Embolia pulmonar por líquido amniótico: relato de caso e revisão da literatura
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista brasileira de terapia intensiva (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2007000200017 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A embolia pulmonar por líquido amniótico é uma complicação obstétrica rara, freqüentemente fatal, de fisiopatologia ainda não totalmente esclarecida e pouco conhecida pelo intensivista e obstetra. O objetivo deste relato foi enfatizar a necessidade de conhecimento desta entidade clínica e discutir a literatura pertinente de maior relevância. RELATO DO CASO: Paciente com 15 anos, primigesta, 34 semanas de gestação, foi admitida no serviço de emergência para tratamento de início de parto prematuro. Queixava-se de tosse e dispnéia. Ao exame clínico apresentava-se taquipneica (28 irm), ausculta pulmonar normal, sem outras anormalidades. Permaneceu em observação com uso de oxigênio através de máscara facial. Houve agravamento progressivo sendo transferida para a UTI. À admissão na UTI apresentava taquipnéia (28 irm), lúcida, pressão arterial (PA) de 104 x 56 mmHg e pressão arterial média (PAM) de 65 mmHg, SpO2 de 87% com fluxo de oxigênio de 5 L/min. Devido à piora progressiva da mecânica ventilatória foi realizada intubação traqueal e instituída ventilação mecânica com pressão controlada e volume garantido. Radiograma de tórax evidenciou infiltrado pulmonar extenso e bilateral. O painel de coagulação evidenciou importante alargamento do tempo de tromboplastina parcial ativado de 34,7 seg na admissão para 57,4 seg, 10 horas após, com redução progressiva nos dias subsequentes. Foi submetida à cesariana na manhã seguinte. Apresentou importante hipotensão arterial no intra-operatório, apesar de utilização de cristalóides em volume aparentemente adequado, sendo iniciado administração de noradrenalina. Foi extubada no 3º dia, recebendo alta hospitalar 13 dias após a admissão, assintomática. CONCLUSÕES: A embolia por líquido amniótico é uma rara e catastrófica complicação da gestação. A síndrome se caracteriza por um quadro súbito de desconforto ventilatório, hipotensão arterial, sintomatologia neurológica e coagulopatia que se iniciou durante ou em 30 min do trabalho de parto. O diagnóstico é de exclusão de outras afecções mais comuns, tais como eclâmpsia, sepse, miocardiopatia periparto, anafilaxia, tromboembolismo pulmonar, reações transfusionais, complicações anestésicas e estenose mitral, que podem surgir ou agravar-se durante o trabalho de parto. Pode ocorrer durante ou logo após aborto cirúrgico, amniocentese ou colocação de transdutor de pressão na cavidade uterina. O tratamento é o de suporte hemodinâmico, ventilatório e correção dos distúrbios de coagulação. A interrupção imediata da gestação, através de cesariana, parece trazer benefícios para a mãe e concepto. Os intensivistas e obstetras devem estar atentos para esta entidade com o intuito de diagnóstico e tratamento imediatos. |
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