Síndrome de encefalopatia posterior reversível associada à síndrome respiratória aguda grave pelo coronavírus 2 (SARS-COV-2): Uma revisão sistemática da literatura / Posterior reversible encephalopathy syndrome associated with severe acute respiratory syndrome by coronavirus 2 (SARS-COV-2): A systematic review of the literature
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/33996 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A Síndrome da Encefalopatia Posterior Reversível (SEPR) é uma síndrome clínica aguda que pode incluir cefaleia, alteração da consciência, distúrbios visuais, convulsões e tem a neuroimagem como instrumento fundamental para o diagnóstico, evidenciando o edema vasogênico na substância branca de partes posteriores. Com o surgimento do SARS-Cov-2 percebeu-se que este vírus causa uma disfunção no endotélio e pode contribuir para o surgimento de uma complicação por infecção grave, a SEPR. OBJETIVOS: Realizar uma revisão da literatura sobre a associação da infecção COVID-19 com a SEPR. MÉTODOS: A seleção dos artigos foi realizada através das bases de dados Pubmed, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e IBECS (Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde). Selecionaram-se os artigos publicados até a data de 22 de janeiro de 2021. aplicou-se critérios de inclusão e exclusão e por fim, 24 artigos foram revisados. RESULTADOS: Alguns autores consideram que o desenvolvimento da SEPR está ligado ao aumento nos níveis pressóricos, insuficiência renal e a atuação do próprio vírus nos receptores da enzima conversora de angiotensina 2, o que poderia enfraquecer a barreira hematoencefálica (BE) e ser um dos responsáveis pelo desenvolvimento da Síndrome. Outros autores dizem que a liberação maciça de citocinas inflamatórias pode danificar a BE e pode ser um mecanismo que explique o desenvolvimento da SEPR. Nos exames de imagens, notou-se edema vasogênico e hemorragias multifocais, sendo a endotelite linfocítica um achado post-mortem. Outros sintomas comuns apresentados foram a tontura, sonolência, visão turva, hipotonia de membros inferiores, pressão arterial variável e, em alguns casos, convulsões tônico-clônicas. Dentre os fatores de riscos para SEPR, notou-se que a infecção por HIV, hipertensão descontrolada e a falência renal cursaram com o desenvolvimento da SEPR. Naqueles pacientes tratados com hidroxicloroquina, os autores relataram que o medicamento pode estar envolvido na indução da SEPR. CONCLUSÃO: A SEPR, uma síndrome clínico-radiológica, caracterizada pelo seu início agudo e subagudo de cefaleias. Relacionou-se o seu desenvolvimento com a cascata de citocinas e a atuação do vírus nos receptores de angiotensina 2 que enfraqueceriam a BE e culminariam na síndrome, principalmente em pacientes graves. As hemorragias e o edema vasogênico foram os principais achados de imagem. Até o momento, os relatórios utilizados priorizam especialmente sintomas respiratórios, subestimando a quantidade de sequelas neurológicas advindas da infecção pelo SARS-CoV-2. Espera-se assim, que mais estudos sejam realizados com a temática em questão para elucidar as relações existentes entre a infecção e a SEPR. |
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