Apatia multimodal iatrogênica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1996 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000200007 |
Resumo: | O presente trabalho documenta um efeito peculiar dos antidepressivos em 5 pacientes - a apatia -, definida pela incapacidade de experimentar emoções. O reconhecimento da apatia no curso de tratamento antidepressivo deve levantar a possibilidade de iatrogenia e suspensão do antidepressivo em uso. Frizamos que a apatia deve ser diferenciada da abulia e da avolição, com as quais é comumente contundida. Documentamos que a indiferença emocional pode se confinar a um domínio sensorial ("apatia unimodal") ou, como em nossos casos, a mais de uma modalidade ("apatia multimodal"). Circuitos anterobasais, centrados na amígdala e no pólo temporal, são fortes candidatos para integrar a experiência emocional às imagens mentais e percepções multimodais do ambiente, uma vez que para eles convergem os principais sistemas de projeção do prosencéfalo, ao mesmo tempo em que se situam em pontos estratégicos para modular o córtex pré-frontal e parieto-têmporo-occipital. O fato de que a apatia foi produzida por classes quimicamente distintas, como ISRSs (inibidores seletivos de recaptação da serotonina), IMAOs (inibidores reversíveis da monoamino oxidase) e tricíclicos, indica que a fisiopatologia em jogo se deve a alguma ação compartilhada por essas drogas no plano subneuronal. A intervenção em circuitos serotoninérgicos cerebrais parece o mecanismo mais adequado para explicar tal efeito. |
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