Percepção e Vivência da Morte de Estudante de Medicina durante a Graduação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correia,Divanise Suruagy
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Taveira,Marias das Graças Monte Mello, Marques,Andrea Marques Vanderlei Ferreira Andrea, Chagas,Raissa Ruperto Souza, Castro,Cecilia Frazão, Cavalcanti,Sandra Lopes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022020000100206
Resumo: Resumo: Introdução: o estudo da morte envolve a exploração que o indivíduo faz na busca de si mesmo. A Medicina tende a negá-la e controlá-la por meio de avanços tecnológicos e medicalização, o que leva ao pensamento de que o médico pode regular a duração dela. A morte é carregada de significados simbólicos e faz parte do processo de desenvolvimento humano, contudo muitas vezes é desconhecida do estudante de Medicina, o que leva ao temor pela indefinição do momento em que ocorrerá o encontro. Inerente às atividades do médico, há a crença de que poderá ser sempre evitada, sendo entendida como falha ou insucesso do tratamento, ou como desconhecimento do profissional, provocando ansiedade e cobrança tanto por parte da população como dos médicos. Este estudo objetivou relatar a vivência e percepção sobre a morte entre estudantes de Medicina. Método: trata-se se um estudo qualitativo, observacional, realizado com 50 alunos de três períodos de um curso de Medicina em Alagoas, em 2018. Usou-se um questionário com a seguinte pergunta aberta: “Após a vivência da morte durante o curso, o que mudou na sua atuação como estudante e na sua vida?”. Os dados foram analisados manualmente em quatro etapas. A primeira fase consistiu na organização dos dados, procurando ideias que emergiram das respostas à questão norteadora, quando foi realizada a pré-análise, por meio de uma leitura aprofundada, na busca da criação das categorias, uma vez que elas não foram elaboradas previamente. A segunda fase correspondeu à elaboração da segunda planilha que armazenou as ideias explícitas (categorias provisórias) e implícitas (focos) com a identificação dos sentidos. A terceira fase procurou responder à pergunta da pesquisa por meio das unidades de registro, em que se relacionou a fala com o foco/tema e se identificou o sentido da inferência. A quarta fase compreendeu duas planilhas: uma com a interpretação dos focos e suas unidades de registros e outra com elaboração de síntese para cada foco. A vivência da morte pode acontecer em relação ao outro ou à própria morte, ocorrendo diferenças nos dois processos. Aqui abordagem concentrou-se na morte do outro e em como ela é vivenciada pelo estudante de Medicina durante a graduação. Resultados: Os dados obtidos resultaram em três categorias relacionadas à vivência da morte durante a graduação, refletindo o preparo ou não para lidar com o fenômeno. Cada categoria apresentou duas subcategorias: significação da morte, com as subcategorias “vida pessoal” e “vida profissional”; qualificação profissional, com as subcategorias “limites de atuação profissional” e “curso em relação à morte”; humanização, com as subcategorias “relação médico-paciente” e “cuidados paliativos”. Conclusão: A pesquisa mostrou que os discentes modificaram sua visão da morte após a vivência durante o curso e que estão despertos para o tema, revelando a importância deste para sua formação e também a necessidade da ampliação de sua discussão durante a graduação.
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