Medicalização e Saúde Indígena: uma análise do consumo de psicotrópicos pelos índios Xukuru de Cimbres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa,Valquiria Farias Bezerra
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Cabral,Luana Beserra, Alexandre,Ana Carla Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ciência & Saúde Coletiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232019000802993
Resumo: Resumo O objetivo deste artigo é investigar o processo de medicalização dos indígenas do povo Xukuru de Pesqueira, PE, após o conflito ocorrido em 2003. Estudo descritivo, quantitativo, desenvolvido com indígenas atendidos no polo base Xukuru de Cimbres. A amostra final foi composta por 75 usuários em uso de medicamentos psicotrópicos. Os dados foram analisados no SPSS versão 18.0, utilizando a prova do qui quadrado. Observou-se que 8% da população estudada faz uso de psicotrópicos, sendo os mais usados os BZD (78,67%). Com relação à idade, 68% são adultos jovens e 26,67% são idosos. A renda de 81,33% das famílias perfaz mais de um salário mínimo. Com relação ao estado civil, do grupo de indígenas que faz uso dos BZD e outros psicotrópicos, 50,85% e 66,67%, respectivamente, são casados. O estudo delineou o perfil dos índios Xukuru de Cimbres usuários de psicotrópicos e evidenciou uma assistência à saúde mental fragmentada, focada na doença e no uso da medicação. Os achados revelam uma população adulta vulnerável do ponto de vista socioeconômico, um padrão de cronificação do consumo dos psicotrópicos e o distanciamento das práticas de curas tradicionais indígenas, característicos do processo de medicalização da saúde.
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