Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zambon,Mariana Porto
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Jacintho,Antonio Carvalho de Ávila, Medeiros,Michelle Marchi de, Guglielminetti,Rachel, Marmo,Denise Barbieri
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000400018
Resumo: OBJETIVO: Estudar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica da Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica (UERP) do Hospital das Clínicas (HC) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ambulatório especializado, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007, enfatizando o abuso sexual. MÉTODOS: Analisou-se: gênero, idade, procedência e classificação. Para as vítimas de abuso sexual estudou-se: tipo de abuso (estupro), local (doméstico/urbano), duração (aguda/crônica), autor (conhecido; incestuoso), alterações no exame médico, notificação ao conselho tutelar, medicação antirretroviral e sorologias (HIV, Lues, hepatite B e C). Dividiu-se em dois grupos com relação ao tipo de abuso e ao autor e associou-se a gênero, idade e duração. Para a comparação calculou-se o Qui-quadrado ou Exato de Fisher (significância p < 0,05) e a razão de chance prevalente bruta. RESULTADOS: Do total (551), predominou a negligência (33,9%) e abuso sexual (31,9%), sendo 55,9% nas meninas e 50% até 5 anos. Do abuso sexual (95), 80% eram meninas e 58,9% entre 5-10 anos. Observou-se estupro entre 39% e atentado ao pudor em 59,6%; 72,6% foram em área doméstica, 81,1% por autor conhecido, 31,6% por relação incestuosa, 47,4% crônica e 76,5% sem alteração clínicas, sendo 81,1% encaminhados ao conselho tutelar. Medicação antirretroviral foi indicada para 49,1% dos pacientes, e sorologias: HIV em 46 (48,4%), Lues em 42 (44,2%), hepatite B em 44 (46,3%) e hepatite C em 45 (47,4%), todas negativas, mais frequente nas vítimas de estupro (p = 0,00). Ocorreu associação entre estupro e idade (10 e 15 anos p = 0,01) e autor incestuoso e duração crônica (p = 0,01). CONCLUSÃO: Apesar de não refletir a realidade, serve como alerta aos pediatras.
id AMB-1_b72a21d5e11daf1d02bf080a38b41f4c
oai_identifier_str oai:scielo:S0104-42302012000400018
network_acronym_str AMB-1
network_name_str Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
repository_id_str
spelling Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafioMaus-tratos na infânciaabuso na infâncianegligênciaviolência sexualOBJETIVO: Estudar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica da Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica (UERP) do Hospital das Clínicas (HC) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ambulatório especializado, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007, enfatizando o abuso sexual. MÉTODOS: Analisou-se: gênero, idade, procedência e classificação. Para as vítimas de abuso sexual estudou-se: tipo de abuso (estupro), local (doméstico/urbano), duração (aguda/crônica), autor (conhecido; incestuoso), alterações no exame médico, notificação ao conselho tutelar, medicação antirretroviral e sorologias (HIV, Lues, hepatite B e C). Dividiu-se em dois grupos com relação ao tipo de abuso e ao autor e associou-se a gênero, idade e duração. Para a comparação calculou-se o Qui-quadrado ou Exato de Fisher (significância p < 0,05) e a razão de chance prevalente bruta. RESULTADOS: Do total (551), predominou a negligência (33,9%) e abuso sexual (31,9%), sendo 55,9% nas meninas e 50% até 5 anos. Do abuso sexual (95), 80% eram meninas e 58,9% entre 5-10 anos. Observou-se estupro entre 39% e atentado ao pudor em 59,6%; 72,6% foram em área doméstica, 81,1% por autor conhecido, 31,6% por relação incestuosa, 47,4% crônica e 76,5% sem alteração clínicas, sendo 81,1% encaminhados ao conselho tutelar. Medicação antirretroviral foi indicada para 49,1% dos pacientes, e sorologias: HIV em 46 (48,4%), Lues em 42 (44,2%), hepatite B em 44 (46,3%) e hepatite C em 45 (47,4%), todas negativas, mais frequente nas vítimas de estupro (p = 0,00). Ocorreu associação entre estupro e idade (10 e 15 anos p = 0,01) e autor incestuoso e duração crônica (p = 0,01). CONCLUSÃO: Apesar de não refletir a realidade, serve como alerta aos pediatras.Associação Médica Brasileira2012-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000400018Revista da Associação Médica Brasileira v.58 n.4 2012reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online)instname:Associação Médica Brasileira (AMB)instacron:AMB10.1590/S0104-42302012000400018info:eu-repo/semantics/openAccessZambon,Mariana PortoJacintho,Antonio Carvalho de ÁvilaMedeiros,Michelle Marchi deGuglielminetti,RachelMarmo,Denise Barbieripor2012-08-24T00:00:00Zoai:scielo:S0104-42302012000400018Revistahttps://ramb.amb.org.br/ultimas-edicoes/#https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||ramb@amb.org.br1806-92820104-4230opendoar:2012-08-24T00:00Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB)false
dc.title.none.fl_str_mv Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
title Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
spellingShingle Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
Zambon,Mariana Porto
Maus-tratos na infância
abuso na infância
negligência
violência sexual
title_short Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
title_full Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
title_fullStr Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
title_full_unstemmed Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
title_sort Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio
author Zambon,Mariana Porto
author_facet Zambon,Mariana Porto
Jacintho,Antonio Carvalho de Ávila
Medeiros,Michelle Marchi de
Guglielminetti,Rachel
Marmo,Denise Barbieri
author_role author
author2 Jacintho,Antonio Carvalho de Ávila
Medeiros,Michelle Marchi de
Guglielminetti,Rachel
Marmo,Denise Barbieri
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Zambon,Mariana Porto
Jacintho,Antonio Carvalho de Ávila
Medeiros,Michelle Marchi de
Guglielminetti,Rachel
Marmo,Denise Barbieri
dc.subject.por.fl_str_mv Maus-tratos na infância
abuso na infância
negligência
violência sexual
topic Maus-tratos na infância
abuso na infância
negligência
violência sexual
description OBJETIVO: Estudar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica da Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica (UERP) do Hospital das Clínicas (HC) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ambulatório especializado, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007, enfatizando o abuso sexual. MÉTODOS: Analisou-se: gênero, idade, procedência e classificação. Para as vítimas de abuso sexual estudou-se: tipo de abuso (estupro), local (doméstico/urbano), duração (aguda/crônica), autor (conhecido; incestuoso), alterações no exame médico, notificação ao conselho tutelar, medicação antirretroviral e sorologias (HIV, Lues, hepatite B e C). Dividiu-se em dois grupos com relação ao tipo de abuso e ao autor e associou-se a gênero, idade e duração. Para a comparação calculou-se o Qui-quadrado ou Exato de Fisher (significância p < 0,05) e a razão de chance prevalente bruta. RESULTADOS: Do total (551), predominou a negligência (33,9%) e abuso sexual (31,9%), sendo 55,9% nas meninas e 50% até 5 anos. Do abuso sexual (95), 80% eram meninas e 58,9% entre 5-10 anos. Observou-se estupro entre 39% e atentado ao pudor em 59,6%; 72,6% foram em área doméstica, 81,1% por autor conhecido, 31,6% por relação incestuosa, 47,4% crônica e 76,5% sem alteração clínicas, sendo 81,1% encaminhados ao conselho tutelar. Medicação antirretroviral foi indicada para 49,1% dos pacientes, e sorologias: HIV em 46 (48,4%), Lues em 42 (44,2%), hepatite B em 44 (46,3%) e hepatite C em 45 (47,4%), todas negativas, mais frequente nas vítimas de estupro (p = 0,00). Ocorreu associação entre estupro e idade (10 e 15 anos p = 0,01) e autor incestuoso e duração crônica (p = 0,01). CONCLUSÃO: Apesar de não refletir a realidade, serve como alerta aos pediatras.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-08-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000400018
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000400018
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0104-42302012000400018
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
dc.source.none.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira v.58 n.4 2012
reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
instname:Associação Médica Brasileira (AMB)
instacron:AMB
instname_str Associação Médica Brasileira (AMB)
instacron_str AMB
institution AMB
reponame_str Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
collection Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB)
repository.mail.fl_str_mv ||ramb@amb.org.br
_version_ 1754212830364565504