Os basófilos do líquido cefalorraqueano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis,João Baptista dos
Data de Publicação: 1973
Outros Autores: Mota,Ivan, Bei,Antonio, dos Reis Filho,João B., Zukerman,Eliova
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1973000100002
Resumo: Os autores antigos e atuais não deram a devida consideração aos basófilos do líquido céfalorraqueano (LCR) apenas havendo referências isoladas e imprecisas na literatura. Alguns pesquizadores referem-se a estas células simplesmente como basófilos; outros afirmam que só há basófilo de tecido (mastócito) no LCR. O propósito do presente trabalho foi o de relatar os resultados dos estudos sobre os basófilos do LCR. O material é constituído pelas observações de 300 pacientes neurológicos com moléstias ou condições mórbidas diversas em cujo LCR foi assinalada a presença destas células basófilas. Os resultados destes estudos permitiram a seguintes conclusões: 1) os basófilos do LCR são morfologicamente identificáveis com os basófilos sangüíneos; 2) a falta de correlação percentual entre as células do LCR e sangue sugere que estes basófilos têm a sua origem nas leptomeninges e, neste sentido, são basófilos de tecido; 3) deve ser considerada a hipótese da presença simultânea de basófilo e de mastócito no LCR; 4) os basófilos foram encontrados no LCR de numerosos pacientes com processos inflamatórios agudos do sistema nervoso central, particularmente nas meningites linfocitárias, meningo-encefalites e meningo-mielites, em percentagem que variou de 0.1 a 18%; 5) em muitos casos em que existe um quadro agudo de alterações do LCR conseqüentes à reação a corpo extranho, tais como casos de parasitoses do sistema nervoso central, de hemorragia e de Insuflação de ar no espaço sub-aracnóide, os basófilos foram observados em percentagem que variou de 0.1 a 11%; 6) em muitos destes pacientes, nos quais é provável haver uma reação imuno-alérgica, os eosinófilos e as células plasmocitárias estavam presentes em associação com os basófilos; 7) a presença dos basófilos no LCR é de duração efêmera durante o curso da moléstia ou condição mórbida; 8) habitualmente os basófilos aparecem em casos com pleocitose, mas não é excepcional o achado destas células com contagem global normal; 9) ainda nada se sabe sobre a significação dos basófilos no LCR em relação com as moléstias do sistema nervoso central, assunto que constitui campo aberto para pesquisa clínica e investigação experimental; 10) seria tentador sugerir que a presença dos basófilos no LCR faça parte das alterações citológicas indicadoras de reação imuno-alérgica em sua fase aguda.
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