Brasil: ator unipolar na América do Sul?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rezende, Lucas Pereira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)
Texto Completo: https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355
Resumo: Esse artigo busca fazer um estudo da balança de poder na América do Sul, através de um levantamento quantitativo e qualitativo de 15 indicadores de poder: (1) tamanho da população; (2) tamanho do Produto Interno Bruto; (3) os Correlates of War (COW); (4) os gastos absolutos em defesa; (5) o percentual do PIB gasto em defesa; (6) o número total de efetivos nas Forças Armadas ativas; (7) o total de efetivos nos Exércitos; (8) o total de efetivos nas Marinhas; (9) o total de efetivos nas Forças Aéreas; (10) o total de veículos blindados; (11) o total de peças de artilharia; (12) o total de submarinos; (13) o total de embarcações de guerra; (14) o total de aviões de combate; e (15) o índex Global Fire Power. Partindo dos indicadores comumente utilizados pela literatura para medir poder, como o tamanho do PIB, os COW e os gastos em defesa - indicadores utilizados por Wohlforth (1999 e 2009) para sustentar a unipolaridade estadunidense, o Brasil seria, também, uma unipolaridade da América do Sul. Todavia, quando adicionamos os outros indicadores específicos de mensuração da capacidade militar atual sul-americana, vimos que a tendência brasileira à unipolaridade não se sustenta. Há uma grande defasagem, em termos comparativos, das Forças Armadas brasileiras frente às demais na América do Sul, levando em consideração seu tamanho territorial, populacional e PIB. Isso faz com que, por esses outros indicadores, observássemos uma tendência a uma multipolaridade desequilibrada. Mesmo que tenha programas de reaparelhamento de suas Forças Armadas, o Brasil não é o único a fazê-lo. Isso pode indicar que, tal qual se observou no campo global com os Estados Unidos no pós-Guerra Fria, a unipolaridade brasileira possa ser um fenômeno de curta duração, ainda que a maioria dos indicadores mostre estar, do início do século até 2013, em ascendência. Abstract This article seeks to make a study of the balance of power in South America through a quantitative and qualitative survey of 15 power indicators: (1) size of the population; (2) size of gross domestic product; (3) the Correlates of War (COW); (4) the absolute defense spending; (5) the percentage of GDP spent on defense; (6) the total number of personnel in the active military; (7) the total personnel in Armies; (8) the total personnel in Marine; (9) the total personnel in the Air Force; (10) the total number of armored vehicles; (11) the total number of artillery pieces; (12) total figure of submarines; (13) total figure of war vessels; (14) the total number of combat aircrafts; and (15) the index Global Fire Power. Based on the indicators commonly used in the literature to measure power, as the size of GDP, the COW and defense spending - indicators used by Wohlforth (1999 and 2009) to support the US unipolarity, Brazil was also a unipolar power in South America. However, when we add other specific indicators to measure the current military capability of South American states, we see the Brazilian tendency to unipolarity does not hold. There is a large gap, in comparative terms, between the Brazilian Armed Forces and the other South American actors, taking into account their territorial size, population and GDP. Taking these indicators into account, we could describe the system as an unbalanced multipolarity. Even if there is a re-equipment program of its armed forces, Brazil is not the only one to do so. This may indicate that, as it was observed in the global system with the United States in the post-Cold War, the Brazilian unipolarity may be a short-term phenomenon, although most indicators show that, from the beginning of the century to 2013, Brazilian capabilities were rising.
id ABRI_79bdc8a3529122058e2c1b0d7309ed4d
oai_identifier_str oai:ojs.emnuvens.com.br:article/355
network_acronym_str ABRI
network_name_str Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)
repository_id_str
spelling Brasil: ator unipolar na América do Sul?UnipolaridadeNeorrealismoAmérica do SulBrasilForças ArmadasEsse artigo busca fazer um estudo da balança de poder na América do Sul, através de um levantamento quantitativo e qualitativo de 15 indicadores de poder: (1) tamanho da população; (2) tamanho do Produto Interno Bruto; (3) os Correlates of War (COW); (4) os gastos absolutos em defesa; (5) o percentual do PIB gasto em defesa; (6) o número total de efetivos nas Forças Armadas ativas; (7) o total de efetivos nos Exércitos; (8) o total de efetivos nas Marinhas; (9) o total de efetivos nas Forças Aéreas; (10) o total de veículos blindados; (11) o total de peças de artilharia; (12) o total de submarinos; (13) o total de embarcações de guerra; (14) o total de aviões de combate; e (15) o índex Global Fire Power. Partindo dos indicadores comumente utilizados pela literatura para medir poder, como o tamanho do PIB, os COW e os gastos em defesa - indicadores utilizados por Wohlforth (1999 e 2009) para sustentar a unipolaridade estadunidense, o Brasil seria, também, uma unipolaridade da América do Sul. Todavia, quando adicionamos os outros indicadores específicos de mensuração da capacidade militar atual sul-americana, vimos que a tendência brasileira à unipolaridade não se sustenta. Há uma grande defasagem, em termos comparativos, das Forças Armadas brasileiras frente às demais na América do Sul, levando em consideração seu tamanho territorial, populacional e PIB. Isso faz com que, por esses outros indicadores, observássemos uma tendência a uma multipolaridade desequilibrada. Mesmo que tenha programas de reaparelhamento de suas Forças Armadas, o Brasil não é o único a fazê-lo. Isso pode indicar que, tal qual se observou no campo global com os Estados Unidos no pós-Guerra Fria, a unipolaridade brasileira possa ser um fenômeno de curta duração, ainda que a maioria dos indicadores mostre estar, do início do século até 2013, em ascendência. Abstract This article seeks to make a study of the balance of power in South America through a quantitative and qualitative survey of 15 power indicators: (1) size of the population; (2) size of gross domestic product; (3) the Correlates of War (COW); (4) the absolute defense spending; (5) the percentage of GDP spent on defense; (6) the total number of personnel in the active military; (7) the total personnel in Armies; (8) the total personnel in Marine; (9) the total personnel in the Air Force; (10) the total number of armored vehicles; (11) the total number of artillery pieces; (12) total figure of submarines; (13) total figure of war vessels; (14) the total number of combat aircrafts; and (15) the index Global Fire Power. Based on the indicators commonly used in the literature to measure power, as the size of GDP, the COW and defense spending - indicators used by Wohlforth (1999 and 2009) to support the US unipolarity, Brazil was also a unipolar power in South America. However, when we add other specific indicators to measure the current military capability of South American states, we see the Brazilian tendency to unipolarity does not hold. There is a large gap, in comparative terms, between the Brazilian Armed Forces and the other South American actors, taking into account their territorial size, population and GDP. Taking these indicators into account, we could describe the system as an unbalanced multipolarity. Even if there is a re-equipment program of its armed forces, Brazil is not the only one to do so. This may indicate that, as it was observed in the global system with the United States in the post-Cold War, the Brazilian unipolarity may be a short-term phenomenon, although most indicators show that, from the beginning of the century to 2013, Brazilian capabilities were rising.Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)2016-04-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/htmlhttps://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/35510.21530/ci.v11n1.2016.355Carta Internacional; Vol. 11 No. 1 (2016); 274-295Carta Internacional; Vol. 11 Núm. 1 (2016); 274-295Carta Internacional; v. 11 n. 1 (2016); 274-2952526-903810.21530/ci.v11n1.2016reponame:Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)instname:Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)instacron:ABRIporhttps://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355/307https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355/713Copyright (c) 2016 Carta Internacionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessRezende, Lucas Pereira2019-08-08T20:13:12Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/355Revistahttps://www.cartainternacional.abri.org.br/CartaONGhttps://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/oaicartainternacional@abri.org.brhttps://doi.org/10.215302526-90382526-9038opendoar:2019-08-08T20:13:12Carta Internacional (Belo Horizonte. Online) - Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)false
dc.title.none.fl_str_mv Brasil: ator unipolar na América do Sul?
title Brasil: ator unipolar na América do Sul?
spellingShingle Brasil: ator unipolar na América do Sul?
Rezende, Lucas Pereira
Unipolaridade
Neorrealismo
América do Sul
Brasil
Forças Armadas
title_short Brasil: ator unipolar na América do Sul?
title_full Brasil: ator unipolar na América do Sul?
title_fullStr Brasil: ator unipolar na América do Sul?
title_full_unstemmed Brasil: ator unipolar na América do Sul?
title_sort Brasil: ator unipolar na América do Sul?
author Rezende, Lucas Pereira
author_facet Rezende, Lucas Pereira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rezende, Lucas Pereira
dc.subject.por.fl_str_mv Unipolaridade
Neorrealismo
América do Sul
Brasil
Forças Armadas
topic Unipolaridade
Neorrealismo
América do Sul
Brasil
Forças Armadas
description Esse artigo busca fazer um estudo da balança de poder na América do Sul, através de um levantamento quantitativo e qualitativo de 15 indicadores de poder: (1) tamanho da população; (2) tamanho do Produto Interno Bruto; (3) os Correlates of War (COW); (4) os gastos absolutos em defesa; (5) o percentual do PIB gasto em defesa; (6) o número total de efetivos nas Forças Armadas ativas; (7) o total de efetivos nos Exércitos; (8) o total de efetivos nas Marinhas; (9) o total de efetivos nas Forças Aéreas; (10) o total de veículos blindados; (11) o total de peças de artilharia; (12) o total de submarinos; (13) o total de embarcações de guerra; (14) o total de aviões de combate; e (15) o índex Global Fire Power. Partindo dos indicadores comumente utilizados pela literatura para medir poder, como o tamanho do PIB, os COW e os gastos em defesa - indicadores utilizados por Wohlforth (1999 e 2009) para sustentar a unipolaridade estadunidense, o Brasil seria, também, uma unipolaridade da América do Sul. Todavia, quando adicionamos os outros indicadores específicos de mensuração da capacidade militar atual sul-americana, vimos que a tendência brasileira à unipolaridade não se sustenta. Há uma grande defasagem, em termos comparativos, das Forças Armadas brasileiras frente às demais na América do Sul, levando em consideração seu tamanho territorial, populacional e PIB. Isso faz com que, por esses outros indicadores, observássemos uma tendência a uma multipolaridade desequilibrada. Mesmo que tenha programas de reaparelhamento de suas Forças Armadas, o Brasil não é o único a fazê-lo. Isso pode indicar que, tal qual se observou no campo global com os Estados Unidos no pós-Guerra Fria, a unipolaridade brasileira possa ser um fenômeno de curta duração, ainda que a maioria dos indicadores mostre estar, do início do século até 2013, em ascendência. Abstract This article seeks to make a study of the balance of power in South America through a quantitative and qualitative survey of 15 power indicators: (1) size of the population; (2) size of gross domestic product; (3) the Correlates of War (COW); (4) the absolute defense spending; (5) the percentage of GDP spent on defense; (6) the total number of personnel in the active military; (7) the total personnel in Armies; (8) the total personnel in Marine; (9) the total personnel in the Air Force; (10) the total number of armored vehicles; (11) the total number of artillery pieces; (12) total figure of submarines; (13) total figure of war vessels; (14) the total number of combat aircrafts; and (15) the index Global Fire Power. Based on the indicators commonly used in the literature to measure power, as the size of GDP, the COW and defense spending - indicators used by Wohlforth (1999 and 2009) to support the US unipolarity, Brazil was also a unipolar power in South America. However, when we add other specific indicators to measure the current military capability of South American states, we see the Brazilian tendency to unipolarity does not hold. There is a large gap, in comparative terms, between the Brazilian Armed Forces and the other South American actors, taking into account their territorial size, population and GDP. Taking these indicators into account, we could describe the system as an unbalanced multipolarity. Even if there is a re-equipment program of its armed forces, Brazil is not the only one to do so. This may indicate that, as it was observed in the global system with the United States in the post-Cold War, the Brazilian unipolarity may be a short-term phenomenon, although most indicators show that, from the beginning of the century to 2013, Brazilian capabilities were rising.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-04-30
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355
10.21530/ci.v11n1.2016.355
url https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355
identifier_str_mv 10.21530/ci.v11n1.2016.355
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355/307
https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355/713
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2016 Carta Internacional
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2016 Carta Internacional
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
dc.source.none.fl_str_mv Carta Internacional; Vol. 11 No. 1 (2016); 274-295
Carta Internacional; Vol. 11 Núm. 1 (2016); 274-295
Carta Internacional; v. 11 n. 1 (2016); 274-295
2526-9038
10.21530/ci.v11n1.2016
reponame:Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)
instname:Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
instacron:ABRI
instname_str Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
instacron_str ABRI
institution ABRI
reponame_str Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)
collection Carta Internacional (Belo Horizonte. Online)
repository.name.fl_str_mv Carta Internacional (Belo Horizonte. Online) - Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
repository.mail.fl_str_mv cartainternacional@abri.org.br
_version_ 1797066959353806848