Efeitos hemostático e estrutural da esponja de celulose liofilizada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MELLO,LUÍS RENATO
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: MACHADO,FLAVIA C. NUNES, HAAS,LEANDRO J., ZACCHI,VANESSA, LUZZI,RICHARD, ZOSCHKE,JAMES, RAMOS,RODRIGO S.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1998000400015
Resumo: Os efeitos hemostáticos da celulose oxidada (Surgicel) são bem conhecidos. Baseados na similaridade estrutural e em um possível efeito hemostático, estudamos a esponja de celulose liofilizada utilizando dois modelos experimentais. Fase I - Realizada em 12 cães, consistiu na provocação de lesão cortical com sangramento, introdução de fragmento de esponja de celulose liofilizada no interior da lesão e medida do tempo necessário para obter-se hemostasia. Os animais foram sacrificados em 7, 30 e 90 dias. A hemostasia foi obtida, em média, após 1 minuto e nenhum efeito colateral clínico foi detectado. A microscopia mostrou reação histiocitária leve aos 7 e 30 dias, com presença de pequena quantidade de células gigantes tipo corpo estranho. A reação histioplasmocitária regrediu e, aos 90 dias, a celulose estava circundada por pobre reação inflamatória. A membrana liofilizada revelou ter aspecto peculiar, representado por filamentos eosinofílicos, circundados por reação inflamatória, que diminuiu com o tempo. Somente esparsos e irregulares filamenos eosinofílicos foram percebidos aos 90 dias. Fase II - Foram introduzidos fragmentos de dimensões conhecidas de esponja de celulose, no interior do fígado de 12 ratos, que foram sacrificados em 7, 30 e 90 dias. Na autopsia, a inspeção a olho desarmado constatou, aos 30 e 90 dias, a formação de bridas peritoneais na altura do implante. Em todos os animais, especialmente aos 7 dias, a microscopia revelou intensa reação histiolinfoplasmocitária ao redor do implante. Em dois animais, aos 90 dias, detectaram-se grânulos refringentes à luz polarizada, no interior de células gigantes, demonstrando fagocitose ativa de celulose. Em conclusão, observou-se haver necessidade de modelo experimental comparativo para provar a existência de propriedades hemostáticas na esponja. Conseguiu-se, no entanto, provar a existência de reabsorção da celulose em mamíferos através de fagocitose, fato este ainda não relatado na literatura.
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