O pesquisador frente à avaliação na pós-graduação: em pauta novos modos de subjetivação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia & Sociedade (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822004000100006 |
Resumo: | Pensar o atual Modelo CAPES de Avaliação da Pós-Graduação (PG), no Brasil, traz à visibilidade reflexiva alguns componentes do mecanismo que acabou por produzir esse dispositivo de subjetivação do pesquisador, desde sua criação na década de setenta, passando pelos processos de globalização da economia e de expansão das telecomunicações até a criação da OMC na década de noventa, seguida de um acirramento das estratégias de competição e de individualização. Das linhas que nos chegam com efeitos diversos, configurando um complexo contexto da PG brasileira, trago, para discutir, três desdobramentos - indicadores de produtividade do pesquisador; indicadores de qualidade definidos pelos QUALIS das áreas; e a ressuscitada taxa de bancada do CNPq -, tal como os consigo delinear neste momento, buscando dar-lhes um contorno de cena em curso, na perspectiva do pesquisador. Produzidas historicamente, essas cenas perspectivadas podem sugerir um processo crescente de estraçalhamento do pesquisador em diferentes níveis: (a) no interior do Programa, pela contínua exigência para atingir os índices de qualidade esperados; (b) na sua própria área de conhecimento, em especial quando atuante em dois Programas de PG, precisando atender a dois QUALIS; (c) no interior do grupo de pesquisa, pelas assimetrias que vão se formando nas relações, em vista do tratamento diferenciado a bolsistas CNPq. Se a avaliação é condição necessária para o crescimento da excelência na Pesquisa e na formação Pós-Graduada, não é, contudo, condição suficiente: cabe criar condições de possibilidade na instância micropolítica para, com base em avaliações coletivas de conjunto, propor estratégias de intervenção que trabalhem no engendramento de novos agenciamentos, na contracorrente do pensamento homogêneo, individualizante e de competição excludente. Tais movimentos, ao adquirirem força de potência, podem provocar a emergência, na instância macropolítica, de modelos de avaliação mais contemporâneos, perspectivando questões científico-políticas na dimensão do seu compromisso com uma ética-estética. |
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