Aterosclerose como principal fator de risco para a demência vascular: Atherosclerosis as main risk factor for vascular dementia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zamprogno, Nathália Perini
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Soares, Bianca Suaid, Monteiro, Júlia Magalhães, Alves, Júlia Andrade Rodrigues, Rones, Luiza Norbim, Liparizi, Isadora de Oliveira, Gouvêa, Paula Binda, Vieira, Julia Almenara Ribeiro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/51054
Resumo: INTRODUÇÃO: Caracteriza-se a demência vascular (DV) como distúrbio cognitivo provocado por doença cerebrovascular ou redução do fluxo sanguíneo cerebral. A arteriosclerose, o hábito de vida e as doenças crônicas funcionam como fatores de risco para o desenvolvimento de placas ateroscleróticas, predispondo a demência nos idosos. A aterosclerose representa cerca de 15% a 20% dos casos de demência na América do Norte e Europa e 30% na Ásia. O objetivo do estudo é elucidar o papel da aterosclerose no desenvolvimento da DV, assim como os fatores relacionados à patogênese, e traçar possíveis formas de prevenção dessa enfermidade. MÉTODOS: A revisão sistemática foi realizada nas bases de dados Pubmed, entre os meses de fevereiro e abril de 2022. A partir da combinação dos descritores, definidos pelo DeCS,  "risk factors" AND "Vascular Dementia", foram encontrados 176 artigos, que selecionaram-se 6. Também foi feita uma busca com a combinação de descritores “Atherosclerosis” AND “Vascular Dementia”, foram encontrados 20 artigos e  selecionaram-se 2. Incluíram-se artigos completos, publicados entre 2017 e 2022, na língua  inglesa, portuguesa ou espanhola. Foram excluídos estudos que abordavam experimentos em animais. Com base na leitura dos títulos e dos resumos, selecionaram-se  9  artigos relacionados ao tema, além de outros 3 estudos fora da estratégia de busca e a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2020. DISCUSSÃO: As anormalidades vasculares estruturais e funcionais se exacerbam com a idade e podem provocar déficits cognitivos, devido a alterações crônicas das funções neurovasculares, o que fundamenta a etiologia da DV.  A DV pode ser classificada em duas síndromes principais, demência pós-AVC em que há declínio cognitivo gradual, com alterações na memória episódica e funções executivas; E a DV sem AVC recente, porém com evidência de imagem de doença cerebrovascular previamente desconhecida, geralmente o envolvimento dos pequenos vasos, em que observa-se mudanças na velocidade de processamento, além das alterações anteriores. Sintomas neuropsiquiátricos, desaceleração da marcha também podem estar presentes em ambas. A doença aterosclerotica pode desenvolver AVC e diminuição do fluxo sanguíneo, relacionados com DV. Nesse sentido, tabagismo, infarto, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia (DLP) - pelo acúmulo de  β-amilóide (Aβ) cerebral - e sedentarismo são fatores de risco. O desenvolvimento da aterosclerose provoca alteração na regulação de miRNAs, que  estão envolvidos na excitotoxicidade neuronal, neuroinflamação e aumento da permeabilidade, acarreta perda de volume tecidual cerebral, diminuição de massa branca, talâmica e de lobo temporal, além de infartos subcorticais, o que justifica distúrbios cognitivos. Além disso, estresse oxidativo  e o desequilíbrio entre antioxidantes e espécies reativas de oxigênio (ERO) danificam o endotélio dos vasos, as células gliais e os neurônios.  Danos na unidade neurovascular levam a hipoperfusão crônica, hipóxia, produção excessiva de fatores pró-inflamatórios e redução da utilização de óxido nítrico. Corroborando às alterações vasculares, evidencia-se nos idosos a redução do fluxo sanguíneo quando em repouso, ativando mecanismos neuro inflamatórios, que resultam em lesões da substância branca, neurodegeneração e até atrofia cerebral. Por fim, a localização da lesão aterosclerótica também tem papel na sintomatologia. O diagnóstico, a prevenção e o tratamento da DV pode ser auxiliado por medidas como a espessura da íntima média, a dilatação medida por fluxo, o índice tornozelo braquial e o cálcio da artéria coronária. CONCLUSÃO: Além do envelhecimento, a associação  de comorbidades comuns na população idosa, como HAS, DM e DLP relacionam-se com a formação de placas ateroscleróticas e o desenvolvimento da DV. Assim, é essencial controlar o estilo de vida, doenças crônicas e fatores psicossociais que interferem diretamente nos fatores de risco relacionados à formação aterosclerótica, ocorrência de eventos vasculares e evolução da DV. O avanço tecnológico em genética, metabolômica, proteômica e modelos (pré-clínicos) de doenças deve contribuir para estudos mais aprofundados sobre o tema e interações patológicas que podem levar a neurodegeneração.
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DISCUSSÃO: As anormalidades vasculares estruturais e funcionais se exacerbam com a idade e podem provocar déficits cognitivos, devido a alterações crônicas das funções neurovasculares, o que fundamenta a etiologia da DV.  A DV pode ser classificada em duas síndromes principais, demência pós-AVC em que há declínio cognitivo gradual, com alterações na memória episódica e funções executivas; E a DV sem AVC recente, porém com evidência de imagem de doença cerebrovascular previamente desconhecida, geralmente o envolvimento dos pequenos vasos, em que observa-se mudanças na velocidade de processamento, além das alterações anteriores. Sintomas neuropsiquiátricos, desaceleração da marcha também podem estar presentes em ambas. A doença aterosclerotica pode desenvolver AVC e diminuição do fluxo sanguíneo, relacionados com DV. Nesse sentido, tabagismo, infarto, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia (DLP) - pelo acúmulo de  β-amilóide (Aβ) cerebral - e sedentarismo são fatores de risco. O desenvolvimento da aterosclerose provoca alteração na regulação de miRNAs, que  estão envolvidos na excitotoxicidade neuronal, neuroinflamação e aumento da permeabilidade, acarreta perda de volume tecidual cerebral, diminuição de massa branca, talâmica e de lobo temporal, além de infartos subcorticais, o que justifica distúrbios cognitivos. Além disso, estresse oxidativo  e o desequilíbrio entre antioxidantes e espécies reativas de oxigênio (ERO) danificam o endotélio dos vasos, as células gliais e os neurônios.  Danos na unidade neurovascular levam a hipoperfusão crônica, hipóxia, produção excessiva de fatores pró-inflamatórios e redução da utilização de óxido nítrico. 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