O líqüido cefalorraqueano no diagnóstico da criptococose do sistema nervoso
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1956 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1956000300001 |
Resumo: | Baseados na observação de oito casos, os autores chamam a atenção sobre a importância do líquido cefalorraqueano no diagnóstico da criptococose do sistema nervoso. Atribuem a mair freqüência atual do diagnóstico desta moléstia à maior vigilância por parte do médico. Enumeram as etapas das pesquisas sôbre o líquor nas quais é possível descobrir o fundo. Julgam necessário incluir, na rotina dos exames de todos os casos suspeitos, uma série de pesquisas com as quais é possível descobrir o parasito. Em primeiro lugar, há a possibilidade da suspeita do parasito já na câmara de contagem das células, onde êles podem ser grosseiramente confundidos com hemátias; a observação microscópica com pouca luz, a formação do brôto e a prova do ácido acético permitem caraterizar êste cogumelo. Em segundo lugar, por ocasião da confecção do esfregaço para a contagem específica das células observa-se uma aparência gordurosa do material distendido. O estudo da lâmina corada mostra os parasitos dentro de sua cápsula gelatinosa, freqüentemente aglomerados; outras vêzes constatam-se formações semelhantes a ninho de abelha originadas dos espaços vasios deixados pelo fungo que foi arrancado de sua loja por ocasião da confecção do esfregaço; também podem ser observadas células gigantes fagocitando o fungo. Em terceiro lugar, pode-se perfeitamente identificar os parasitos no material corado pelos métodos de Gram e Ziehl onde êles aparecem, aglomerados ou isolados, intensamente corados e bem característicos. O diagnóstico de certeza é feito pelo exame a fresco com auxílio da tinta da China, na qual o fungo com sua cápsula e a formação do brôto são perfeitamente evidentes, e pela cultura em meio de Sabouraud. Os autores analisam, depois, as alterações observadas no líquor inicial nos 8 casos. Constataram grande hipertensão. O número de células variou de 9 a 411 por mm3, sendo em dois casos 9 e 18 respectivamente, apesar do aspecto do líquor ser turvo, o que era devido à presença de grande número de criptococos. Havia predomínio de linfócitos na maioria dos casos. A taxa das proteínas sempre se apresentou aumentada, variando de 32 a 140 mg% A taxa de açúcar sempre diminuida. O criptococo esteve presente em abundância, sendo o maior número observado de 1800 elementos por mm3. Em um caso de decurso sub-agudo foi possível acompanhar a evolução das alterações do líquor durante 40 dias, e sendo verificada a proporcionalidade entre a intensidade dessas alterações e o agravamento do quadro clínico. Em duas outras observações, em que a moléstia teve decurso crônico, com mais de um ano e quatro anos de seqüência respectivamente, os pacientes foram inicialmente tratados com o diagnóstico de presunção de meningite tuberculosa. Ulteriormente êste diagnóstico foi corrigido por um novo exame de liquor em que foi demonstrada a presença do fungo. Os autores concluem: 1 - Deve-se incluir na rotina do exame do líquido céfalorraqueano, em casos suspeitos, meios de identificação para o criptococo; 2 - O criptococo pode ser suspeitado na câmara de contagem das células por quem estiver alerta e fôr conhecedor do parasito; 3 - O criptococo é mais fàcilmente identificável nos esfregaços corados pelo método hematológico, pelos de Gram e Ziehl, pelo exame a fresco com auxílio da tinta da China e pela prova cultural; 4 - As alterações do líquor assemelham-se àquelas encontradas nos casos de meningite tuberculosa salvo em relação ao exame bacteriológico. |
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