''Estrongiloidíase em paciente imunossuprimido: um relato de caso'' / ''Strongyloidiasis in an immunosuppressed patient: a case report''

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: First, Eduarda Thais
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Kureski, Déborah, Mesadri, Isadora Roberto, Callegari, Nicole Beria, Ferreira, Ana Carolina Buhrer, Gonzaga, Caroline Ehlke
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
DOI: 10.34119/bjhrv4n6-042
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/39181
Resumo: INTRODUÇÃO: A estrongiloidíase é uma doença causada pelo Strongyloides stercoralis, um helminto transmitido através do solo contaminado com larvas filarióides infectantes. Em pacientes imunocomprometidos, a quantidade do parasita pode aumentar substancialmente, resultando na disseminação, invasão, hiperinfecção e morte, caso não seja reconhecido com antecedência. OBJETIVOS: Relatar o caso de um paciente com queixas gastrointestinais e diagnosticado com estrongiloidíase invasiva. RELATO DO CASO: Paciente, sexo masculino, 64 anos, natural e procedente de Paranaguá-PR. Procurou atendimento por queixa de dor intestinal, com início há 6 meses, intensa, tipo queimação e cólica, irradiada para dorso e com piora progressiva. Há 1 ano recebeu o diagnóstico de câncer de garganta, fez radioterapia, cirurgia e quimioterapia, última há 7 meses. Ao exame físico, paciente em regular estado geral, hipocorado e emagrecido. Em tórax, murmúrio vesicular diminuído difusamente. Em abdome, dor à palpação profunda do hemiabdome direito. Realizado colonoscopia com úlceras em cólon ascendente e friabilidade da mucosa. Realizado hemograma sugerindo anemia e infecção. Realizado anatomopatológico mostrando ileíte crônica e aguda de intensidades moderadas e colite eosinofílica, junto da presença de estruturas compatíveis com fragmentos de parasitas nas mucosas. Assim, foi feita a administração de Ivermectina, indicado como tratamento de escolha para hiperinfecção e forma disseminada. A singularidade reside no fato do paciente ter sido infectado pelo S. stercoralis provocando quadro sintomático da parasitose que se correlaciona com a imunossupressão, pela quimioterapia. A dificuldade diagnóstica está nos sinais clínicos inespecíficos, podendo ser confundidos com efeitos colaterais dos medicamentos imunossupressores. CONCLUSÃO: Destaque à importância de sempre fazer prevenção e profilaxia de enteroparasitoses em pacientes com deficiência de imunidade celular e aqueles que passarão por esquemas terapêuticos que resultam em imunossupressão grave. Além da discussão clínica, é fundamental pensar nas parasitoses como problemas de saúde pública, que merecem estratégias de promoção à saúde, vigilância e higiene.
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