Atividade elétrica cerebral do rato com lesões da formação reticular mesencefálica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira,Walter C.
Data de Publicação: 1970
Outros Autores: Rocha,Tania Leme da, Timo-Iaria,Cesar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1970000300001
Resumo: No presente estudo foram utilizados 73 ratos em preparações agudas e crônicas, nas quais lesamos a formação reticular mesencefálica com corrente contínua (3,5 a 4,0 mA durante 5 a 10 segundos). O eletródio ativo era implantado estereotàxicamente segundo as coordenadas de König e Klippel. As lesões eram feitas parcial ou totalmente, uni ou bilateralmente, e em todos os animais procedeu-se ao controle histológico das áreas lesadas, usando-se o método de Weil. O registro da atividade elétrica cortical foi feito com polígrafo Beckman de 4 canais, utilizando-se derivações bipolares curtas (1mm) com eletródios esféricos de platina. As experiências permitiram as seguintes conclusões: 1 — As características eletrofisiológicas dos fusos que ocorrem após lesões da formação reticular mesencefálica são muito semelhantes às dos fusos espontâneos e barbitúricos, inclusive quanto à projeção cortical. Quanto à duração dos potenciais que os constituem, contudo, notamos que a faixa de variação era mais centuada (20 a 80 ms), o que pode ser atribuído à maior complexidade dos potenciais do cérebro isolado, possivelmente pela falta de ação cronadora da formação reticular sobre o sistema sincronizador talâmico. 2 — Os mecanismos envolvidos na gênese dos fusos do sono barbitúrico ou espontâneo e os do cérebro isolado são, pelo menos em parte, dependentes do bloqueio da formação reticular mesencefálica. 3 — A formação reticular mesencefálica ativa preferencialmente o hemisfério cerebral homolateral; o contingente cruzado talvez seja mobilizado somente quando estímulos alertantes intensos atingem o tegmento mesencefálico. 4 — Além da formação reticular mesencefálica deve haver outros mecanismos ativadores corticais, visto que, em preparações agudas de cérebro isolado, observamos: a) surtos de curta duração de atividade dessincronizada; b) oscilações freqüentes do ECoG durante o registro, denotando fases de maior ou menor sincronização do traçado; c) ondas teta nas áreas límbicas (talvez evidenciando alerta) registradas simultâneamente com fusos em áreas neocorticais.
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