Mieloma múltiplo: características clínicas e laboratoriais ao diagnóstico e estudo prognóstico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva,Roberta O. Paula e
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Brandão,Kamilla M. A., Pinto,Paula V. M., Faria,Rosa M. D., Clementino,Nelma C. D., Silva,Cristiane M. F., Lopes,Aline F.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de hematologia e hemoterapia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842009000200005
Resumo: O mieloma múltiplo (MM) caracteriza-se por expansão clonal plasmocitária na medula óssea e produção de imunoglobulina monoclonal, promovendo progressivamente destruição óssea, falência renal, supressão da hematopoiética e infecções. A identificação de fatores clínicos e laboratoriais ao diagnóstico é importante para predizer sobrevida. O sistema de estadiamento de Durie e Salmon (1975) é o mais utilizado e baseia-se na correlação entre parâmetros clínico-laboratoriais à massa tumoral. A combinação de β2 microglobulina e albumina sérica resultou em um sistema de estadiamento simples e confiável, conhecido como Sistema Internacional de Estadiamento (ISS), que tem sido reconhecido atualmente. O objetivo deste trabalho foi analisar as características clínicas e laboratoriais, ao diagnóstico, de pacientes portadores de MM e estudo de sobrevida. Realizou-se estudo de coorte não concorrente de 101 pacientes portadores de MM atendidos no Serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas da UFMG, que receberam diagnóstico no período de abril de 1994 a 31 de outubro de 2006, através da coleta de dados contidos em prontuários médicos. Os pacientes foram acompanhados até maio de 2007. Foi feita análise descritiva das características ao diagnóstico e estudo de sobrevida, utilizando-se análise univariada pela técnica do produto-limite de Kaplan & Meier e teste de Log-Rank para comparação das curvas; já na análise multivariada, utilizou-se regressão múltipla de Cox. A mediana de idade dos pacientes foi de 63 anos de idade, 47,5% eram homens e 52,5% mulheres, sendo 50,6% brancos, 33,3% negros e 16,1% pardos. Manifestações clínicas mais comuns foram: dor óssea (83,2%), fraqueza (70,3%) e perda de peso (40,6%). Radiografia de esqueleto mostrou alterações em 83,8% dos casos. Em relação ao sistema de estadiamento proposto por Durie & Salmon, 63 (62,4%) pacientes encontravam-se em estádio III, 32 (31,7%) em estádio II e apenas 6 (5,9%) no estádio I ao diagnóstico. Utilizando a classificação do Sistema Internacional de Estadiamento (ISS) obtiveram-se 22 (30,1%) pacientes no estádio III, 31 (42,5%) no estádio II e 20 (27,4%) no estádio I ao diagnóstico. Sobrevida global média foi de 66,52 meses, com mediana de seguimento de 20 meses. Na análise univariada foram significantes: creatinina (p=0,006), hemoglobina (p=0,001), estadiamento de Durie & Salmon (p=0,009) e ISS (p=0,014); e na multivariada somente a hemoglobina (p=0,012) correlacionou-se à sobrevida. A maior parte dos pacientes apresentava estádio clínico avançado ao diagnóstico com repercussão na sobrevida.
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