Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moritz,Rogério
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Srougi,Miguel, Ortiz,Valdemar, Leite,Kátia Ramos Moreira, Nesrallah,Luciano, Dall'Oglio,Marcos, Sant'Anna,Alexandre Crippa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000200020
Resumo: OBJETIVO: O bloqueio androgênico neo-adjuvante em câncer da próstata produz involução do volume tumoral sem melhorar a evolução desses pacientes. Uma das explicações para esse fenômeno é a aquisição de comportamento mais agressivo pelas células tumorais remanescentes que, morfologicamente, apresentam aspecto mais indiferenciado após o bloqueio androgênico. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a freqüência de desdiferenciação celular após tratamento antiandrogênico e definir se a neoplasia remanescente apresenta sinais de maior agressividade biológica. MÉTODOS: Trinta pacientes portadores de câncer da próstata localmente avançado foram submetidos a tratamento antiandrogênico neo-adjuvante por quatro meses, seguido de prostatectomia radical. Foram comparados os escores de Gleason da biópsia e do espécime cirúrgico. Ademais, mediu-se o índice de proliferação celular, determinado por imunohistoquímica para o PCNA, sendo considerados positivos os testes com reação nuclear intensa. A porcentagem de núcleos positivos, determinada em 500 células, foi confrontada com as diversas categorias do escore de Gleason do espécime cirúrgico. RESULTADOS: Em 11 espécimes cirúrgicos (37%) o escore de Gleason foi igual ou menor que o encontrado na biópsia, enquanto em 19 (63%) o escore cirúrgico foi maior que o da biópsia (p <0,05). A mediana de expressão do PCNA foi, respectivamente, de 4,5%, 10%, 12% e 14% para os escores de Gleason 2-4, 5-6, 7 e 8-10 (p> 0,05). A mediana dos índices de proliferação celular foi de 9% para tumores confinados à glândula ou ao espécime e de 17% para os extraprostáticos (p<0,05). CONCLUSÃO: Piora do escore de Gleason ocorreu em cerca de dois terços dos pacientes submetidos a tratamento hormonal anti-androgênico. Entretanto, os índices de proliferação celular, medidos pelo PCNA, foram iguais para espécimes com diferentes escores de Gleason. É provável que o bloqueio hormonal neo-adjuvante produza uma piora morfológica da neoplasia, sem, contudo, gerar clones celulares mais agressivos.
id AMB-1_12ba0cc90f43e9c47007e65cf9622824
oai_identifier_str oai:scielo:S0104-42302005000200020
network_acronym_str AMB-1
network_name_str Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
repository_id_str
spelling Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênicaCâncer da próstataTerapêutica antiandrogênicaTratamento neo-adjuvantePCNAImunohistoquímicaOBJETIVO: O bloqueio androgênico neo-adjuvante em câncer da próstata produz involução do volume tumoral sem melhorar a evolução desses pacientes. Uma das explicações para esse fenômeno é a aquisição de comportamento mais agressivo pelas células tumorais remanescentes que, morfologicamente, apresentam aspecto mais indiferenciado após o bloqueio androgênico. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a freqüência de desdiferenciação celular após tratamento antiandrogênico e definir se a neoplasia remanescente apresenta sinais de maior agressividade biológica. MÉTODOS: Trinta pacientes portadores de câncer da próstata localmente avançado foram submetidos a tratamento antiandrogênico neo-adjuvante por quatro meses, seguido de prostatectomia radical. Foram comparados os escores de Gleason da biópsia e do espécime cirúrgico. Ademais, mediu-se o índice de proliferação celular, determinado por imunohistoquímica para o PCNA, sendo considerados positivos os testes com reação nuclear intensa. A porcentagem de núcleos positivos, determinada em 500 células, foi confrontada com as diversas categorias do escore de Gleason do espécime cirúrgico. RESULTADOS: Em 11 espécimes cirúrgicos (37%) o escore de Gleason foi igual ou menor que o encontrado na biópsia, enquanto em 19 (63%) o escore cirúrgico foi maior que o da biópsia (p <0,05). A mediana de expressão do PCNA foi, respectivamente, de 4,5%, 10%, 12% e 14% para os escores de Gleason 2-4, 5-6, 7 e 8-10 (p> 0,05). A mediana dos índices de proliferação celular foi de 9% para tumores confinados à glândula ou ao espécime e de 17% para os extraprostáticos (p<0,05). CONCLUSÃO: Piora do escore de Gleason ocorreu em cerca de dois terços dos pacientes submetidos a tratamento hormonal anti-androgênico. Entretanto, os índices de proliferação celular, medidos pelo PCNA, foram iguais para espécimes com diferentes escores de Gleason. É provável que o bloqueio hormonal neo-adjuvante produza uma piora morfológica da neoplasia, sem, contudo, gerar clones celulares mais agressivos.Associação Médica Brasileira2005-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000200020Revista da Associação Médica Brasileira v.51 n.2 2005reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online)instname:Associação Médica Brasileira (AMB)instacron:AMB10.1590/S0104-42302005000200020info:eu-repo/semantics/openAccessMoritz,RogérioSrougi,MiguelOrtiz,ValdemarLeite,Kátia Ramos MoreiraNesrallah,LucianoDall'Oglio,MarcosSant'Anna,Alexandre Crippapor2005-06-07T00:00:00Zoai:scielo:S0104-42302005000200020Revistahttps://ramb.amb.org.br/ultimas-edicoes/#https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||ramb@amb.org.br1806-92820104-4230opendoar:2005-06-07T00:00Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB)false
dc.title.none.fl_str_mv Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
title Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
spellingShingle Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
Moritz,Rogério
Câncer da próstata
Terapêutica antiandrogênica
Tratamento neo-adjuvante
PCNA
Imunohistoquímica
title_short Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
title_full Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
title_fullStr Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
title_full_unstemmed Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
title_sort Desdiferenciação do câncer da próstata após terapia antiandrogênica
author Moritz,Rogério
author_facet Moritz,Rogério
Srougi,Miguel
Ortiz,Valdemar
Leite,Kátia Ramos Moreira
Nesrallah,Luciano
Dall'Oglio,Marcos
Sant'Anna,Alexandre Crippa
author_role author
author2 Srougi,Miguel
Ortiz,Valdemar
Leite,Kátia Ramos Moreira
Nesrallah,Luciano
Dall'Oglio,Marcos
Sant'Anna,Alexandre Crippa
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moritz,Rogério
Srougi,Miguel
Ortiz,Valdemar
Leite,Kátia Ramos Moreira
Nesrallah,Luciano
Dall'Oglio,Marcos
Sant'Anna,Alexandre Crippa
dc.subject.por.fl_str_mv Câncer da próstata
Terapêutica antiandrogênica
Tratamento neo-adjuvante
PCNA
Imunohistoquímica
topic Câncer da próstata
Terapêutica antiandrogênica
Tratamento neo-adjuvante
PCNA
Imunohistoquímica
description OBJETIVO: O bloqueio androgênico neo-adjuvante em câncer da próstata produz involução do volume tumoral sem melhorar a evolução desses pacientes. Uma das explicações para esse fenômeno é a aquisição de comportamento mais agressivo pelas células tumorais remanescentes que, morfologicamente, apresentam aspecto mais indiferenciado após o bloqueio androgênico. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a freqüência de desdiferenciação celular após tratamento antiandrogênico e definir se a neoplasia remanescente apresenta sinais de maior agressividade biológica. MÉTODOS: Trinta pacientes portadores de câncer da próstata localmente avançado foram submetidos a tratamento antiandrogênico neo-adjuvante por quatro meses, seguido de prostatectomia radical. Foram comparados os escores de Gleason da biópsia e do espécime cirúrgico. Ademais, mediu-se o índice de proliferação celular, determinado por imunohistoquímica para o PCNA, sendo considerados positivos os testes com reação nuclear intensa. A porcentagem de núcleos positivos, determinada em 500 células, foi confrontada com as diversas categorias do escore de Gleason do espécime cirúrgico. RESULTADOS: Em 11 espécimes cirúrgicos (37%) o escore de Gleason foi igual ou menor que o encontrado na biópsia, enquanto em 19 (63%) o escore cirúrgico foi maior que o da biópsia (p <0,05). A mediana de expressão do PCNA foi, respectivamente, de 4,5%, 10%, 12% e 14% para os escores de Gleason 2-4, 5-6, 7 e 8-10 (p> 0,05). A mediana dos índices de proliferação celular foi de 9% para tumores confinados à glândula ou ao espécime e de 17% para os extraprostáticos (p<0,05). CONCLUSÃO: Piora do escore de Gleason ocorreu em cerca de dois terços dos pacientes submetidos a tratamento hormonal anti-androgênico. Entretanto, os índices de proliferação celular, medidos pelo PCNA, foram iguais para espécimes com diferentes escores de Gleason. É provável que o bloqueio hormonal neo-adjuvante produza uma piora morfológica da neoplasia, sem, contudo, gerar clones celulares mais agressivos.
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-04-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000200020
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000200020
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0104-42302005000200020
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
dc.source.none.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira v.51 n.2 2005
reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
instname:Associação Médica Brasileira (AMB)
instacron:AMB
instname_str Associação Médica Brasileira (AMB)
instacron_str AMB
institution AMB
reponame_str Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
collection Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB)
repository.mail.fl_str_mv ||ramb@amb.org.br
_version_ 1754212826742784000