A importância da reabilitação cardiopulmonar no tratamento da Insuficiência Cardíaca: relato de caso
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/60885 |
Resumo: | Introdução: Insuficiência Cardíaca (IC) é uma complexa síndrome clínica, progressiva e persistente que resulta em diminuição do débito cardíaco e/ou aumento das pressões de enchimento intracardíaco. Apesar dos avanços na terapêutica, mantém-se como uma patologia grave. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 52 anos, com história de câncer de endométrio tratado com histerectomia e quimioterapia (8 sessões) há 12 anos. Evoluiu com cardiomegalia e disfunção ventricular, mas não houve acompanhamento cardiológico, ficando em uso apenas de ramipril 10 mg. O ecocardiograma, após 09 anos do tratamento da neoplasia, demonstrou fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 38% e hipocinesia difusa, mas estava assintomática. Após infecção por COVID-19, iniciou quadro de dispneia aos médios esforços, que persistiu após a resolução do quadro. Foi realizada ressonância magnética, cujas informações foram: FEVE de 14%, diâmetro diastólico do VE (DDVE ) = 70 mm e diâmetro sistólico de VE (DSVE) = 64,4 mm, com discreta área de fibrose mesocárdica e o NT-PROBNP de 11.700 pg/ml. Paciente evoluiu com piora da classe funcional da IC para New York Heart Association (NYHA) IV, sendo necessária otimização do tratamento para IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr). Após estabilização do quadro, foi encaminhada para reabilitação cardiopulmonar (RC), havendo melhora dos sintomas de dispneia e de autonomia em 8 (numa escala de 0 a 10). O ecocardiograma, após 3 meses de tratamento medicamentoso otimizado e RC, acusou melhora significativa da FEVE para 42%, DDVE=58 mm e DSVE=69 mm. Atualmente, a paciente segue acompanhamento cardiológico em classe funcional NYHA I. Discussão: O tratamento da IC é multidisciplinar. A paciente em questão, portadora de ICFEr, com prejuízo funcional importante – NYHA IV, apresentou importante melhora clínica e de qualidade de vida, após a associação do tratamento farmacológico com o não medicamentoso, representado pela reabilitação cardiopulmonar. Há evidências sobre a melhora do débito cardíaco em pacientes com ICFEr que realizam atividade física regular, como foi observado na paciente em questão, isso ocorre devido a redução do tônus simpático e o aumento vagal em repouso após treinamento físico, havendo uma restauração do controle autonômico cardiovascular. Nesse caso, o exercício além de colaborar com o remodelamento cardíaco fisiológico, melhorou a força muscular, capacidade funcional e bem-estar psicossocial. Conclusões: A reabilitação cardiopulmonar em pacientes com IC demonstra ser fundamental no remodelamento cardíaco fisiológico, na qualidade de vida, capacidade funcional, força muscular, e bem-estar psicossocial. |
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