Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/28374 |
Resumo: | Introdução: No Brasil, após a confirmação do diagnóstico de Morte Encefálica de um potencial doador de órgãos, a família do falecido é notificada e entrevistada. Torna-se, portanto, o responsável por consentir ou não a doação desses órgãos. A recusa familiar alcança 40% do total de entrevistas realizadas por ano, condição necessária para iniciar o processo de transplante. Estudos apontam que o desconhecimento do desejo do doador seja um dos principais motivos para a recusa familiar. Objetivo: Este estudo objetivou compreender a relação entre o conhecimento da responsabilidade familiar acerca da doação de órgãos com o ato de expressar em vida o desejo de ser doador ou não. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa tipo survey, exploratória e transversal, de caráter quantitativo, com coleta de dados por meio de questionário online, aplicado entre dezembro de 2018 e março de 2019. A amostra constituiu-se de 381 estudantes de uma Universidade Pública do Distrito Federal, recrutados de maneira não estratificada, mediante difusão do instrumento em comunidades virtuais (Facebook e Whatsapp) da instituição. Os dados foram analisados e categorizados conforme a distribuição de participantes (n=381) por posicionamento acerca da doação de órgãos e por nível de conhecimento do conceito de morte encefálica, de acordo com a área de conhecimento dos cursos de graduação e utilizando-se escala tipo Likert. Resultados: 67% dos participantes sabiam da responsabilidade familiar acerca da decisão de doação no momento da morte, e, dentre eles, 62% havia comunicado à sua família sobre seu desejo de doar ou não seus órgãos com a finalidade terapêutica. Os demais 25% acreditavam na validade de um documento elaborado em vida, e 57% deles também havia comunicado a algum familiar sobre ser ou não doador; 8% alegou desconhecimento, dentre eles 37% havia conversado sobre o tema com a família. Conclusões: O grau de conhecimento do processo de doação de órgãos no Brasil pela população jovem, pode influenciar no acontecimento ou não de uma conversa familiar prévia acerca do desejo de ser doador. Esse conhecimento e posicionamento interfere diretamente no índice de recusas familiares, na disponibilidade de órgãos para a ocorrência de transplantes e no tempo da lista de espera por órgãos aos usuários do Sistema Único de Saúde. |
id |
BJRH-0_23b706d5eb412f0e0173e832dbaede36 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/28374 |
network_acronym_str |
BJRH-0 |
network_name_str |
Brazilian Journal of Health Review |
repository_id_str |
|
spelling |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge?Obtenção de Tecidos e ÓrgãosMorte EncefálicaEducação em SaúdeSistema Único de SaúdeDoadores de TecidosIntrodução: No Brasil, após a confirmação do diagnóstico de Morte Encefálica de um potencial doador de órgãos, a família do falecido é notificada e entrevistada. Torna-se, portanto, o responsável por consentir ou não a doação desses órgãos. A recusa familiar alcança 40% do total de entrevistas realizadas por ano, condição necessária para iniciar o processo de transplante. Estudos apontam que o desconhecimento do desejo do doador seja um dos principais motivos para a recusa familiar. Objetivo: Este estudo objetivou compreender a relação entre o conhecimento da responsabilidade familiar acerca da doação de órgãos com o ato de expressar em vida o desejo de ser doador ou não. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa tipo survey, exploratória e transversal, de caráter quantitativo, com coleta de dados por meio de questionário online, aplicado entre dezembro de 2018 e março de 2019. A amostra constituiu-se de 381 estudantes de uma Universidade Pública do Distrito Federal, recrutados de maneira não estratificada, mediante difusão do instrumento em comunidades virtuais (Facebook e Whatsapp) da instituição. Os dados foram analisados e categorizados conforme a distribuição de participantes (n=381) por posicionamento acerca da doação de órgãos e por nível de conhecimento do conceito de morte encefálica, de acordo com a área de conhecimento dos cursos de graduação e utilizando-se escala tipo Likert. Resultados: 67% dos participantes sabiam da responsabilidade familiar acerca da decisão de doação no momento da morte, e, dentre eles, 62% havia comunicado à sua família sobre seu desejo de doar ou não seus órgãos com a finalidade terapêutica. Os demais 25% acreditavam na validade de um documento elaborado em vida, e 57% deles também havia comunicado a algum familiar sobre ser ou não doador; 8% alegou desconhecimento, dentre eles 37% havia conversado sobre o tema com a família. Conclusões: O grau de conhecimento do processo de doação de órgãos no Brasil pela população jovem, pode influenciar no acontecimento ou não de uma conversa familiar prévia acerca do desejo de ser doador. Esse conhecimento e posicionamento interfere diretamente no índice de recusas familiares, na disponibilidade de órgãos para a ocorrência de transplantes e no tempo da lista de espera por órgãos aos usuários do Sistema Único de Saúde.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2021-04-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/2837410.34119/bjhrv4n2-382Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 2 (2021); 8685-8698Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 2 (2021); 8685-86982595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/28374/23058Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessAmaral Pessoa, Bárbara Gurgel Leite doAlbuquerque Bezerra, Cláudia Simões Cavalcanti deBaraldi, Solange2021-05-31T22:31:06Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/28374Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2021-05-31T22:31:06Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
title |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
spellingShingle |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? Amaral Pessoa, Bárbara Gurgel Leite do Obtenção de Tecidos e Órgãos Morte Encefálica Educação em Saúde Sistema Único de Saúde Doadores de Tecidos |
title_short |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
title_full |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
title_fullStr |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
title_full_unstemmed |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
title_sort |
Responsabilidade familiar frente à doação de órgãos: conhecimento ou direito do doador? / Familie’s responsabilities facing organ donation: doner’s right or knowledge? |
author |
Amaral Pessoa, Bárbara Gurgel Leite do |
author_facet |
Amaral Pessoa, Bárbara Gurgel Leite do Albuquerque Bezerra, Cláudia Simões Cavalcanti de Baraldi, Solange |
author_role |
author |
author2 |
Albuquerque Bezerra, Cláudia Simões Cavalcanti de Baraldi, Solange |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Amaral Pessoa, Bárbara Gurgel Leite do Albuquerque Bezerra, Cláudia Simões Cavalcanti de Baraldi, Solange |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Obtenção de Tecidos e Órgãos Morte Encefálica Educação em Saúde Sistema Único de Saúde Doadores de Tecidos |
topic |
Obtenção de Tecidos e Órgãos Morte Encefálica Educação em Saúde Sistema Único de Saúde Doadores de Tecidos |
description |
Introdução: No Brasil, após a confirmação do diagnóstico de Morte Encefálica de um potencial doador de órgãos, a família do falecido é notificada e entrevistada. Torna-se, portanto, o responsável por consentir ou não a doação desses órgãos. A recusa familiar alcança 40% do total de entrevistas realizadas por ano, condição necessária para iniciar o processo de transplante. Estudos apontam que o desconhecimento do desejo do doador seja um dos principais motivos para a recusa familiar. Objetivo: Este estudo objetivou compreender a relação entre o conhecimento da responsabilidade familiar acerca da doação de órgãos com o ato de expressar em vida o desejo de ser doador ou não. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa tipo survey, exploratória e transversal, de caráter quantitativo, com coleta de dados por meio de questionário online, aplicado entre dezembro de 2018 e março de 2019. A amostra constituiu-se de 381 estudantes de uma Universidade Pública do Distrito Federal, recrutados de maneira não estratificada, mediante difusão do instrumento em comunidades virtuais (Facebook e Whatsapp) da instituição. Os dados foram analisados e categorizados conforme a distribuição de participantes (n=381) por posicionamento acerca da doação de órgãos e por nível de conhecimento do conceito de morte encefálica, de acordo com a área de conhecimento dos cursos de graduação e utilizando-se escala tipo Likert. Resultados: 67% dos participantes sabiam da responsabilidade familiar acerca da decisão de doação no momento da morte, e, dentre eles, 62% havia comunicado à sua família sobre seu desejo de doar ou não seus órgãos com a finalidade terapêutica. Os demais 25% acreditavam na validade de um documento elaborado em vida, e 57% deles também havia comunicado a algum familiar sobre ser ou não doador; 8% alegou desconhecimento, dentre eles 37% havia conversado sobre o tema com a família. Conclusões: O grau de conhecimento do processo de doação de órgãos no Brasil pela população jovem, pode influenciar no acontecimento ou não de uma conversa familiar prévia acerca do desejo de ser doador. Esse conhecimento e posicionamento interfere diretamente no índice de recusas familiares, na disponibilidade de órgãos para a ocorrência de transplantes e no tempo da lista de espera por órgãos aos usuários do Sistema Único de Saúde. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-04-16 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/28374 10.34119/bjhrv4n2-382 |
url |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/28374 |
identifier_str_mv |
10.34119/bjhrv4n2-382 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/28374/23058 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Review info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Review |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 2 (2021); 8685-8698 Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 2 (2021); 8685-8698 2595-6825 reponame:Brazilian Journal of Health Review instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) instacron:BJRH |
instname_str |
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
instacron_str |
BJRH |
institution |
BJRH |
reponame_str |
Brazilian Journal of Health Review |
collection |
Brazilian Journal of Health Review |
repository.name.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|| brazilianjhr@gmail.com |
_version_ |
1797240062037983232 |