O Transtorno Obsessivo Compulsivo sob a influência da pandemia do COVID-19: uma revisão de literatura: Obsessive Compulsive Disorder under the influence of the COVID-19 pandemic: a literature review
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54920 |
Resumo: | A pandemia do coronavírus (COVID-19) causou uma mudança brusca na vida da população, sobretudo pelo medo da contaminação pelo vírus SARS-CoV-2, desse modo, o isolamento social foi adotado como medida de controle para atenuar a transmissão viral. Este contexto gerou um ambiente desfavorável, que culminou com o desenvolvimento ou piora do quadro clínico dos pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Este estudo tem como objetivo analisar a influência da pandemia do COVID-19 nos casos de TOC. Para elaborar esta revisão de literatura, buscou-se artigos indexados nas plataformas Scielo e Pubmed, usando os descritores “Obsessive-Compulsive Disorder” e “Covid-19” e sendo usado o operador booleano “AND”. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2022, em inglês e português e de acesso livre, excluiu-se aqueles que não se enquadravam em tais critérios e à temática, dessa maneira obtendo-se 113 artigos. Na seleção dos artigos a serem analisados, 32 se enquadraram na primeira etapa e, por fim, seguindo os critérios de inclusão e exclusão após leitura minunciosa, a etapa final contou com 18 artigos para análise. Assim, foi inferido que pandemias globais como a COVID-19 podem representar um fardo substancial para pacientes com TOC relacionado à contaminação. Embora, o impacto da atual pandemia no TOC não seja totalmente conhecido, é possível que o transtorno possa levar de semanas a meses para se tornar aparente, e nota-se um grande risco de recorrência ou exacerbação dos sintomas em alguns pacientes. Entretanto, deve-se considerar que a análise do quadro clínico sofreu influência do período da pandemia que o estudo foi realizado e em que país ocorreu, observando-se manifestações tanto de piora quanto de melhora, a depender dessas variáveis. Contudo, notou-se que, de maneira geral, o foco excessivo da mídia e sociedade na prevenção da contaminação e a normalização dos rituais de descontaminação reforçaram os comportamentos disfuncionais compulsivos. Ademais, no contexto pandêmico existem vários mecanismos pelos quais o TOC pode se agravar, como a dinâmica familiar alterada, que de maneira implícita pode incentivar rituais extremos de descontaminação, proporcionar um ambiente mais estressante e ansiogênico para lidar com os medos relacionados ao vírus. Além disso, estressores financeiros gerados pela insegurança da economia mundial e o isolamento social, podem contribuir para a ansiedade patológica, associado ao estresse, e gerar sintomas depressivos, propiciando hábitos cada vez mais inflexíveis de limpeza e efetivamente obsessivos. Alguns estudos procuraram relacionar o medo e a instabilidade pandêmica de acordo com a faixa etária, sobretudo em estudantes, atribuindo novos diagnósticos de TOC e a sua exacerbação, decorrentes do objetivo de conter a contaminação. Além do mais, a respeito do tratamento foram identificadas certas medidas para enfrentamento do TOC, como por exemplo, mudanças de estilo de vida, aderência a terapia farmacológica de primeira linha, a qual são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), e da psicoterapia, especialmente a modalidade cognitivo comportamental (TCC). Portanto, a exacerbação do TOC diante da pandemia da COVID-19 apresenta-se presente, embora a extensão dos diferentes sintomas varie, é de total importância que os profissionais da saúde reconheçam este cenário para promover a aderência ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, melhorando a qualidade de vida dessa população. |
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