Análise epidemiológica da sífilis congênita no nordeste brasileiro / Epidemiological analysis of congenital syphilis in northeast Brazil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/14247 |
Resumo: | A sífilis representa uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ser transmitida verticalmente por via transplacentária ou durante o parto, ocasionando o quadro de sífilis congênita. Sabe-se que tal agravo é a segunda principal causa de natimortos evitáveis em todo o mundo, superando o número de consequências reportadas devido a infecção congênita pelo HIV, o que ilustra o importante acometimento da saúde materno-infantil. Neste cenário, o presente trabalho visa traçar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita referentes à região nordeste do Brasil. Consiste em um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2007 a 2017. As variáveis utilizadas foram: casos confirmados, região, faixa etária, escolaridade materna, tratamento dos parceiros, pré-natal e óbitos infantis. A região Nordeste apresentou 44.944 casos de sífilis congênita, atrás apenas da região Sudeste (62.269). Embora tenha cobertura pré-natal (76,3%) próxima da média nacional (78%), a região ficou em último lugar quando comparada com outras localidades do país. Os estados mais afetados foram Pernambuco (10.779), Ceará (9.865) e Bahia (7.809), sendo concomitantemente os que apresentam menor quantitativo de tratamento dos parceiros. Quanto à escolaridade materna, a maioria (61,2%) possuía ensino fundamental incompleto. Por fim, foram catalogados 978 óbitos, dos quais 933 ocorreram na primeira semana de vida. O Nordeste projetou-se em 2° lugar nos casos de sífilis congênita, quadruplicando esse valor entre o primeiro e o último ano analisados, o que pode ser atribuído a avanços da vigilância epidemiológica ou a piora do panorama relacionado a esse agravo. Pernambuco, Ceará e Bahia demonstraram maior prevalência, possivelmente por uma menor qualidade no atendimento do pré-natal ou o não tratamento do parceiro. Nesse contexto, o menor índice de cobertura pré-natal e a baixa escolaridade materna são fatores que demonstraram favorecer a perpetuação da sífilis congênita no Nordeste. Nota-se que a melhoria do panorama desse importante agravo perpassa por um adequado acompanhamento pré-natal, tratamento dos parceiros e, especialmente, incentivo à educação em saúde. |
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Análise epidemiológica da sífilis congênita no nordeste brasileiro / Epidemiological analysis of congenital syphilis in northeast BrazilSífilis congênitaPré-natalTransmissão vertical de doença infecciosa.A sífilis representa uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ser transmitida verticalmente por via transplacentária ou durante o parto, ocasionando o quadro de sífilis congênita. Sabe-se que tal agravo é a segunda principal causa de natimortos evitáveis em todo o mundo, superando o número de consequências reportadas devido a infecção congênita pelo HIV, o que ilustra o importante acometimento da saúde materno-infantil. Neste cenário, o presente trabalho visa traçar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita referentes à região nordeste do Brasil. Consiste em um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2007 a 2017. As variáveis utilizadas foram: casos confirmados, região, faixa etária, escolaridade materna, tratamento dos parceiros, pré-natal e óbitos infantis. A região Nordeste apresentou 44.944 casos de sífilis congênita, atrás apenas da região Sudeste (62.269). Embora tenha cobertura pré-natal (76,3%) próxima da média nacional (78%), a região ficou em último lugar quando comparada com outras localidades do país. Os estados mais afetados foram Pernambuco (10.779), Ceará (9.865) e Bahia (7.809), sendo concomitantemente os que apresentam menor quantitativo de tratamento dos parceiros. Quanto à escolaridade materna, a maioria (61,2%) possuía ensino fundamental incompleto. Por fim, foram catalogados 978 óbitos, dos quais 933 ocorreram na primeira semana de vida. O Nordeste projetou-se em 2° lugar nos casos de sífilis congênita, quadruplicando esse valor entre o primeiro e o último ano analisados, o que pode ser atribuído a avanços da vigilância epidemiológica ou a piora do panorama relacionado a esse agravo. Pernambuco, Ceará e Bahia demonstraram maior prevalência, possivelmente por uma menor qualidade no atendimento do pré-natal ou o não tratamento do parceiro. Nesse contexto, o menor índice de cobertura pré-natal e a baixa escolaridade materna são fatores que demonstraram favorecer a perpetuação da sífilis congênita no Nordeste. Nota-se que a melhoria do panorama desse importante agravo perpassa por um adequado acompanhamento pré-natal, tratamento dos parceiros e, especialmente, incentivo à educação em saúde.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2020-08-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1424710.34119/bjhrv3n4-199Brazilian Journal of Health Review; Vol. 3 No. 4 (2020); 9638-9648Brazilian Journal of Health Review; v. 3 n. 4 (2020); 9638-96482595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/14247/11867Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessAraújo, Lílian Santana Marcelino deSilva, Diana Soares daSantos, Izabella Mariane Ramos dosCampos, Joanny Elizabeth Maria PimentelSantana, João Pedro Matos deOliveira, Leticia Lima deSilva, Mariana SilveiraGallotti, Fernanda Costa Martins2020-09-24T10:58:47Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/14247Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2020-09-24T10:58:47Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
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