Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1999 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Horticultura Brasileira |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05361999000300006 |
Resumo: | O excesso de nitrato nos alimentos é indesejável devido à sua conversão a nitrito, composto conhecido por participar de reações formadoras de compostos cancerígenos e modificadores da hemoglobina.A influência da aplicação de esterco bovino, uréia e a associação destes nos teores de N-NO3- presente nos tecidos foliares de couve (Brassica oleracea var. acephala) foi avaliada, com o objetivo de verificar o efeito de fontes e doses diferentes de nitrogênio no acúmulo deste composto. Para tanto, um experimento foi conduzido a campo, de março a agosto de 1995, na Embrapa Agrobiologia.O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos: adubação com esterco bovino (20 t/ha), aplicação de N-uréia (900 kg/ha), associação de esterco (20 t/ha) com doses crescentes de N-uréia (225; 450 e 900 kg/ha) e testemunha. O espaçamento foi de 0,6 m entre plantas, 0,6 m entre linhas e 0,8 m entre fileiras duplas, perfazendo um total de 24 parcelas com 9,6 m² cada. Verificou-se que as plantas adubadas exclusivamente com esterco apresentaram nos limbos foliares, menores conteúdos de nitrato que aquelas que receberam uréia complementar (17,6 mg/g M.F. e 303 a 579 mg/g M.F.), respectivamente. Enquanto os teores de N-NO3- nos pecíolos de todos os tratamentos foram pelo menos três vezes maiores que os observados nos limbos foliares (1.830 e 561 mg/g M.F.), respectivamente. AOMS recomenda uma dose diária aceitável (DDA) de 53,3 mg de N-NO3-, para um adulto de 65 kg, isto é, a quantidade máxima deste composto que pode ser ingerida diariamente, através dos alimentos e da água. Considerando-se os dados obtidos no experimento, seria necessário o consumo de 2,67 kg de couve (limbos foliares) quando produzida apenas com esterco (20 t/ha) e 0,18 kg quando adubadas com esterco (20 t/ha) + 111 kg/ha de uréia (próximo a dosagem recomendada pelo Manual de Adubação do Rio de Janeiro), para atingir a DDA. Devido aos menores teores de nitrato encontrados na couve adubada exclusivamente com esterco, conclui-se que este adubo proporcionou um produto de melhor qualidade para consumo. |
id |
ABH-1_df0f078071867350481d55c5565d933a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0102-05361999000300006 |
network_acronym_str |
ABH-1 |
network_name_str |
Horticultura Brasileira |
repository_id_str |
|
spelling |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidadeBrassica oleracea var. acephalanitrogêniomatéria orgânicacompostos cancerígenosO excesso de nitrato nos alimentos é indesejável devido à sua conversão a nitrito, composto conhecido por participar de reações formadoras de compostos cancerígenos e modificadores da hemoglobina.A influência da aplicação de esterco bovino, uréia e a associação destes nos teores de N-NO3- presente nos tecidos foliares de couve (Brassica oleracea var. acephala) foi avaliada, com o objetivo de verificar o efeito de fontes e doses diferentes de nitrogênio no acúmulo deste composto. Para tanto, um experimento foi conduzido a campo, de março a agosto de 1995, na Embrapa Agrobiologia.O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos: adubação com esterco bovino (20 t/ha), aplicação de N-uréia (900 kg/ha), associação de esterco (20 t/ha) com doses crescentes de N-uréia (225; 450 e 900 kg/ha) e testemunha. O espaçamento foi de 0,6 m entre plantas, 0,6 m entre linhas e 0,8 m entre fileiras duplas, perfazendo um total de 24 parcelas com 9,6 m² cada. Verificou-se que as plantas adubadas exclusivamente com esterco apresentaram nos limbos foliares, menores conteúdos de nitrato que aquelas que receberam uréia complementar (17,6 mg/g M.F. e 303 a 579 mg/g M.F.), respectivamente. Enquanto os teores de N-NO3- nos pecíolos de todos os tratamentos foram pelo menos três vezes maiores que os observados nos limbos foliares (1.830 e 561 mg/g M.F.), respectivamente. AOMS recomenda uma dose diária aceitável (DDA) de 53,3 mg de N-NO3-, para um adulto de 65 kg, isto é, a quantidade máxima deste composto que pode ser ingerida diariamente, através dos alimentos e da água. Considerando-se os dados obtidos no experimento, seria necessário o consumo de 2,67 kg de couve (limbos foliares) quando produzida apenas com esterco (20 t/ha) e 0,18 kg quando adubadas com esterco (20 t/ha) + 111 kg/ha de uréia (próximo a dosagem recomendada pelo Manual de Adubação do Rio de Janeiro), para atingir a DDA. Devido aos menores teores de nitrato encontrados na couve adubada exclusivamente com esterco, conclui-se que este adubo proporcionou um produto de melhor qualidade para consumo.Associação Brasileira de Horticultura1999-11-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05361999000300006Horticultura Brasileira v.17 n.3 1999reponame:Horticultura Brasileirainstname:Associação Brasileira de Horticultura (ABH)instacron:ABH10.1590/S0102-05361999000300006info:eu-repo/semantics/openAccessZago,Valéria Cristina P.Evangelista,Marcus R.Almeida,Dejair L. deGuerra,José Guilherme M.Neves,Maria Cristina P.Rumjanek,Norma G.por2011-12-21T00:00:00Zoai:scielo:S0102-05361999000300006Revistahttp://cms.horticulturabrasileira.com.br/ONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||hortbras@gmail.com1806-99910102-0536opendoar:2011-12-21T00:00Horticultura Brasileira - Associação Brasileira de Horticultura (ABH)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
title |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
spellingShingle |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade Zago,Valéria Cristina P. Brassica oleracea var. acephala nitrogênio matéria orgânica compostos cancerígenos |
title_short |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
title_full |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
title_fullStr |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
title_full_unstemmed |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
title_sort |
Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade |
author |
Zago,Valéria Cristina P. |
author_facet |
Zago,Valéria Cristina P. Evangelista,Marcus R. Almeida,Dejair L. de Guerra,José Guilherme M. Neves,Maria Cristina P. Rumjanek,Norma G. |
author_role |
author |
author2 |
Evangelista,Marcus R. Almeida,Dejair L. de Guerra,José Guilherme M. Neves,Maria Cristina P. Rumjanek,Norma G. |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Zago,Valéria Cristina P. Evangelista,Marcus R. Almeida,Dejair L. de Guerra,José Guilherme M. Neves,Maria Cristina P. Rumjanek,Norma G. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Brassica oleracea var. acephala nitrogênio matéria orgânica compostos cancerígenos |
topic |
Brassica oleracea var. acephala nitrogênio matéria orgânica compostos cancerígenos |
description |
O excesso de nitrato nos alimentos é indesejável devido à sua conversão a nitrito, composto conhecido por participar de reações formadoras de compostos cancerígenos e modificadores da hemoglobina.A influência da aplicação de esterco bovino, uréia e a associação destes nos teores de N-NO3- presente nos tecidos foliares de couve (Brassica oleracea var. acephala) foi avaliada, com o objetivo de verificar o efeito de fontes e doses diferentes de nitrogênio no acúmulo deste composto. Para tanto, um experimento foi conduzido a campo, de março a agosto de 1995, na Embrapa Agrobiologia.O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos: adubação com esterco bovino (20 t/ha), aplicação de N-uréia (900 kg/ha), associação de esterco (20 t/ha) com doses crescentes de N-uréia (225; 450 e 900 kg/ha) e testemunha. O espaçamento foi de 0,6 m entre plantas, 0,6 m entre linhas e 0,8 m entre fileiras duplas, perfazendo um total de 24 parcelas com 9,6 m² cada. Verificou-se que as plantas adubadas exclusivamente com esterco apresentaram nos limbos foliares, menores conteúdos de nitrato que aquelas que receberam uréia complementar (17,6 mg/g M.F. e 303 a 579 mg/g M.F.), respectivamente. Enquanto os teores de N-NO3- nos pecíolos de todos os tratamentos foram pelo menos três vezes maiores que os observados nos limbos foliares (1.830 e 561 mg/g M.F.), respectivamente. AOMS recomenda uma dose diária aceitável (DDA) de 53,3 mg de N-NO3-, para um adulto de 65 kg, isto é, a quantidade máxima deste composto que pode ser ingerida diariamente, através dos alimentos e da água. Considerando-se os dados obtidos no experimento, seria necessário o consumo de 2,67 kg de couve (limbos foliares) quando produzida apenas com esterco (20 t/ha) e 0,18 kg quando adubadas com esterco (20 t/ha) + 111 kg/ha de uréia (próximo a dosagem recomendada pelo Manual de Adubação do Rio de Janeiro), para atingir a DDA. Devido aos menores teores de nitrato encontrados na couve adubada exclusivamente com esterco, conclui-se que este adubo proporcionou um produto de melhor qualidade para consumo. |
publishDate |
1999 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1999-11-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05361999000300006 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05361999000300006 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0102-05361999000300006 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Horticultura |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Horticultura |
dc.source.none.fl_str_mv |
Horticultura Brasileira v.17 n.3 1999 reponame:Horticultura Brasileira instname:Associação Brasileira de Horticultura (ABH) instacron:ABH |
instname_str |
Associação Brasileira de Horticultura (ABH) |
instacron_str |
ABH |
institution |
ABH |
reponame_str |
Horticultura Brasileira |
collection |
Horticultura Brasileira |
repository.name.fl_str_mv |
Horticultura Brasileira - Associação Brasileira de Horticultura (ABH) |
repository.mail.fl_str_mv |
||hortbras@gmail.com |
_version_ |
1754213076115128320 |