,0%). O consumo de estimulantes foi maior entre os estudantes das séries iniciais do curso. Os principais motivos alegados para o consumo de estimulantes foram compensar a privação de sono (47,4%) e melhorar raciocínio, atenção e/ou memória (31,6%). Em relação aos efeitos percebidos com o uso de estimulantes, 81,2% relataram redução do sono, 70,8% perceberam melhora na concentração, 58,0%, 56,1% e 54,0% reportaram, respectivamente, redução da fadiga, melhora no raciocínio e melhora do bem-estar. Conclusões O consumo de estimulantes entre os estudantes de Medicina foi elevado. Mais da metade dos estudantes relataram consumir psicoestimulantes, e um em cada três destes usou para melhorar o desempenho cognitivo. O uso dessas substâncias foi considerado eficaz pela maioria dos usuários, o que pode dificultar o combate a esse consumo.Associação Brasileira de Educação Médica2017-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000100102Revista Brasileira de Educação Médica v.41 n.1 2017reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)instacron:ABEM10.1590/1981-52712015v41n1rb20160035info:eu-repo/semantics/openAccessMorgan,Henri LuizPetry,Arthur FranzenLicks,Pedro Afonso KellerBallester,Artur OliveiraTeixeira,Kellwin NeryDumith,Samuel C.por2017-05-03T00:00:00Zoai:scielo:S0100-55022017000100102Revistahttp://www.educacaomedica.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br1981-52710100-5502opendoar:2017-05-03T00:00Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)false
dc.title.none.fl_str_mv Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
title Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
spellingShingle Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
Morgan,Henri Luiz
Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Estudantes de Medicina
Prevalência
Bebidas Energéticas
Cafeína
Metilfenidato
title_short Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
title_full Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
title_fullStr Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
title_full_unstemmed Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
title_sort Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos
author Morgan,Henri Luiz
author_facet Morgan,Henri Luiz
Petry,Arthur Franzen
Licks,Pedro Afonso Keller
Ballester,Artur Oliveira
Teixeira,Kellwin Nery
Dumith,Samuel C.
author_role author
author2 Petry,Arthur Franzen
Licks,Pedro Afonso Keller
Ballester,Artur Oliveira
Teixeira,Kellwin Nery
Dumith,Samuel C.
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Morgan,Henri Luiz
Petry,Arthur Franzen
Licks,Pedro Afonso Keller
Ballester,Artur Oliveira
Teixeira,Kellwin Nery
Dumith,Samuel C.
dc.subject.por.fl_str_mv Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Estudantes de Medicina
Prevalência
Bebidas Energéticas
Cafeína
Metilfenidato
topic Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Estudantes de Medicina
Prevalência
Bebidas Energéticas
Cafeína
Metilfenidato
description RESUMO Introdução Substâncias psicoestimulantes são aquelas com capacidade de aumentar o estado de alerta e a motivação, além de possuírem propriedades antidepressivas, de melhora no humor e no desempenho cognitivo. Por esse motivo, muitos estudantes fazem consumo indiscriminado dessas substâncias. O objetivo deste estudo foi investigar o uso de substâncias estimulantes do sistema nervoso central pelos estudantes de graduação em Medicina da Universidade Federal do Rio Grande – Furg (RS), verificando as substâncias mais utilizadas, os motivos de uso e o perfil dos usuários. Métodos Foi realizado um estudo quantitativo observacional do tipo transversal com 200 estudantes de graduação em Medicina da Furg, matriculados nessa instituição no segundo semestre de 2015. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário padronizado e de autopreenchimento, com questões demográficas, comportamentais e sobre o uso de estimulantes. Foram coletadas informações acerca do consumo de cafeína, metilfenidato (Ritalina®), modafinil, piracetam, bebidas energéticas, anfetaminas e MDMA (ecstasy). Os dados foram analisados pelo teste exato de Fisher no pacote estatístico Stata 11.2. Resultados A prevalência de uso de substâncias estimulantes na vida foi de 57,5% (IC95% 50,9 a 64,4), sendo que 51,3% destes começaram a usá-las durante a faculdade. O uso de psicoestimulantes no momento da pesquisa teve prevalência de 52,3% (IC95% 45,3 a 59,3), valendo destacar que 16,6% dos estudantes consumiam mais de uma substância psicoestimulante. As substâncias mais consumidas foram bebidas energéticas (38,0%) e cafeína mais de cinco vezes por semana (27,0%). O consumo de estimulantes foi maior entre os estudantes das séries iniciais do curso. Os principais motivos alegados para o consumo de estimulantes foram compensar a privação de sono (47,4%) e melhorar raciocínio, atenção e/ou memória (31,6%). Em relação aos efeitos percebidos com o uso de estimulantes, 81,2% relataram redução do sono, 70,8% perceberam melhora na concentração, 58,0%, 56,1% e 54,0% reportaram, respectivamente, redução da fadiga, melhora no raciocínio e melhora do bem-estar. Conclusões O consumo de estimulantes entre os estudantes de Medicina foi elevado. Mais da metade dos estudantes relataram consumir psicoestimulantes, e um em cada três destes usou para melhorar o desempenho cognitivo. O uso dessas substâncias foi considerado eficaz pela maioria dos usuários, o que pode dificultar o combate a esse consumo.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000100102
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000100102
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/1981-52712015v41n1rb20160035
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Educação Médica
publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Educação Médica
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Educação Médica v.41 n.1 2017
reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
instacron:ABEM
instname_str Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
instacron_str ABEM
institution ABEM
reponame_str Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
collection Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
repository.mail.fl_str_mv revista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br
_version_ 1754303006497570816