Epidemiologia e estimativa de custo das cirurgias de apendicectomia realizadas pelo sistema único de saúde no Brasil (2012-2021)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Capuchinho, Ana Luísa Brito Santanna
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Soares, Ana Paula Martins, dos Santos, Isabela Silva Felipe, Belém, Larissa Fonseca, de Souza, Isadora Botelho Barbosa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63690
Resumo: A apendicite aguda (AA) é a doença inflamatória abdominal cirúrgica de maior frequência que acomete, principalmente, indivíduos jovens em fase produtiva da vida. Trata-se da principal causa de abdome agudo cirúrgico em todo mundo, com tratamento de escolha sendo a apendicectomia, seja via aberta ou laparoscópica.  Dessa forma, surge a necessidade de realizar o processamento analítico dos dados epidemiológicos disponíveis acerca dessa doença. Descrever os aspectos epidemiológicos e estimar os custos em reais de apendicectomias e apendicectomias videolaparoscópicas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, compreendendo o período de janeiro 2012 a dezembro de 2021. Trata-se de um estudo documental com análise descritiva dos dados do Departamento de Informática do SUS (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/qiuf.def), em que foram utilizados os códigos 0407020039 (Apendicectomia) e 040720047 (Apendicectomia Videolaparoscópica), e avaliadas as variáveis número de AIH (autorização de internação hospitalar) aprovadas, número de internações, tempo de internação em dias, média de permanência, taxa de mortalidade, número de óbitos, gastos totais e gastos com serviços hospitalares e profissionais. Foram utilizados artigos do PubMed, LILACS e SciELO com os seguintes descritores em português, espanhol e inglês, respectivamente: “epidemiologia”, “apendicectomia” e “apendicite”; “epidemiologia”, “apendicectomia” e “apendicitis”, “epidemiology”, “appendectomy” e “appendicitis”. Em relação ao número de AIH e internações, para o procedimento de apendicectomia, registrou-se um total de 1.062.640 internações e para apendicectomia videolaparoscópica 56.350 internações. A permanência média foi de 3,44 dias para o procedimento de apendicectomia e de 3,18 para o procedimento de apendicectomia videolaparoscópica. Com relação a taxa de mortalidade nas apendicectomias videolaparoscópicas, a taxa obtida na região Norte, foi igual a 0% em 9 dos 10 anos de analisados, exceto pelo ano de 2013 em que a taxa foi de 2,63%, maior valor registrado em todo o estudo considerando todas as regiões. O valor total de gastos com o procedimento de apendicectomia foi de R$ 636.507.059,61 e para apendicectomia videolaparoscópica o valor total de gastos equivale a R$ 36.851.427,21. Nos Estados Unidos, a taxa de incidência relatada foi de 9%. A partir deste artigo, pode-se inferir que, no Brasil, em 2021, o número de internações em decorrência de apendicectomias correspondeu a 0,048% da população, ou 48,78 internações para cada 100.000 habitantes e para apendicectomias videolaparoscópicas correspondeu a 0,0047% da população ou 4,73 internações para cada 100.000 habitantes. De acordo com os dados, a admissão de um paciente para realização de apendicectomia, apresentou gastos hospitalares de R$ 414,08 com serviços hospitalares e R$ 184,67 com serviços profissionais, enquanto que para realização de apendicectomia videolaparoscópica os gastos foram de R$ 444,18 e R$ 208,51.  O número de internações para apendicectomia aberta foi maior que para apendicectomia videolaparoscópica durante o período de estudo. Ao considerar os gastos com um paciente isolado, tanto os gastos hospitalares quanto profissionais foram menores para a realização de apendicectomia aberta. A taxa de mortalidade para apendicectomia videolaparoscópica foi menor que para apendicectomia aberta, assim como a média de permanência, corroborando com os dados da literatura.
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