De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva,Martinho Braga Batista e
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ciência & Saúde Coletiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000200353
Resumo: Considerando as contribuições das ciências sociais para a compreensão da assistência psiquiátrica, que destaca a passagem de pessoa a paciente como crucial na carreira moral do doente mental, visamos investigar outro destes momentos que alimentam o debate acadêmico sobre doença e identidade social: de paciente a “causo”. Com base em uma perspectiva socioantropológica sobre a vida de egressos de internação psiquiátrica, um trabalho de campo foi conduzido de 2007 a 2010, junto a usuários de uma rede de atenção, seus familiares e vizinhos, destacando não só as categorias administrativas para designá-los entre os profissionais da rede, como também as utilizadas pelos habitantes da cidade. Notamos em que medida alguns habitantes são considerados “doidos”, mesmo sem terem sido “pacientes” da casa de repouso local; ora “usuários”, por terem sido matriculados em estabelecimentos da rede; ora “clientes”, por sua frequência no mesmo; “bonequeiros”, “nervosos” e “barulhentos”, por seu comportamento em público, alguns deles sendo objeto de comentário nas ruas da cidade e virando “causos”, e outros sendo objeto de discussão nos estabelecimentos de saúde e tornando-se “casos clínicos”. Portar transtornos mentais é tão relevante no manejo da identidade social estigmatizada quanto portar sobrenomes e apelidos.
id ABRASCO-2_ed7707a5ffa4026a0e0b5cb94c2f5f27
oai_identifier_str oai:scielo:S1413-81232015000200353
network_acronym_str ABRASCO-2
network_name_str Ciência & Saúde Coletiva (Online)
repository_id_str
spelling De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátricaIdentidade socialSaúde mentalEstigmaFamíliaComunidadeConsiderando as contribuições das ciências sociais para a compreensão da assistência psiquiátrica, que destaca a passagem de pessoa a paciente como crucial na carreira moral do doente mental, visamos investigar outro destes momentos que alimentam o debate acadêmico sobre doença e identidade social: de paciente a “causo”. Com base em uma perspectiva socioantropológica sobre a vida de egressos de internação psiquiátrica, um trabalho de campo foi conduzido de 2007 a 2010, junto a usuários de uma rede de atenção, seus familiares e vizinhos, destacando não só as categorias administrativas para designá-los entre os profissionais da rede, como também as utilizadas pelos habitantes da cidade. Notamos em que medida alguns habitantes são considerados “doidos”, mesmo sem terem sido “pacientes” da casa de repouso local; ora “usuários”, por terem sido matriculados em estabelecimentos da rede; ora “clientes”, por sua frequência no mesmo; “bonequeiros”, “nervosos” e “barulhentos”, por seu comportamento em público, alguns deles sendo objeto de comentário nas ruas da cidade e virando “causos”, e outros sendo objeto de discussão nos estabelecimentos de saúde e tornando-se “casos clínicos”. Portar transtornos mentais é tão relevante no manejo da identidade social estigmatizada quanto portar sobrenomes e apelidos.ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva2015-02-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000200353Ciência & Saúde Coletiva v.20 n.2 2015reponame:Ciência & Saúde Coletiva (Online)instname:Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)instacron:ABRASCO10.1590/1413-81232015202.20362013info:eu-repo/semantics/openAccessSilva,Martinho Braga Batista epor2016-02-16T00:00:00Zoai:scielo:S1413-81232015000200353Revistahttp://www.cienciaesaudecoletiva.com.brhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||cienciasaudecoletiva@fiocruz.br1678-45611413-8123opendoar:2016-02-16T00:00Ciência & Saúde Coletiva (Online) - Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)false
dc.title.none.fl_str_mv De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
title De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
spellingShingle De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
Silva,Martinho Braga Batista e
Identidade social
Saúde mental
Estigma
Família
Comunidade
title_short De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
title_full De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
title_fullStr De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
title_full_unstemmed De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
title_sort De paciente a causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica
author Silva,Martinho Braga Batista e
author_facet Silva,Martinho Braga Batista e
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva,Martinho Braga Batista e
dc.subject.por.fl_str_mv Identidade social
Saúde mental
Estigma
Família
Comunidade
topic Identidade social
Saúde mental
Estigma
Família
Comunidade
description Considerando as contribuições das ciências sociais para a compreensão da assistência psiquiátrica, que destaca a passagem de pessoa a paciente como crucial na carreira moral do doente mental, visamos investigar outro destes momentos que alimentam o debate acadêmico sobre doença e identidade social: de paciente a “causo”. Com base em uma perspectiva socioantropológica sobre a vida de egressos de internação psiquiátrica, um trabalho de campo foi conduzido de 2007 a 2010, junto a usuários de uma rede de atenção, seus familiares e vizinhos, destacando não só as categorias administrativas para designá-los entre os profissionais da rede, como também as utilizadas pelos habitantes da cidade. Notamos em que medida alguns habitantes são considerados “doidos”, mesmo sem terem sido “pacientes” da casa de repouso local; ora “usuários”, por terem sido matriculados em estabelecimentos da rede; ora “clientes”, por sua frequência no mesmo; “bonequeiros”, “nervosos” e “barulhentos”, por seu comportamento em público, alguns deles sendo objeto de comentário nas ruas da cidade e virando “causos”, e outros sendo objeto de discussão nos estabelecimentos de saúde e tornando-se “casos clínicos”. Portar transtornos mentais é tão relevante no manejo da identidade social estigmatizada quanto portar sobrenomes e apelidos.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-02-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000200353
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000200353
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/1413-81232015202.20362013
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
publisher.none.fl_str_mv ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
dc.source.none.fl_str_mv Ciência & Saúde Coletiva v.20 n.2 2015
reponame:Ciência & Saúde Coletiva (Online)
instname:Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
instacron:ABRASCO
instname_str Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
instacron_str ABRASCO
institution ABRASCO
reponame_str Ciência & Saúde Coletiva (Online)
collection Ciência & Saúde Coletiva (Online)
repository.name.fl_str_mv Ciência & Saúde Coletiva (Online) - Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
repository.mail.fl_str_mv ||cienciasaudecoletiva@fiocruz.br
_version_ 1754213036731662336