Avaliação dos conhecimentos sobre antibióticos por estudantes de medicina de uma faculdade pública de saúde do Distrito Federal, Brasil

• Autor(a) principal: Menezes, João Paulo Sousa
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Aguiar, Rafael Cavendish, Melo, Ana Estrela, Vitorino, Thiago Callak Teixeira, Silva, Marlon Yuri Gonçalves, Stivanin, Geovanni Félix, Coutinho, Luíza Genro, Vale, Eveline Fernandes Nascimento
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64159
• topic: antibióticos; educação em saúde; saúde pública

A descoberta dos antibióticos modificou o manejo de infecções consideradas letais até séculos atrás1. Mas, o uso indiscriminado e disseminado corrobora um perfil de resistência bacteriana, a qual hoje é considerada um problema de saúde pública mundial2,3,5. A questão tem importância no âmbito nacional, uma vez que o Brasil é o 4° maior consumidor global destas medicações, e pouco se sabe sobre a formação dos prescritores9. Avaliar o conhecimento de estudantes de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (ESCS/DF) em relação à antibioticoterapia. Estudo transversal em que foram avaliados estudantes de medicina da 1ª à 6ª séries de uma IES pública. Foi aplicado questionário produzido pelos pesquisadores abordando conhecimentos gerais sobre as características e o uso dos principais antibióticos, composto por 28 itens de Verdadeiros (V) ou falsos (F), dividido em 4 eixos. Pontuações menores que 20 acertos (70%) foram classificados com “insatisfatório”, enquanto aqueles maior ou igual a 20 acertos (70%) foram classificados com “satisfatório”. A comparação de médias utilizou nas distribuições que não tendiam à normalidade, o teste de Kruskal-Wallis e, para as distribuições que tendiam à normalidade, o teste T de Student, com intervalo de confiança de 95%. Participaram da pesquisa 89 acadêmicos, dos quais, 17 (19,10%) cursavam o primeiro ano, 11  (12,35%) o segundo ano, 15 (16,85%) o terceiro ano, 16 (17,97%) o quarto ano, 13 (14,60%) o quinto ano, 17 (19,10%) o sexto ano. As médias de acertos no questionário como um todo dos estudantes dos ciclos básico, clínico e internato foram, respectivamente, 15,25 (54,46%), 19,45161 (69,47%) e 23,53333 (84,04%), com p-valor < 0,00001. Não houve diferença estatística no número de acertos entre a 5ª e a 6ª séries, ambas cursando o internato. As notas dos estudantes no ciclo básico nos eixos acerca das características gerais dos antibióticos e do uso de antibióticos para doenças segundo o sítio de infecção (eixos 2 e 3) foram consideravelmente menores.  Observa-se um aumento da aquisição de conhecimento sobre a temática no decorrer da graduação, sobretudo, durante o estágio curricular obrigatório. As principais lacunas de conhecimento no ciclo básico referem-se ao eixo 2 e 3, reforçando que o pouco contato prático dificulta o manejo com uso de antibióticos. Por fim, novos estudos devem ser feitos dada a pouca quantidade de pesquisas sobre o assunto a fim garantir um melhor parâmetro sobre os futuros prescritores em nosso país.