Cisticercose do IV ventrículo. Considerações anátomo-clínicas e sôbre a terapêutica cirúrgica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pupo,Paulo Pinto
Data de Publicação: 1949
Outros Autores: Pimenta,A. Mattos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1949000300003
Resumo: Após ligeira revisão sôbre o problema anátomo-clínico da neurocisticercose em geral, na qual assinalam as reações locais e gerais provocadas pelo cisticerco no sistema nervoso e as formas clínicas mais comuns com que se apresenta a neurocisticercose — formas convulsivas com ou sem perturbações mentais, forma pseudotumoral, forma hipertensiva e forma apoplética — os autores abordam o problema da cisticercose ventricular, chamando a atenção para sua síndrome clínica mais ou menos bem definida, e para a possibilidade do diagnóstico clínico, particularmente com a ajuda do exame do líqüido cefalorraqueano, cujas alterações constituem síndrome bem definida. O problema da terapêutica cirúrgica é encarado à base de 4 observações pessoais e da revisão da literatura, concluindo-se por certo pessimismo quanto a seus resultados, por dependeram êles do diagnóstico precoce da afecção, antes que o cisticerco determine conseqüências anatômicas irreversíveis no encéfalo, e da eventualidade, pouco freqüente, de não haver outros cisticercos cerebrais. De seus casos, o primeiro apresentava cisticerco do IV ventrículo isolado, e aracnoidite crônica na fossa posterior, motivo pelo qual, após a extirpação do cisticerco, ainda o quadro clínico continuou a evoluir com surtos hipertensivos e períodos de remissão de sintomas, até a agravação final e morte 20 meses após o ato operatório; o segundo apresentava cisticerco único aderente ao assoalho do IV ventrículo, provocando grande reação focal e oclusão quase total da luz ventricular, o que determinou síndrome de hipertensão superaguda, que levou o paciente à morte; o terceiro apresentava cisticerco isolado e livre do IV ventrículo mas, também, distúrbios mentais provavelmente decorrentes de cisticercose múltipla ou da meningoencefalite cisticercótica, motivo pelo qual a retirada do cisticerco curou a síndrome focal, mas persistiram, em evolução por surtos, os distúrbios mentais; finalmente no quarto caso, um cisticerco racemoso do IV ventrículo, com aracnoidite abrangendo formações do ângulo pontocerebelar, foi igualmente removido com sucesso imediato para a sintomatologia de bloqueio da circulação liquórica. Neste caso não foi possível o seguimento pós-operatório por mais de 15 dias, pois o paciente perdeu contacto com a Clínica.
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