O padrão 4 de Gleason e o volume tumoral no prognóstico do carcinoma da próstata

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite,Katia R. M.
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Srougi,Miguel, Kauffmann,José Roberto, Bevilacqua,Ruy G., Nesrallah,Adriano J., Nesrallah,Luciano J., Camara-Lopes,Luiz H.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000600016
Resumo: OBJETIVOS: A introdução de terapia adjuvante pós-prostatectomia radical foi recentemente proposta na literatura na tentativa de se obter melhores taxas de sobrevida em pacientes com câncer de próstata com maior risco de recidiva da doença. Alguns parâmetros anatomopatológicos têm sido considerados bons determinantes dos riscos de recorrência local ou à distância desses tumores. Recentemente o volume tumoral e a presença de padrão terciário de Gleason menos diferenciado foram apresentados como os melhores indicadores do comportamento do carcinoma da próstata. A proposta deste estudo é avaliar a importância da presença e porcentagem do padrão 4 de Gleason e do volume tumoral na evolução de pacientes portadores da adenocarcinoma bem diferenciado de próstata, tratados com prostatectomia radical. MÉTODOS: Setenta e sete pacientes portadores de adenocarcinoma bem diferenciado da próstata, Gleason 6 ou menos, submetidos a prostatectomia radical entre 1995 e 1997 foram estudados. Trinta e sete pacientes sofreram recidiva bioquímica (PSA > 0,4 ng/ml), e 40 pacientes permaneceram livres de doença após seguimento mínimo de cinco anos. A presença e porcentagem do padrão 4 de Gleason, a porcentagem de tumor comprometendo a glândula (considerado como "volume tumoral"), a infiltração capsular e a invasão do tecido extraprostático foram submetidos a análise uni e multivariada para determinação da associação destes parâmetros com a recidiva bioquímica. RESULTADOS: O volume tumoral foi o parâmetro mais importante para determinação da recorrência bioquímica em análises uni e multivariadas. A mediana do volume foi de 25% nos pacientes que sofreram recidiva e 11,5% naqueles que permaneceram livres de doença (p=0,003). A porcentagem de padrão 4 de Gleason foi importante apenas em análise univariada. A mediana da porcentagem de Gleason 4 foi de 7,5% para os pacientes que não sofreram recidiva e de 19% naqueles que recidivaram (p=0,046). CONCLUSÃO: O volume do adenocarcinoma de próstata é um parâmetro objetivo, de fácil avaliação e importante na previsão da recidiva bioquímica no carcinoma bem diferenciado da próstata. Por outro lado, a porcentagem do padrão menos diferenciado de Gleason também serve para prever recidiva à distância. Ambos os parâmetros devem ser incorporados em estudos futuros de terapias adjuvantes para o carcinoma da próstata.
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