Pinturas rupestres da gruta pré-histórica no rio Mariuçu

• Autor(a) principal: Pereira, Carlos Simões
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Almeida, Arthur da Costa, Caldeira, Nelio André Moraes, Rocha-Pereira, Carlos Emilio
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Brazilian Applied Science Review
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BASR/article/view/58293
• topic: pintura rupestre; caverna pré-histórica; estêncil de mão humana; pigmentos; padrões abstratos

Mariuçu é uma gruta rochosa descoberta por funcionários da empresa Juruá Florestal em 2009 em Almeirim. A gruta abriga pinturas policrômicas, onde se observa uma excepcional diversidade nas pinturas lá deixadas, sendo algumas de boa qualidade. A fauna mostrada consiste em porcos do mato, tamanduás e lagartos do gênero gecko, que provavelmente não pertenciam ao local à época, podendo ser a manifestação de uma lembrança ancestral. Também mostra detalhes de atividades humanas como um condutor de jangadas e uma mulher, não como uma Vênus, mas brandindo uma arma, o que pode materializar a lenda das nossas mulheres guerreiras, as icamiabas. Pode-se atribuir uma datação de cerca de 9.200 anos a.C, considerando que a Serra da Lua, situada 120 km a sudoeste, em Monte Alegre, tem cavernas com pinturas semelhantes e que tem como aceita essa datação. A localização dessa gruta está inserida na rota de migrantes que aqui chegavam vindos via Caribe, passando pelo Amapá, Marajó e afluentes da margem esquerda do Rio Amazonas à montante. Esses tipos de cavernas estão espalhadas pelo mundo todo, e podem ser consideradas como mensagens desses povos primitivos para o mundo e a posteridade.