Síndrome mielodisplásica na infância

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes,Luiz F.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Lorand-Metze,Irene, Mendes,Wellington L., Seber,Adriana, Melo,Ligia N.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de hematologia e hemoterapia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842006000300016
Resumo: O Grupo Cooperativo Brasileiro de Síndrome Mielodisplásica em Pediatria (GCB-SMD-PED) foi formado em janeiro de 1997 com o objetivo de estudar crianças (menores de 18 anos) com diagnóstico confirmado ou suspeita de mielodisplasia de todo o país. As SMD entretanto, por fazerem interfaces com as leucemias mielóides agudas - LMA), bem como com as doenças mieloproliferativas crônicas - DMPC), podem apresentar-se morfologicamente de várias formas, passíveis de confusão diagnóstica. Assim também, outras doenças com alteração hematológica podem trazer confusão e erros diagnósticos. Daí a necessidade da criação do GCB-SMD-PED para oferecer revisão e suporte no diagnóstico e nos exames complementares dos casos suspeitos de SMD na faixa pediátrica. Embora ainda se use a classificação FAB, duas novas classificações em pediatria foram recentemente propostas: a do Hospital for Sick Children, University of Toronto, Canadá, que propõe a "Classificação CCC" (categoria, citologia e citogenética), na qual foram utilizadas três características principais: categorias de origem "de novo", secundárias e/ou associadas a anormalidades constitucionais, critérios citológicos, com evidências ou não de displasia, e critérios citogenéticos, e a classificação proposta por Hasle e colaboradores, chamada de WHO pediátrica. Neste artigo serão apresentados os dados de 173 pacientes cadastrados no GCB-SMD-PED provenientes de 15 estados brasileiros (41 centros de tratamento em oncologia e hematologia pediátrica). De 1983 a 1997, 51 pacientes foram registrados de forma retrospectiva, e de janeiro de 1998 a fevereiro de 2003, 122 pacientes foram encaminhados ao grupo brasileiro e os seus dados coletados de forma prospectiva. Dos casos registrados e analisados, 93 tiveram confirmação de SMD. Em 36,5%, houve transformação para leucose aguda, sendo que a maioria sofreu transformação para LMA (82,3%) e menor porcentagem para LLA (17,7%). Quanto à evolução clínica dos pacientes encontramos: óbito em 54,8% dos casos, remissão espontânea em 5,4% e 16,1% encontrava-se em tratamento conservador. Infecções em pacientes com SMD e naqueles que sofreram transformação leucêmica foram as causas mais freqüentes de óbito (58,8%). Propomos também neste artigo uma abordagem de diagnóstico em genética e biologia molecular voltada para os casos infantis assim como uma revisão de literatura sobre transplante de medula óssea para os casos pediátricos, além de outros aspectos que diferem da abordagem feita para pacientes adultos.
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