Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sombra Neto,Luis Lopes
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Silva,Vanessa Lauanna Lima, Lima,Carolina Dornellas Costa, Moura,Hannah Torres de Melo, Gonçalves,Ana Luiza Mapurunga, Pires,Adriana Pinheiro Bezerra, Fernandes,Veruska Gondim
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000200260
Resumo: RESUMO Nas últimas duas décadas, ocorreram mudanças curriculares nos cursos de Medicina com o objetivo de formar profissionais humanizados e capazes de atender às demandas atuais. No contexto desse novo modelo, ressalta-se a importância do ensino de comunicação da má notícia na graduação, habilitando acadêmicos a atuar de maneira empática e eficiente. O conteúdo carregado de emoção reforça a necessidade de o médico se preparar adequadamente para saber lidar com as reações dos pacientes e com os próprios sentimentos. Este artigo é um estudo transversal que avaliou, por meio de checklist, a habilidade de comunicação da má notícia apresentada por acadêmicos de Medicina do ciclo pré-clínico em prova prática no modelo Objective Structured Clinical Examination (Osce). Foram avaliados 119 alunos do quarto semestre do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, dos quais 67% obtiveram desempenho global superior ou igual a 90%. A maior dificuldade observada foi em realizar um “anúncio breve” do problema ao transmitir a má notícia, com 35,3% de erro. Em contrapartida, os estudantes foram eficazes em não “dourar a pílula” ao comunicarem o diagnóstico, quesito que obteve índice absoluto de acertos. Além disso, foi analisada a capacidade dos alunos em identificar a influência dos sintomas na vida do paciente, por meio dos estágios do luto de Kübler-Ross e da escala de desempenho clínico Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog), obtendo uma porcentagem de acertos de 84,1%. Embora o desempenho global tenha sido avaliado como excelente, estudantes de Medicina do ciclo pré-clínico mostram-se hesitantes em suas primeiras consultas e no primeiro contato com os pacientes, em especial naqueles de forte conteúdo emocional, fato que ficou evidente ao se identificarem as principais falhas cometidas pelos discentes durante a prova prática de comunicação da má notícia. Dessa forma, com o intuito de aprimorar essa habilidade tão importante para a prática médica, reforça-se o uso de nossas experiências de ensino-aprendizagem, como pacientes atores, treinamento entre os pares, abordagem de protocolos padronizados e reflexões acerca da importância dessas estratégias no ensino da má notícia.
id ABEM-1_9d8d909d66cec2277b1548a3e194bdc1
oai_identifier_str oai:scielo:S0100-55022017000200260
network_acronym_str ABEM-1
network_name_str Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
repository_id_str
spelling Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?Educação MédicaMedicinaEnsinoRelações Médico-PacienteComunicaçãoCompetência ClínicaRESUMO Nas últimas duas décadas, ocorreram mudanças curriculares nos cursos de Medicina com o objetivo de formar profissionais humanizados e capazes de atender às demandas atuais. No contexto desse novo modelo, ressalta-se a importância do ensino de comunicação da má notícia na graduação, habilitando acadêmicos a atuar de maneira empática e eficiente. O conteúdo carregado de emoção reforça a necessidade de o médico se preparar adequadamente para saber lidar com as reações dos pacientes e com os próprios sentimentos. Este artigo é um estudo transversal que avaliou, por meio de checklist, a habilidade de comunicação da má notícia apresentada por acadêmicos de Medicina do ciclo pré-clínico em prova prática no modelo Objective Structured Clinical Examination (Osce). Foram avaliados 119 alunos do quarto semestre do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, dos quais 67% obtiveram desempenho global superior ou igual a 90%. A maior dificuldade observada foi em realizar um “anúncio breve” do problema ao transmitir a má notícia, com 35,3% de erro. Em contrapartida, os estudantes foram eficazes em não “dourar a pílula” ao comunicarem o diagnóstico, quesito que obteve índice absoluto de acertos. Além disso, foi analisada a capacidade dos alunos em identificar a influência dos sintomas na vida do paciente, por meio dos estágios do luto de Kübler-Ross e da escala de desempenho clínico Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog), obtendo uma porcentagem de acertos de 84,1%. Embora o desempenho global tenha sido avaliado como excelente, estudantes de Medicina do ciclo pré-clínico mostram-se hesitantes em suas primeiras consultas e no primeiro contato com os pacientes, em especial naqueles de forte conteúdo emocional, fato que ficou evidente ao se identificarem as principais falhas cometidas pelos discentes durante a prova prática de comunicação da má notícia. Dessa forma, com o intuito de aprimorar essa habilidade tão importante para a prática médica, reforça-se o uso de nossas experiências de ensino-aprendizagem, como pacientes atores, treinamento entre os pares, abordagem de protocolos padronizados e reflexões acerca da importância dessas estratégias no ensino da má notícia.Associação Brasileira de Educação Médica2017-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000200260Revista Brasileira de Educação Médica v.41 n.2 2017reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)instacron:ABEM10.1590/1981-52712015v41n2rb20160063info:eu-repo/semantics/openAccessSombra Neto,Luis LopesSilva,Vanessa Lauanna LimaLima,Carolina Dornellas CostaMoura,Hannah Torres de MeloGonçalves,Ana Luiza MapurungaPires,Adriana Pinheiro BezerraFernandes,Veruska Gondimpor2017-08-15T00:00:00Zoai:scielo:S0100-55022017000200260Revistahttp://www.educacaomedica.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br1981-52710100-5502opendoar:2017-08-15T00:00Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)false
dc.title.none.fl_str_mv Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
title Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
spellingShingle Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
Sombra Neto,Luis Lopes
Educação Médica
Medicina
Ensino
Relações Médico-Paciente
Comunicação
Competência Clínica
title_short Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
title_full Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
title_fullStr Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
title_full_unstemmed Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
title_sort Habilidade de Comunicação da Má Notícia: o Estudante de Medicina Está Preparado?
author Sombra Neto,Luis Lopes
author_facet Sombra Neto,Luis Lopes
Silva,Vanessa Lauanna Lima
Lima,Carolina Dornellas Costa
Moura,Hannah Torres de Melo
Gonçalves,Ana Luiza Mapurunga
Pires,Adriana Pinheiro Bezerra
Fernandes,Veruska Gondim
author_role author
author2 Silva,Vanessa Lauanna Lima
Lima,Carolina Dornellas Costa
Moura,Hannah Torres de Melo
Gonçalves,Ana Luiza Mapurunga
Pires,Adriana Pinheiro Bezerra
Fernandes,Veruska Gondim
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Sombra Neto,Luis Lopes
Silva,Vanessa Lauanna Lima
Lima,Carolina Dornellas Costa
Moura,Hannah Torres de Melo
Gonçalves,Ana Luiza Mapurunga
Pires,Adriana Pinheiro Bezerra
Fernandes,Veruska Gondim
dc.subject.por.fl_str_mv Educação Médica
Medicina
Ensino
Relações Médico-Paciente
Comunicação
Competência Clínica
topic Educação Médica
Medicina
Ensino
Relações Médico-Paciente
Comunicação
Competência Clínica
description RESUMO Nas últimas duas décadas, ocorreram mudanças curriculares nos cursos de Medicina com o objetivo de formar profissionais humanizados e capazes de atender às demandas atuais. No contexto desse novo modelo, ressalta-se a importância do ensino de comunicação da má notícia na graduação, habilitando acadêmicos a atuar de maneira empática e eficiente. O conteúdo carregado de emoção reforça a necessidade de o médico se preparar adequadamente para saber lidar com as reações dos pacientes e com os próprios sentimentos. Este artigo é um estudo transversal que avaliou, por meio de checklist, a habilidade de comunicação da má notícia apresentada por acadêmicos de Medicina do ciclo pré-clínico em prova prática no modelo Objective Structured Clinical Examination (Osce). Foram avaliados 119 alunos do quarto semestre do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, dos quais 67% obtiveram desempenho global superior ou igual a 90%. A maior dificuldade observada foi em realizar um “anúncio breve” do problema ao transmitir a má notícia, com 35,3% de erro. Em contrapartida, os estudantes foram eficazes em não “dourar a pílula” ao comunicarem o diagnóstico, quesito que obteve índice absoluto de acertos. Além disso, foi analisada a capacidade dos alunos em identificar a influência dos sintomas na vida do paciente, por meio dos estágios do luto de Kübler-Ross e da escala de desempenho clínico Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog), obtendo uma porcentagem de acertos de 84,1%. Embora o desempenho global tenha sido avaliado como excelente, estudantes de Medicina do ciclo pré-clínico mostram-se hesitantes em suas primeiras consultas e no primeiro contato com os pacientes, em especial naqueles de forte conteúdo emocional, fato que ficou evidente ao se identificarem as principais falhas cometidas pelos discentes durante a prova prática de comunicação da má notícia. Dessa forma, com o intuito de aprimorar essa habilidade tão importante para a prática médica, reforça-se o uso de nossas experiências de ensino-aprendizagem, como pacientes atores, treinamento entre os pares, abordagem de protocolos padronizados e reflexões acerca da importância dessas estratégias no ensino da má notícia.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000200260
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022017000200260
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/1981-52712015v41n2rb20160063
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Educação Médica
publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Educação Médica
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Educação Médica v.41 n.2 2017
reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
instacron:ABEM
instname_str Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
instacron_str ABEM
institution ABEM
reponame_str Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
collection Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)
repository.mail.fl_str_mv revista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br
_version_ 1754303006539513856