Representações de adoecimento e cura de pacientes do Centro de Dependência Química do Hospital Central da Marinha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Halpern,Elizabeth Espindola
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Leite,Ligia Maria Costa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ciência & Saúde Coletiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000400029
Resumo: Este artigo apresenta um dos segmentos de uma pesquisa etnográfica feita ao longo de dois anos, por meio da observação participante, no Centro de Dependência Química (CEDEQ) da Marinha do Brasil (MB). Pacientes de dois grupos terapêuticos foram observados durante 24 sessões de grupoterapia. Entrevistas individuais após as sessões ocorreram com 13 pacientes escolhidos aleatoriamente dentre os 22 militares dos dois grupos. Objetivou-se examinar suas representações de adoecimento e cura relacionadas aos seus diagnósticos de transtorno mental e comportamental devido ao uso de drogas, além de investigar a influência do ambiente de trabalho no envolvimento dos pacientes com drogas, em particular com o álcool. Resultados apontam que os pacientes passam a crer que são os principais responsáveis pelo seu adoecimento e alcance da sobriedade, e que nunca serão curados. Todavia, eles nem sempre aderem ao discurso médico vigente e à visão dos Alcoólicos Anônimos de que são doentes alcoólicos em recuperação, construindo percepções sobre seus diagnósticos, prognósticos e tratamentos. Concluiu-se que traços culturais peculiares à vida naval indicam que as categorias analisadas são, sobretudo, sociais e que certas condições laborativas colaboram para a emergência do alcoolismo de muitos pacientes, apesar do uso de drogas geralmente ser abordado pelo viés administrativo.
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