Investigação de diagnóstico diferencial associada a Síndrome Mielodisplásica: um relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Felipe Ribeiro do Val Tommasi
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/67595
Resumo: Objetivo: Relatar a investigação de diagnóstico de uma paciente com pancitopenia, buscando elucidar a possível relação com a síndrome mielodisplásica. Materiais e métodos: Paciente do sexo feminino, 37 anos. Desde os 14 anos de idade apresenta quadro clínico de migrânea sem áurea e uso de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides. A presença de fadiga precipitada por esforços físicos rotineiros, astenia global e dores em membros inferiores, com piora progressiva, foi atendida no pronto atendimento. Exames diagnosticou anemia grave. Admitida no Hospital Evangélico de Vila Velha, no Espírito Santo, evidenciou pancitopenia, com necessidade de hemotransfusão de urgência. A presença de episódios de migrânea durante internação, optou-se pela realização de Ressonância Nuclear Magnética de crânio. A análise anatomopatológica de biópsia da pele confirmou hipótese de pioderma gangrenoso. O exame anatomopatológico e imunohistoquímica de biópsia de medula com medula óssea foram identificados achados compatíveis com síndrome mielodisplásica, poucos blastos e displasia em linhagem única. Paciente encaminhada para hematologia para início do tratamento. Discussão:  A análise inicial da anamnese e história clínica pregressa da paciente, confirma quadro de migrânea sem áurea, com relato de uso frequente de analgésicos simples e anti-inflamatórios. Esses medicamentos são amplamente prescritos e adquiridos com frequência sem receitas, e conhecidos pelos efeitos hematológicos, que incluem agranulocitose, neutropenia, anemia hemolítica ou aplástica, que podem causar cefaleia, confusão, parestesia ou hepatotoxicidade. Devido queixas de fadiga, astenia global e dores em membros inferiores, os exames identificaram pancitopenia, com anemia grave. As influências geográficas e socioculturais determinam as significativas causas da pancitopenia, principalmente para a anemia megaloblástica. Ao apresentar hemoglobina de 2.9, a paciente foi transferida para a hemotransfusão de urgência. As biópsias de medula óssea e da lesão dermatológica, rastreio oncológico completo, ressonância magnética de abdome total, identificaram discreta esplenomegalia e outras alterações inespecíficas. A análise anatomapatológica de biópsia cutânea confirmou a hipótese de pioderma gangrenoso e, após avaliação hematológica, os achados anatomopatológicos e imunistoquímicos foram sugestivos de síndrome mielodisplásica com poucos blastos e displasia em linhagem única. Conclusão: No caso analisado, por ser uma paciente jovem adulta, ao excluir as demais causas de citopenias, seria relevante buscar a causa da síndrome mielodisplásica, se consanguinidade parental, migrânea clássica, que pode estar associado com o cariótipo altamente complexo, o que caracteriza um caso raro da doença.
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