Estresse, depressão e hipocampo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Joca,Sâmia Regiane L
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Padovan,Cláudia Maria, Guimarães,Francisco Silveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Psychiatry (São Paulo. 1999. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462003000600011
Resumo: A exposição a fatores estressantes tem papel importante no desenvolvimento de transtornos depressivos. Os mecanismos envolvidos nesta relação, no entanto, ainda são pouco conhecidos, mas algumas evidências sugerem a participação da formação hipocampal: 1. o estresse pode causar alterações plásticas no hipocampo, que incluem remodelação dendrítica e inibição de neurogênese. Drogas antidepressivas impendem estes efeitos, possivelmente por aumentarem a expressão de fatores neurotróficos; 2. a facilitação da neurotransmissão serotoninérgica no hipocampo atenua conseqüências comportamentais do estresse e produz efeitos antidepressivos em modelos animais; 3. o antagonismo do principal neurotransmissor excitatório no hipocampo, o glutamato, produz efeitos semelhantes; 4. o hipocampo parece estar "hiperativo" em animais mais sensíveis em modelos de depressão e em humanos resistentes à antidepressivos; 5. o hipocampo, em conjunto com o complexo amigdalar, parece ter papel fundamental na consolidação e evocação de memórias aversivas. Não obstante estas evidências, o desafio futuro será o de tentar integrar os resultados destes diferentes campos (farmacológico, molecular, eletrofisiológico, clínico) em uma teoria unificadora sobre o papel do hipocampo na regulação do humor e seus transtornos bem como nos efeitos de tratamentos antidepressivos.
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